Recentemente publicamos o artigo “O impacto das plataformas de negócios no setor de seguros” escrito por Alexandre Salema que trata da inovações que estão acontecendo em vários segmentos de mercado, assim como, no mercado das Seguradoras. Resolvemos nos aprofundar um pouco mais nesse importantíssimo segmento de Seguros em relação a questões relacionadas a identificação digital e eliminação de processos impressos e então conversamos com Wilson Menezes que é Diretor Executivo da Provider.
CRYPTO ID: O mercado de seguros está preparado para entender a necessidade da eliminação de papéis em seus processos?
Wilson Menezes: O papel hoje, para algumas comercializações já não é mais utilizado mesmo existindo um risco de autuação pelos órgãos reguladores, mas na verdade é apenas um processo burocrático. Acreditamos que o próprio regulador vai adaptar a legislação para a realidade já corrente.
CRYPTO ID: Hoje as corretoras de seguros colhem as assinaturas em contratação de apólices via documentos assinados em papel e escaneados, salvo os que envolvem contratos de saúde por exemplo, que precisam ser assinados presencialmente, está correto? Há algum outro que não é aceito nesta forma?
Wilson Menezes: Na realidade, esse processo já acontece de outra forma, ou seja, depende da operação, do negócio, do perfil da seguradora com relação a riscos, entre outros.
CRYPTO ID: Qual é o valor dessas assinaturas escaneadas e quando vão substituir por assinaturas eletrônicas ou digitais? Existe algo em andamento?
Wilson Menezes: À luz da legislação, a assinatura “escaneada” não tem nenhum valor, pois neste caso, o papel é a prova da assinatura. Quanto as assinaturas eletrônicas digitais, existem várias frentes em andamento e em alguns casos apenas a transação digital é válida, assim como já acontece em uma transação bancária.
CRYPTO ID: Quando se fala da possibilidade de uma plataforma para o setor de seguros para tratar com clientes diretos isso inclui a eliminação de formulários impressos que os clientes precisam preencher no momento de utilizar o seguro?
Wilson Menezes: Exatamente. Na contratação, na utilização de um serviço ou num pedido de indenização. Tudo seria eletrônico e em tempo real.
CRYPTO ID: Como você imagina a questão de autenticação e assinatura eletrônica?
Wilson Menezes: Acho que deve seguir a mesma linha do setor bancário ou mais simples ainda, pois não existem transferências de fundos em tempo real.
CRYPTO ID: Alguns laboratórios já utilizam a coleta biométrica para facilitar o trâmite durante coleta de material de exames laboratoriais. Isso não poderia ser estendido aos planos de saúde para eliminar processos impressos? Também reduzir as fraudes?
Wilson Menezes: Este é um dos mecanismos que pode ser utilizado, dentre outros como e-CPF. Devemos levar em conta os custos e as dificuldades para a implantação desses mecanismos.
CRYPTO ID: Os riscos de fraudes não viabilizam a defesa dos investimentos em tecnologia?
Wilson Menezes: Na verdade, acredito que a conta não é tão simples assim. A defesa de projetos dessa envergadura requer tempo e esforços significativos.
CRYPTO ID: Quais os principais passos para a evolução tecnológica no setor de seguros?
Wilson Menezes: Tentativa com ousadia. O avanço de concorrentes de peso, como Google ou Amazon, na oferta de seguros pode impactar significativamente vários players no mercado nacional.
CRYPTO ID: E isso acontecerá em etapas? Em quando tempo você acredita que o setor estará adequado a fornecer serviços 100% online?
Wilson Menezes: Em outros setores, como o da fotografia, o processo foi “big-bang”. Uma entrada de uma proposta de produtos diferentes e com preços atrativos podem provocar o mesmo efeito.
CRYPTO ID: Algo a acrescentar?
Wilson Menezes: A Provider IT vem trabalhando, já há alguns anos, propostas aos nossos clientes de soluções de negócio e tecnologias que vão ao encontro de quebras de paradigmas e que apresentam uma experiência melhor para o cliente.