Com a consolidação de seu ecossistema de inovação, multinacional aposta nas ofertas que visam a transformação digital e em aquisições no exterior
A Stefanini, uma das mais importantes provedoras globais de soluções de negócios baseadas em tecnologia, encerra o ano com um crescimento global de 7,5% em relação ao ano passando, atingindo um faturamento de R$ 2,8 bilhões. A região que mais cresceu foi Latam (países de língua espanhola), com índice de 30%, seguida da Europa, Brasil e Estados Unidos.
Embora a economia dê sinais de retomada, o mercado de TI enfrenta dois grandes desafios no Brasil: superar a crise e concretizar o projeto de transformação digital. Segundo o fundador e CEO global da Stefanini, Marco Stefanini, as empresas tradicionais estão sendo afetadas diretamente pela 4ª Revolução Industrial. “Companhias como a nossa precisam consolidar um novo modelo baseado no ecossistema de inovação para continuar se destacando globalmente. “Os próximos dois anos serão decisivos para a transformação digital das corporações. A Stefanini está investindo fortemente em ofertas que poderão auxiliar os nossos clientes nesta transição”, afirma o CEO.
Para que a empresa cumpra a sua meta de crescimento agressivo nos próximos cinco anos, a Stefanini prevê novas aquisições no Brasil e no exterior. “Continuamos monitorando oportunidades que possam complementar o nosso portfólio e, consequentemente, o nosso ecossistema de inovação”, ressalta Marco Stefanini.
Atualmente, a multinacional brasileira trabalha com o modelo dual, que contempla, por um lado, soluções mais tradicionais como BPO, Service Desk e Field Service e, por outros, ferramentas modernas de automação, mobilidade, campanhas personalizadas de marketing, Indústria 4.0 e inteligência artificial.
Inteligência Cognitiva para a Caixa
Umas soluções do universo digital que têm tido uma boa repercussão no Brasil e no exterior é a plataforma de inteligência cognitiva, batizada de Sophie. A ferramenta, que está em sua versão 2.2, é formada por um conjunto de softwares, sistemas e processos que permitem melhorar o desempenho das empresas ou sistemas que interagem com o consumidor ou usuário, por meio de texto e voz.
O mais recente projeto envolvendo a Sophie acabou de ser implementado pela Caixa Econômica Federal, cuja assistente virtual foi batizada de Aixa. Mais de 150 mil funcionários e prestadores de serviços serão beneficiados e poderão, via portal de autoatendimento da Caixa ou Skype for Business, realizar aberturas de chamados, consultas e centenas de outras transações. Com a solução da Stefanini, as interações passam a seguir fluxos de conversas simples e naturais, permitindo a busca de informações de maneira dinâmica nos sistemas da Caixa, além de facilitar a abertura de tickets de atendimento (ITSM).
“Com alto nível de complexidade e integração, podemos considerar este o maior projeto de atendimento cognitivo já realizado no Brasil”, diz Alexandre Winetzki, diretor de P&D da Stefanini. Segundo o executivo, nenhum sistema no Brasil alcançou um grau tão alto de compreensão de contexto e assertividade.
A plataforma Sophie 2.2 conta com novos recursos:
• Plataforma responde em 40 idiomas, sem necessidade de configuração adicional;
• Novo barramento de integrações;
• Dashboards e sistemas de controle e gestão de atendimento;
• Busca em bases de conhecimento externas à plataforma, com rankings baseados em busca semântica;
• Melhorias no núcleo cognitivo com implementação de algoritmos genéticos e common knowledge networks (abordagens técnicas únicas no mundo).
Alguns números demonstram o potencial da plataforma:
• Automação média de 31% dos processos dos clientes que já implementaram a solução;
• Índice de satisfação de usuários, medida em tempo real, continuamente acima de 85%;
• Mais de 2500 processos mapeados;
• Atendimento em seguimentos tão distintos como Bancos, Seguradoras, Telecom, Indústria e Saúde;
• Mais de 1.2 milhões de tickets de atendimento serão processados por Sophie ao final de 2017, contra 80 mil processados em 2016.
Ranking das mais internacionalizadas
Pelo 3º ano consecutivo, a Stefanini aparece como a 5ª empresa brasileira mais internacionalizada no Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras, divulgado pela Fundação Dom Cabral. Em 2017, a empresa se mantém na liderança em número de países onde possui subsidiárias e em terceiro lugar em índice de ativos. No quesito receita, a multinacional ocupa a décima posição no ranking geral.
De acordo com Ailtom Nascimento, vice-presidente da Stefanini, a internacionalização é um dos principais pilares de crescimento da companhia.
“A transformação digital está acontecendo na cadeia logística do mundo inteiro. A automação tornará o setor industrial mais competitivo, contribuindo também para o desenvolvimento econômico”, destaca Nascimento.
Revolução Ágil Stefanini
A multinacional está investindo no modelo Ágil para auxiliar seus clientes a disseminar a cultura de desenvolvimento e gestão em seus projetos. Batizado de Revolução Ágil Stefanini, o modelo é normalmente aplicado quando não há tempo para definir – em detalhes – boa parte dos requisitos do projeto, antes do desenvolvimento e entrega parcial. A ideia é começar o trabalho antes de finalizar o plano, realizando eventuais mudanças ou adaptações ao longo do caminho, com entregas e feedbacks regulares.
Para a Stefanini, quem estabelece a ordem de prioridade para cada etapa é sempre o cliente, apoiado pelo time técnico da empresa.
“Nosso principal objetivo é reduzir o tempo do lançamento do produto/serviço no mercado. A Stefanini conta com mais de 10.000 desenvolvedores espalhados em 40 países, altamente capacitados e preparados para prestar um serviço de qualidade voltado a desenvolvimento de sistemas utilizando modelos ágeis”, enfatiza Monica Herrero, CEO da Stefanini Brasil.
Soluções de BPO
Para garantir que os processos sejam mais ágeis, as ofertas de Business Process Outsourcing (BPO) podem ser uma boa alternativa para as empresas que buscam mais eficiência e redução de custos.
Na Stefanini, as soluções de BPO contam com a ajuda da plataforma de inteligência cognitiva, Sophie, para acelerar e melhorar o desempenho de sistemas que interagem com o consumidor ou usuário. Atividades repetitivas, que antes eram feitas por pessoas, são facilmente automatizadas, aumentando a produtividade.
“O Robotic Process Automation, ou RPA, é uma realidade e vai ser fundamental no próximo ano, não só no BPO, como em ITO, Information Technology Outsourcing, e outros serviços. O mercado está bastante interessado no RPA e entende seus benefícios”, comenta Alexandre Vomero, diretor de BPO Latam da Stefanini.
Segundo o executivo, a operação mais madura fora do Brasil está localizada no México. “Estamos trabalhando para integrar toda a América Latina, de forma a entregar benefícios ainda maiores para todos os nossos clientes”, afirma Vomero.
Presença global da Stefanini
• Atuação em 40 países
• Mais de 24.000 funcionários, sendo 12.000 no Brasil
Faturamento Bruto do Grupo
2006 – R$ 285 milhões
2007 – R$ 352 milhões
2008 – R$ 510 milhões
2009 – R$ 670 milhões
2010 – R$ 1,025 bilhão
2011 – R$ 1,240 bilhão
2012 – R$ 1,9 bilhão
2013 – R$ 2,11 bilhões
2014 – R$ 2,35 bilhões
2015 – R$ 2,6 bilhões
2016 – R$ 2,6 bilhões
2017 – R$ 2,8 bilhões
Últimas movimentações:
2015
• Fusão com a IHM Engenharia (Fevereiro)
• Joint-venture com a Tema Sistemas para criação da Stefanini Capital Market (Março)
• Lançamento da Inspiring, braço de telecomunicações da Stefanini (Junho)
• Criação do escritório em Ontário, no Canadá (Junho)
• Aquisição de 40% da Saque e Pague (Agosto)
2016
• Aquisição da empresa colombiana Sysman, especializada em ERP para Governo;
• Fusão com a Scala IT (por meio da coligada VANguard)
• Joint-venture com a israelense Rafael