O quanto as empresas brasileiras realmente conhecem Cloud Computing e como os provedores de serviços cloud computing podem auxiliar esta transição.
Por Flavio Eduardo Silva
Trabalho no mercado de tecnologia da informação a mais de 11 anos atuando diretamente com Cloud desde 2010 e o que vocês vão ler abaixo são experiências minhas, vivência em empresas de Data Centers e contatos com colegas de trabalho de diversos ramos, além de conhecer dezenas de empresas e seus respectivos responsáveis pela tecnologia que os cercam.
Em minhas experiências identifiquei que existe um conceito que pode ser melhor formado sobre o que é a computação na nuvem e como esta tecnologia realmente pode ajudar as empresas.
Vale lembrar que não se trata apenas da virtualização de servidores com simples recursos computacionais como vCPU, Memória e Disco. A definição mais apropriada que encontrei de Cloud Computing é uma oferta de serviço baseada em desenvolvimento, automação, elasticidade, agilidade e praticidade. E o que muitas vezes impede este conceito de ser melhor definido pode ser resumido nas palavras chaves a seguir.
Incertezas, segurança, custo e conhecimento
Incertezas – Saber se realmente o ambiente on-premise ou infraestrutura física em Data Center vai funcionar de forma performática na Cloud, ou mesmo se uma Cloud está funcionando da maneira correta com os recursos apropriados.
É possível, com auxílio de ferramentas e provedores analisar e entender cada Workload e saber de que forma o ambiente pode ser transformado para a Cloud garantindo a performance necessária.
Avaliar uma Cloud já existente e identificar pontos de melhoria na arquitetura afim de beneficiar o ambiente como um todo, como rever os recursos computacionais ou até mesmo compor soluções entre infraestrutura e Softwares na Cloud.
Segurança – Realmente saber se os dados não serão perdidos ou hackeados.
Os provedores de cloud computing contam com uma resiliência muito grande com farms de storages e sistemas desenvolvidos que permitem a pulverização de dados em diversos dispositivos e até mesmo localidades diferentes, assim garantindo SLA’s agressivos, onde dados não sejam perdidos se algum hardware falhar.
Sistemas de segurança robustos e com equipamentos best-of-breed que hoje até mesmo os mais resistentes a nuvem como bancos e agências do governo confiam em alocar seus dados.
Custo – Ambiente em Cloud tem um menor custo que on-premise ou infraestrutura física alocada em Data Center, isto é fato!
Os custos com Cloud quando colocados corretamente na ponta do lápis com o auxílio de uma análise de TCO junto aos provedores realmente podem proporcionar uma redução de custo fundamental para as empresas, podendo chegar em até 80%.
Gastos com hardware e depreciação, energia elétrica, ar condicionado, equipes gigantescas e equipamentos específicos é coisa do passado.
A Cloud é flexível e escalável, permite começar com ambientes menores e crescer de acordo com a demanda pagando conforme este crescimento.
É possível ter ofertas de diversos serviços que propõe uma arquitetura otimizada, saindo do modelo simples de infraestrutura como serviço (IaaS) e compor soluções com software como serviço (SaaS) e plataformas como serviços (PaaS).
Ex. Ao invés de pagar por um servidor na Cloud com licença de Sistema Operacional e Licença de Banco de Dados para instalar uma Aplicação ou Banco de Dados, ter este serviço direto do provedor. Assim o provedor é responsável pela infraestrutura virtual e você apenas pela Aplicação ou Banco de Dados, economizando o custo desta infraestrutura e pagando apenas por este serviço.
Conhecimento – Esta palavra é muito importante, é o conhecimento que realmente define a melhor oferta de serviço, não é papel do cliente saber o detalhe ou como falamos “escovar o bit” por trás desta infraestrutura, mas o conceito é importante conhecer e assim saber realmente o que está sendo ofertado em uma proposta.
Outro ponto muito importante é o cliente passar as informações corretas sobre suas necessidades de negócio ao provedor de serviços cloud, não é papel do provedor conhecer o Business de nenhum cliente, tanto é que negócio é negócio, cada um tem suas peculiaridades, portanto se o cliente munir o provedor com a maior quantidade de informações e necessidades o projeto certamente será melhor elaborado.
Claro, cabe também ao provedor instigar o cliente com as perguntas pertinentes, auxiliando nas necessidades gerais para compor uma solução.
Profissionais de TI têm de cada vez mais aumentar seus conhecimentos e entender realmente quais as ofertas, produtos ou serviços são ideais para cada cliente.
Pensar de modo diferente “fora da caixinha” é realmente muito difícil e ainda imaginar que algum provedor possa prestar todos os tipos de serviços voltados a tecnologia abstraindo toda a camada de hardware, mais esta sopa de letrinhas que a Cloud traz parece ser praticamente impossível. Fato este que hoje é a mais pura realidade, realmente o cliente pode parar de se preocupar com infraestrutura e composição das soluções, este papel hoje é dos provedores de serviços cloud, assumindo toda a parte de hardware, licenciamento, monitoração, gerenciamento e direcionamento para o cliente efetuar uma compra saudável.
O cliente realmente vai poder focar em seu negócio, os responsáveis de TI antes “bombeiros” que ficavam apagando fogo, ou configurando servidores por horas podem focar em novos serviços e buscar soluções que agregam para o crescimento de cada empresa.
A tecnologia de Cloud é presente, serviços novos como Big Data (Sistema Analítico para processar grandes volumes de dados complexos) e Docker (Automação para a implantação de aplicativos) estão firmando seus alicerces, a nova onda da tecnologia como DevOps (Produção ágil de softwares e serviços através da interdependência entra desenvolvimento e operação) e IoT (Internet das Coisas que permite conectar dispositivos eletrônicos a internet) chegaram para auxiliar as empresas de forma automatizada a lançar novos produtos de forma rápida e pratica, todos estes serviços já disponíveis e um detalhe interessante é “já nasceram na Cloud”.
Com isto “forçando” muitos provedores brasileiros a correr atrás dos avanços tecnológicos para equiparar suas forças com os gigantes da tecnologia como (AWS, Azure e Google).
Tudo isto com um preço competitivo e um serviço realmente seguro, estável e principalmente com parceria para seus clientes, pois o que vai mandar daqui para a frente não será mais custo e sim a qualidade da prestação do serviço. Clientes buscando parceiros tecnológicos, confiando o core de seu negócio a estes parceiros.
*Por Flavio Eduardo Silva – Arquiteto de Soluções na Mandic Cloud Solutions
Fonte: Mandic