Pesquisa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com 80 agentes varejistas, mostrou reais dificuldades e necessidades presentes no segmento
O setor varejista brasileiro passa por grandes transformações. As tecnologias que vem surgindo fazem com que ocorra evoluções em diversos modelos de negócios. Com margens de lucro cada vez menores e a competitividade com o comércio online, o varejo sente a necessidade crescente de aprimorar e incorporar novas tecnologias, em busca por sucesso nas vendas. Pensando nisso, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) criou o ProVa, espaço de inovação e testes dedicado ao setor varejista, que visa novos experimentos e inovações.
Para que o Prova seja cada vez mais eficaz e assertivo, a ABDI entrevistou cerca de 80 agentes do setor para conhecer suas dificuldades e necessidades, como entidades de classe, governo, fornecedores e startups da área. Para o presidente da ABDI, Guto Ferreira, o estudo é fundamental para o planejamento e desenho das atividades, alinhando-se sempre às necessidades do ecossistema de inovação do varejo. “O resultado deste trabalho é a criação de uma ampla agenda de iniciativas concebidas para atender as necessidades. Usamos uma metodologia centrada no usuário, exercitando a empatia com os empresários deste segmento, procurando compreender o que ainda é necessário”, explica Ferreira. Nos meses de março, abril e maio de 2018, foram entrevistados 26 empresários varejistas de micro, pequeno, médio, grande e super grande porte. Sendo que 23% deles atuavam em supermercados, 35% em construção e 42% em vestuários e calçados. Com isso, foi possível afirmar que empresas que não investem em tecnologia já se encontram fora do mercado, ou seja, é necessário que as que estão no mercado recebam acompanhamento.
“Por isso é preciso se manter em constante atualização e sempre bem informado. A criatividade e as mudanças que ocorrem em alta velocidade dificultam o monitoramento”, ressalta o presidente da ABDI. O estudo concluiu que inovar é otimizar e melhorar os processos, além de agregar positivamente a experiência do consumidor. No total, dos 80 entrevistados, 71% deles afirmaram que a gestão de pessoas é um grande desafio e 57% disseram que a competitividade com outros players é uma dificuldade. “
A administração dos talentos de uma empresa é e sempre será um problema. Diferente da tecnologia que é controlável, o ser humano possui o componente emoção e isso dificulta o gerenciamento da força de trabalho. Esse é um dos motivos que faz com que a inteligência artificial ganhe cada vez mais espaço”, finaliza Ferreira.