Por Susana Taboas, economista e sócia fundadora do Crypto ID

No atual cenário empresarial, proteger seu negócio contra fraudes e assegurar conformidade com regulamentos é essencial. A verificação precisa de identidades e o cumprimento de requisitos legais, como a Lei nº 9.613, de 1998, são fundamentais para evitar envolvimentos em lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. Tecnologias como a criptografia e a identificação digital desempenham um papel crucial nesse contexto.na
Criptografia: A Base da Segurança Digital
A criptografia é uma ferramenta essencial para proteger informações sensíveis contra acessos não autorizados. A criptografia garante que dados financeiros e pessoais sejam transmitidos e armazenados de forma segura, impedindo que criminosos acessem e manipulem as informações. No contexto da Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD), em inglês, Anti-Money Laundering (AML) essa tecnologia é fundamnetal.
Identificação Digital: Precisão e Confiabilidade
A identificação digital permite a verificação precisa e rápida da identidade dos clientes, um passo crucial para cumprir as exigências legais e regulatórias. Com a implementação de sistemas de identificação digital, as empresas podem garantir que estão lidando com indivíduos legítimos, reduzindo o risco de fraudes e atividades ilícitas.
Existem diversos tipos de identificação digital, incluindo a Biometria que utiliza características físicas únicas, como impressões digitais, reconhecimento facial, íris dos olhos, voz e comportamentos; e a Certificado Digital que autentica a identidade de pessoas, equipamentos ou organizações, garantindo a segurança das transações online, financeiras e intitucionais, ou de pessoas.
Importância das Instituições Financeiras no Controle de Identidades e Acessos
A identificação digital não é o bastante. Além de identificar é necessário trabalhar com ferramentas de Gestão de Identidades e Acessos. Soluções como IAM, CIAM ou PAM garantem que apenas pessoas autorizadas – funcionários, associados, fornecedores e clientes – possam acessar informações sensíveis e realizar transações. Isso não só protege contra fraudes, mas também assegura a conformidade com regulamentos rigorosos de segurança e privacidade.
Integração de Tecnologias para PLD
A combinação da criptografia, identificação digital e gestão de acessos, fortalece significativamente as práticas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD). A criptografia protege os dados durante a transmissão e armazenamento, enquanto a identificação digital e a gestão de acessos asseguram que apenas indivíduos autorizados tenham acesso à informações sensíveis. Juntas, essas tecnologias criam um ambiente seguro e confiável.
Implementação de Sistemas de Criptografia
Para garantir que empresas operem de maneira ética e dentro da lei, é essencial adotar práticas recomendadas de PLD. A criptografia avançada é a tecnologia que provém o sigilo dos dados sensíveis contra acessos não autorizados. A criptografia é o alicerce para o mundo seguro.
Infraestrutura de dados e chaves de criptografia

Hardware Security Module – Módulo de Segurança de Hardware – são dispositivos criptográficos físicos que protegem e gerenciam chaves criptográficas, realizam funções de criptografia e decriptação para assinaturas digitais, autenticação forte e outras funções criptográficas, garantindo a proteção e gestão de chaves digitais. Os HSMs devem trabalhar entregando alta performance ser reconhecidos com certificações que avaliam equipamentos criptográficos.
A FIPS – Federal Information Processing Standard valida a eficácia dos hardwares criptográficos, equipamentos com certificação FIPS, foram testados e formalmente validados pelos governos dos Estados Unidos e do Canadá e adotados mundialmente por outros países como o Brasil. A certificação FIPS 140-2 nível 3 é o mais recente padrão que assegura um alto nível de compliance e segurança.
Para operações financeiras no Brasil, os equipamentos também devem atender aos requisitos técnicos para ambientes críticos do Banco Central do Brasil – BACEN para garantir a confidencialidade, integridade, autenticidade e não-repúdio das informações trocadas entre o BACEN e outras instituições. As instituições homologadas pelo BACEN utilizam módulos de segurança criptográfico que atendam aos padrões da ICP-Brasil, uma vez que as assinaturas com certificados digitais ICP-Brasil são exigidas nas aplicações financeiras brasileiras.
Data Centers
A infraestrutura de dados vai além dos HSMs. O armazenamento seguro de dados envolve o uso de Data Centers de alta performance. Data Centers abrigam servidores e outros componentes de hardware, garantindo a segurança física e digital dos dados armazenados. Eles oferecem redundância, backup e recuperação de desastres, além de conectividade de alta velocidade e suporte técnico especializado.
Os Data Centers devem possuir certificações que atestem sua segurança e confiabilidade, como a ISO/IEC 27001, que especifica os requisitos para um sistema de gestão de segurança da informação (SGSI), e a certificação Tier do Uptime Institute, que classifica a infraestrutura dos Data Centers em níveis de I a IV, com base em sua capacidade de garantir disponibilidade e redundância.
O Papel do Coaf na Prevenção à Lavagem de Dinheiro
Não poderia deixar de mencionar neste artigo o papel do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que foi criado pela Lei n.º 9.613, de 1998, como parte da estrutura do Ministério da Fazenda. Sua missão é produzir inteligência financeira e proteger os setores econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
De forma resumida, podemos dizer que o Coaf é um órgão fundamental na luta contra a lavagem de dinheiro no Brasil, atuando de forma coordenada com outras instituições para garantir a integridade do sistema financeiro e proteger a economia nacional.
Conclusão
A adoção de tecnologias como a criptografia e a identificação digital é fundamental para proteger negócios contra fraudes e assegurar conformidade com as leis. Essas ferramentas não apenas ajudam a prevenir a lavagem de dinheiro, mas também fortalecem a confiança dos clientes e parceiros comerciais na integridade de suas operações por meio do KYC – Know Your Customer- que otimiza procedimentos de verificação de identidade e cumpre as exigências regulatórias.
Ao implementar essas práticas e contar com o apoio de órgãos como o Coaf, as empresas estarão mais bem preparadas para enfrentarem os desafios do cenário financeiro atual, operando de maneira ética e dentro da lei.
Estamos nos preparando para a celebração do Dia Global da Criptografia que acontecerá em 21 de outubro
A criptografia, a arte de transformar informações em códigos secretos, é um pilar fundamental da segurança digital na era da informação.
Criptografia forte é o padrão que mantém bilhões de pessoas seguras todos os dias
O Dia Mundial da Criptografia ocorre anualmente em 21 de outubro e nessa data a Global Encryption Coalition – Coalizão Global de Criptografia e seus associados promovem artigos para proteger e defender o uso da criptografia forte.

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Usar a internet sem criptografia é como compartilhar segredos com um papagaio de estimação: nada permanece em segredo por muito tempo.
A criptografia é a maneira como você mantém sua vida privada, mesmo online.
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Sobre Susana Taboas
Susana Taboas | COO – Chief Operating Officer – CryptoID. Economista com MBA em Finanças pelo IBMEC-RJ e diversos cursos de extensão na FGV, INSEAD e Harvard University. Durante mais 25 anos atuou em posições no C-Level de empresas nacionais e internacionais acumulando ampla experiência na definição e implementação de projetos de médio e longo prazo nas áreas de Planejamento Estratégico, Structured Finance, Governança Corporativa e RH. Atualmente é Sócia fundadora do Portal Crypto ID e da Insania Publicidade.
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Comemorando 5 anos da Coalizão Global de Criptografia
Nos cinco anos desde seu lançamento em 14 de maio de 2020, a Global Encryption Coalition (GEC) e seus membros remodelaram o debate mundial em torno da criptografia.
A Coalizão surgiu em tempos de incerteza, enquanto o mundo enfrentava os primeiros meses de uma pandemia global. Com apenas 37 membros da sociedade civil em sua fundação, a Coalizão foi formada com o objetivo de promover e defender o uso de criptografia forte em todo o mundo. Desde então, a Coalizão cresceu e agora conta com 466 membros de 108 países, incluindo organizações da sociedade civil, empresas e especialistas em segurança cibernética que trabalharam juntos para informar e impactar efetivamente os debates políticos globais sobre criptografia.
Crypto ID é um dos membros do Global Encryption Coalition e mantém uma coluna com os principais artigos. Acesse aqui!
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Inteligência Editorial que Orienta Cenários

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