A IA é incorporada mais intensamente em setores como saúde, finanças, varejo, automotivo e manufatura, revolucionando o modo como vivemos
Por Gabriel Genari
Nos últimos anos, experimentamos um aumento significativo no interesse e na conversa em torno da inteligência artificial (IA). Embora não seja novidade, ainda é um tema que desperta curiosidade e interesse, em especial, pelos seus desdobramentos e após o surgimento da chamada IA generativa, que permite a criação de dados e conteúdos originais, como imagens, música, texto e muito mais, de forma autônoma, através da inteligência artificial, isso ficou ainda mais evidente.
Seu surgimento data das décadas 1950 e 1960, quando pesquisadores começaram a explorar ideias relacionadas à geração de novos dados com base em modelos matemáticos e estatísticos.
No entanto, o avanço significativo na capacidade de geração de texto e conteúdo ocorreu com o desenvolvimento de modelos de aprendizado de máquina mais avançados, como o GPT, criado pela OpenAI.
O GPT-3, por exemplo, lançado em 2020, foi um marco significativo devido à sua capacidade de gerar texto coerente e relevante em uma variedade de contextos.
Desde então, o GPT e tecnologias semelhantes têm despertado interesse em diversas áreas, incluindo aplicações comerciais, criação de conteúdo, assistentes virtuais e muito mais.
Ademais, a capacidade de processamento de computadores e o desenvolvimento de algoritmos mais avançados, assim como um crescimento exponencial na geração e disponibilidade de grandes conjuntos de dados em vários domínios, trouxeram novas perspectivas.
Seja aplicada em análises desses dados, previsão de tendências e tomada de decisões mais assertivas, a IA é incorporada mais intensamente em setores como saúde, finanças, varejo, automotivo e manufatura, revolucionando a maneira como atuamos e vivemos.
A IA tornou-se um tipo de “assistente para assuntos aleatórios”. Usamos essa ferramenta para auxiliar na organização de tarefas, lembretes, na gestão do tempo e aumentar a eficiência e produtividade.
Recorremos a ela também para buscar recomendações personalizadas, como sugestões de compras, playlists de música, filmes e muito mais, com base nos nossos interesses e preferências. Até mesmo saber a previsão do tempo ou nos contar uma piada, ela está a postos.
Nos negócios, seu papel vai além de criar ofertas personalizadas, automatizar processos massivos e burocráticos e agilizar atendimento e comunicação com os clientes.
Afinal, quem nunca interagiu com uma IA como se tivesse em um bate-papo com um consultor ou um especialista em algum tema sobre o qual quer aprofundar-se?
Por outro lado, sabemos haver, sim, limitações em sua capacidade de nos munir de informações, tanto que muitas vezes nos preocupamos com a superficialidade da ferramenta. Mas, e se conseguíssemos ensinar mais ainda a IA e embutindo conhecimentos mais específicos e direcionados?
Isso já vem acontecendo em algumas áreas, como a produção de conteúdo, por exemplo, apoiando profissionais a destravarem a sua criatividade; ou na saúde e no apoio à decisão clínica dos médicos, conduzindo e acelerando diagnósticos.
Essa é a tendência e até uma necessidade sob a perspectiva de negócios. Por isso, deve adentrar em outros segmentos e respaldar outros tipos de profissionais.
Sempre pensando na capacidade de aumentar o poder consultivo e resolutivo da IA e, principalmente, agregando um nível mais elevado de direcionamento e resolubilidade de problemas.
E trago isso para o universo que vivencio, apoiando as organizações em suas estratégias de negócios e sentindo os desafios e entraves que percorrem para esclarecerem suas dúvidas e alcançarem decisões mais assertivas nessa jornada, seja para transformar-se cultural e digitalmente ou desenvolverem seus negócios.
Esse tipo de combinação certamente seria um diferencial importante em inúmeras situações e cenários. O assunto expansão de mercado, o qual é extremamente complexo, pode ser um bom exemplo.
Se jogarmos em uma solução tradicional de IA, a pergunta “como expandir o meu negócio?”, teremos uma resposta, obviamente. Porém, será que ela é a mais esclarecedora?
Fazendo um parêntese, é essencial lembrar que o Chatbot GPT e sistemas similares são grandes buscadores, que se baseiam em aprendizado de máquina e dependem da qualidade e da quantidade de dados fornecidos durante o treinamento.
Embora sejam altamente avançados em sua capacidade de gerar respostas contextualmente relevantes, suas limitações estão intrinsecamente ligadas à natureza das fontes de dados acessíveis e às capacidades de verificação e compreensão contextuais.
O que inevitavelmente pode gerar inconsistências, respostas extremamente genéricas, isto é, algumas vezes trazem mais dúvidas do que resoluções, até mesmo influenciando decisões erradas.
Claro que nada é 100% perfeito e eficiente e, assim como tudo na vida, envolve aprendizado. Basta lembrar do nome machine learning. Por isso, acredito que o futuro da IA, aplicada aos negócios, esteja em afunilar. Atuar em nichos.
Voltando ao nosso exemplo, e se conseguíssemos ensinar a IA um pouco de tudo o que já sabemos de transformação? Ou seja, unir em uma mesma ferramenta a inteligência artificial, que aprende em uma velocidade absurda; com o conhecimento específico, produzido por especialistas, já testado, com resultados concretos e comprovados na prática.
E qual a diferença que isso traria e iria refletir na vida do usuário, do consultor, do executivo, etc.? Embora por detrás seja a mesma engine, o que muda é o propósito de existir e conhecimento que essa nossa proposição de plataforma abarca.
Ao contrário de quando se vai direto no ChatGPT, ao usar uma ferramenta customizada com elevado nível da especificidade, temos a melhor forma de direcionamento do prompt para obter a resposta ideal – afinal, muitas vezes não sabemos o que e nem como perguntar. Tudo isso com contexto e um estilo que reflitam aquela realidade e como se estivesse tendo uma conversa de verdade.
Os caminhos são infinitos. A IA está evoluindo e ficando literalmente mais inteligente à medida que as possibilidades tecnológicas e a própria capacidade humana de criar e de melhor aproveitar esses recursos também avançam.
Precisamos cada vez mais focar em usar esse recurso para que ele seja de fato um plus para nossas decisões de negócios, atuando como uma inteligência complementar à nossa, que nos faça pensar de forma mais ágil
À medida que continuamos a moldar essa tecnologia em nichos específicos, devemos manter o foco na otimização de sua utilidade, garantindo que ela seja uma ferramenta de aprimoramento decisivo, fornecendo insights valiosos e soluções rápidas para o mundo dos negócios e além. A boa notícia é que já estamos trabalhando nisso.
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