Para que os dados sejam distribuídos na região de forma rápida e segura, os data centers precisam atender às melhores práticas da indústria
Por Daniel de Vinatea
Um dos principais efeitos da pandemia foi a clara compreensão da criticidade da tecnologia no suporte à vida diária.
De acordo com a CEPAL, nos países desenvolvidos as indústrias de alta e média tecnologia (aeroespacial, equipamentos de computação, eletrônicos-comunicação, farmacêuticas, instrumentos científicos e manufatura, entre outras) representam quase 50% do valor agregado total.
Nos países em desenvolvimento esse percentual é de 40%.
A indústria de data centers tem uma responsabilidade considerável sobre essa questão.
De acordo com a Statista, a quantidade total de dados criados, copiados e consumidos globalmente já chegou a 70 zetabytes e prevê-se que, até 2025, esse valor chegue a 181 zetabytes.
Sendo a região com a quarta maior taxa de adoção de Internet no mundo (em 2019, 67% de sua população acessava a rede), a indústria de data centers da América Latina também tem muito trabalho a fazer.
Para que os dados sejam distribuídos na região de forma rápida e segura, os data centers precisam atender às melhores práticas da indústria.
É nesse ponto que a certificação tem um papel central.
O estudo “Data centers pós-pandêmicos”, do Uptime Institute, alerta que, conforme os datacenters se tornam mais essenciais para as economias pós-pandemicas, há uma maior necessidade de regulá-los e certificá-los em questões como resiliência e sustentabilidade.
“Governos, órgão reguladores e clientes de TI buscarão, cada vez mais, a garantia de que os data centers estão sendo projetados e operados para manter a disponibilidade durante futuras pandemias”, menciona o estudo.
O panorama da certificação
Data centers precisam fornecer segurança de dados, baixa latência, eficiência e confiabilidade.
As certificações garantem que as instalações estejam em conformidade com as normas e padrões internacionais relativas a esses fatores.
Outro aspecto importante sobre as certificações é o valor que elas agregam quando se está vendendo espaço em datacenters de colocation ou multi-tenant.
Uma infraestrutura certificada aumenta as chances de que o data center será operado adequadamente, dentro dos parâmetros esperados.
Assim, a certificação se torna um diferencial e contribui para a obtenção de uma vantagem competitiva no mercado de colocation/multi-tenant.
As certificações Tier do Uptime Institute são o padrão globalmente reconhecido para confiabilidade e performance geral de data centers.
As certificações LEED, por outro lado, são usadas para questões ligadas à sustentabilidade e à eficiência no uso de recursos.
Na América Latina, as certificações Tier do Uptime Institute estão amplamente implementadas.
O Equador e a Costa Rica foram os dois primeiros países na região a obter certificações Tier IV para seus data centers.
Isso aconteceu no início dos anos 2010, abrindo o caminho a ser seguido por muitos operadores.
Recentemente, um dos maiores fornecedores de serviços de TI na região obteve a mesma certificação, tornando-se o segundo data center no Chile a conquistá-la.
Os datacenters em busca de certificação demandam serviços e soluções que dêem suporte durante o design, a construção e os processos de implementação e instalação da infraestrutura de energia e de refrigeração.
Tudo tem de ser feito em conformidade com os requisitos do Uptime Institute.
Semelhante ao trabalho também foi desenvolvido no Chile, Peru, Brasil e Bolívia, entre outros países da região.
Os operadores de datacenters precisam de sofisticados serviços para efetivamente conseguirem regular e certificar suas infraestruturas.
Esse é um passo importante para, no caso de futuras pandemias, suprir as necessidades de uma sociedade cada vez mais digital.