Por Leonardo Enrique
A operação do Open Banking envolverá os clientes, as instituições financeiras e de pagamento autorizadas a funcionar pelo Banco Central que lhes oferecem serviços
O Open Banking já é uma realidade no Brasil. Com a primeira fase de implementação concluída desde fevereiro, bancos e outras instituições do setor disponibilizam ao público informações padronizadas sobre os seus canais de atendimento e as características de produtos e serviços que oferecem.
Até aqui, das primeiras consultas públicas até a primeira fase do Open Banking, muito se discutiu sobre aspectos técnicos e regulatórios de um sistema financeiro aberto, o que é natural para qualquer iniciativa em implementação.
Mas será em 15 de julho, data de início da segunda fase do projeto, que os consumidores começarão a ver os novos processos estabelecidos pelo Open Banking em pleno funcionamento.
Agora, é preciso avançar nas discussões sobre o que, de fato, fará com que os consumidores compreendam, se engajem e adotem amplamente esse modelo, que tem o potencial de trazer benefícios para eles e para todo o mercado financeiro.
Para isso, é preciso discutir também as oportunidades de negócios que podem ser criadas em razão do Open Banking, bem como cada player poderá transformar os dados disponíveis em insights para novos produtos, soluções e serviços a quem mais importa: os clientes.
O movimento do Open Banking reflete o poder que o tratamento dos dados financeiros dos clientes, com a sua anuência, terão na geração de novos negócios, novas informações e, com isso, melhores produtos e serviços aos seus consumidores.
Esse potencial está sintetizado em relatório publicado pela empresa de pesquisa Allied Market Research.
O trabalho mostra que iniciativas ao redor do globo relacionadas ao sistema aberto geraram US$ 7,29 bilhões em 2018 e devem chegar a US$ 43,15 bilhões em 2026, crescendo a uma taxa anual composta de 24,4% de 2019 a 2026.
Mas como isso será feito na prática? Primeiro, é preciso implementar uma estrutura técnica e jurídica robusta.
A operação do Open Banking envolverá os clientes, as instituições financeiras e de pagamento autorizadas a funcionar pelo Banco Central que lhes oferecem serviços e também as empresas que desenvolverão ferramentas voltadas para engajamento, gestão, análise e refinamento de dados a fim de auxiliá-los nesse processo.
Estados Unidos e Reino Unido estão na vanguarda do Open Banking e, a partir de suas experiências, é possível antever algumas soluções necessárias para melhor aproveitar o seu potencial.
Um levantamento feito com 290 executivos do setor envolvido com o Open Banking em 12 países europeus indica que algumas dessas soluções são algoritmos de score de crédito e risco, verificação de renda e ferramentas de gestão financeira, entre outros.
O Open Banking visa não apenas democratizar o acesso ao segmento financeiro, mas também gerar negócios, mais oportunidades aos players que se estruturarem para isso e, assim, possibilitar um melhor resultado e liderança às empresas que souberem extrair valor desses dados.
Nessa linha, bancos e fintechs precisam estar prontos para lidar com o tratamento de dados para encarar a revolução do seu segmento no Brasil.
Essa transformação no mercado financeiro demonstra, na prática, como o setor tem evoluído no quesito inovação. E quem não se movimentar nessa direção, ficará para trás.
Afinal, na era da informação, nada é tão valioso quanto o poder dos dados para gerar novos e bons negócios para todos.
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