Trabalhei em diversas fintechs, muitas vezes em cenários e momentos turbulentos do mercado, e nunca vi nossa indústria em um estágio tão extraordinário como hoje. Vivemos em uma era de comércio global e conectividade
Por Gabriel de Montessus*
Compreender as complexas forças que impulsionam nosso segmento permite, também, entender quais são as ferramentas para moldar nosso sucesso.
Por isso, identifiquei quatro principais tendências que estão criando o que chamamos de “O Novo Mundo do Comércio”, que podem te ajudar a crescer agora e no futuro.
Tendência 1: avanços tecnológicos
O progresso tecnológico nunca foi tão rápido. As inovações de ontem são os requisitos mínimos de hoje.
A Inteligência Artificial (IA) foi “a revolução” — não muito tempo atrás — e agora as pessoas se sentem à vontade para comprar através de chatbots, por exemplo.
Além disso, estamos presenciando nos últimos anos uma explosão mundial de tecnologias como e-wallets e Mobile POS (Point of Sale).
Importante ressaltar que grande parte dessa tecnologia foi democratizada. A ascensão do SaaS (Software as a Service) e as soluções PnP (Plug and Play) mostram que, praticamente, qualquer empresa pode implementar a tecnologia mais recente de maneira econômica e fácil.
Não basta apenas seguir com o progresso tecnológico. Agora, você deve continuar em busca da “próxima grande coisa”.
Tendência 2: comportamento do consumidor
O comportamento do cliente se move junto com as mudanças tecnológicas. Inovações estabelecem novos precedentes para a expectativa dos consumidores.
O próximo dispositivo pode ser o método de pagamento mais popular e a experiência deve ser intuitiva e consistente, independente do dispositivo utilizado.
Empresas como Uber, Amazon e Airbnb mudaram o jogo, convertendo os pagamentos em uma experiência abrangente para o cliente.
Precisamos pensar em como o comércio social, a gamificação e os aplicativos móveis podem melhorar este cenário ainda mais, pois a tecnologia de ponta influencia o que os clientes desejam.
Podemos até ver a parte dos pagamentos que compõem o processo de compra se tornando passiva ou invisível. Portanto, para se manter no topo, é importante considerar as mudanças na tecnologia para entender como os comportamentos dos clientes mudam, considerando desde o cenário digital asiático até mercados maduros como os da Europa e América do Norte. Se você não estiver um passo à frente das mudanças, sentirá falta delas depois.
Tendência 3: novas regulamentações
O avanço das regulamentações — e suas devidas complexidades — é algo que afeta a todos: do menor ao maior cliente. Elas estão entre as principais preocupações das pessoas e tendem a gerar incertezas sobre suas implicações práticas. Por isso, novas regras precisam ser interpretadas e aplicadas antes mesmo de entrarem em vigor.
Também é importante antecipar como a regulamentação mudará com o tempo e quais fatores estão por vir. Por exemplo, o GDPR — já em vigor na União Europeia, semelhante à LGPD que passa a vigorar em agosto de 2020 no Brasil — afeta o modo como as organizações usam os dados do cliente e como a inteligência artificial é usada para tomar decisões de negócios.
Ao mesmo tempo, esse tipo de regulamentação pode impulsionar a inovação, como estamos vendo com uma série de novos produtos emergentes resultantes do Open Banking.
Tendência 4: concorrência
A democratização das plataformas e da tecnologia tem reduzido barreiras e aumentado a concorrência. A ascensão das startups também mudou a maneira como pensamos sobre os modelos de negócios, em que duas pessoas em uma garagem podem ser uma ameaça tão grande quanto um conglomerado global.
Quando todos querem uma parte da ação e a concorrência pode vir de qualquer direção, as empresas precisam ser mais inteligentes sobre como se diferenciar.
Este novo e valioso mundo também já existe no comércio. Um lugar acelerado e altamente competitivo, o que o torna empolgante.
Consciente disso, é preciso saber que precisamos olhar para todo o quadro e estar ciente das forças que compõem nossa indústria. Este é o caminho para liderar a próxima onda de interrupções, em vez de sermos interrompidos por ela.
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