O real digital (Drex) deve ser lançado oficialmente em dezembro para uso no sistema bancário. Criação da moeda é conduzida pelo Banco Central
O Banco do Nordeste (BNB) iniciou, em fevereiro, sua participação no projeto de desenvolvimento da moeda digital do Brasil, o Drex. A instituição integra um dos consórcios criados pelo Banco Central (Bacen) para realizar testes utilizando ferramentas do sistema financeiro para avaliar a segurança das operações. Pelo cronograma do Bacen, o real digital será lançado, oficialmente, em dezembro deste ano e para ser utilizado no sistema blockchain.
Segundo Carlos Eduardo Gaspar, gerente do Hub de Inovação do BNB (Hubine), a nova moeda digital trará agilidade às operações, aumento na segurança dos processos, redução de custos operacionais e consequente diminuição dos juros aos clientes.
“Nesse sistema, o dinheiro não existe fisicamente. O que existe é um registro em uma blockchain, que é uma espécie de livro de registros compartilhado, que dá segurança praticamente absoluta a transações e rastreamento de ativos. Para que uma transferência seja efetivada, milhares de computadores no mundo têm de validar as informações repassadas pelas duas partes”, explica.
Oscar Sarquis, superintendente de Tecnologia da Informação do BNB, explica que no contexto de TI, o Banco do Nordeste está buscando se antecipar ao cronograma já em fase piloto. Um grupo de técnicos especialistas foi destacado como ponto focal para condução e participação ativa nos fóruns. Esse mesmo grupo tem atuado também em construir as pontes necessárias com os ambientes de negócio para viabilizar um modelo que permita a tokenização de ativos e sua operacionalização na rede Drex.
“A participação do Banco do Nordeste é estratégica uma vez que pode se antecipar na definição de pautas que se relacionam com arquitetura de solução, infraestrutura de rede, privacidade e segurança das transações e informações, além de poder encontrar um modelo de uso que torne a operação Drex viável do ponto de vista financeiro. Toda equipe de TI tem buscado atuar em ações de inovação e transformação digital e essa será uma oportunidade de conectarmos o Banco do Nordeste à esteira de inovação do dinheiro do futuro”, complementa Oscar.
O principal ganho é a agilidade nos processos, como explica o gestor do Hubine. “Como funciona hoje? O registro de um carro, por exemplo, fica no cartório. Se eu for comprá-lo, tenho de conferir a propriedade, se não está dado como garantia, vou ao cartório, as duas partes fazem registros de compra e venda, transferência… Imagina esse registro sendo eletrônico e inviolável. Na hora de comprar, o contrato eletrônico confere se uma parte tem o dinheiro e se a outra possui o bem. O próprio sistema faz a transferência automática e de forma imediata. Além do tempo para a troca de propriedade entre as partes, elimina uma série de participantes de um processo físico convencional”, explica Eduardo Gaspar.
O Banco do Nordeste participa do consórcio de empresas liderado pela Tecban, especializada em tecnologia para serviços bancários. Também estão no grupo Banco da Amazônia, Pinbank Brasil, Dinamo, Banco Arbi, Ntokens, ClearSale, Foxbit Servicos, CPQD, AWS e Parfin.
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O X da questão (ou a questão do X): DREX, PIX e o Sistema de Pagamentos Brasileiro.