A grande mudança no bitcoin está próxima: entenda o que irá acontecer e prepare-se
POR RODRIGO TOLOTTI UMPIERES – InfoMoney
SÃO PAULO – Um dos assuntos mais comentados no mundo financeiro em 2017 é o bitcoin.
A moeda digital vem tendo um forte crescimento nos últimos anos, e novos adeptos surgem todos os dias de olho no rali que ela vem passando, subindo 150% este ano. Mas é preciso ficar atento e dia 1 de agosto poderá marcar uma revolução no mercado.
Uma disputa de desenvolvedores pode levar a um racha na moeda, que passaria a ser dividida em duas a partir desta data.
Apesar de ser uma história complexa, todos os investidores precisam ficar atentos para não perderem tudo que possuem.
Basicamente, o que acontece é que haverá uma atualização na moeda no dia 1º, mas dois grupos se formaram com diferentes propostas sobre o assunto, e nesta atualização pode ocorrer uma separação de ideias, fazendo o bitcoin se dividir em dois. Um destes grupos se comprometeu a ativar o chamado soft fork por meio da BIP 148 (Proposta de Melhoria do Bitcoin, na sigla em inglês).
Neste movimento, eles rejeitarão qualquer bloco da cadeia que não sinalizar suporte para o SegWit (Segregated Witness), uma proposta do grupo de desenvolvedores Core. Eles defendem que para descongestionar o blockchain, uma parte dos dados deve ser administrada fora da rede principal.
Eles afirmam que isso não só reduziria o congestionamento, mas também permitiria que outros projetos, entre eles os contratos inteligentes, fossem acrescentados ao bitcoin. Mas levar os dados para fora do blockchain diminui a influência dos mineradores, a maioria dos quais está na China e investiu milhões em torres de servidores gigantescas.
É por isso que a segunda corrente, formada principalmente pelos mineradores defende apenas aumentar o limite do tamanho do bloco. Para quem não está familiarizado com o assunto, é importante lembrar que em sua criação, foi colocado um limite para o bitcoin, onde se restringe o número de transações que podem ser processadas pela rede, e no atual momento de sucesso da moeda, tem se tornado um grande problema.
Neste cenário, se a maioria dos mineradores não sinalizar apoio ao SegWit em 1º de agosto, o bitcoin será dividido em dois. Nesse caso, haveria dois tipos de tokens da moeda, um que manterá as mesma características atuais e o outro com as novas características do BIP 148.
Para os investidores, é bom saber que neste ambiente, você passará a ter as duas moedas (mas não o dobro de moedas), ou seja, poderá ser usado os dois tipos de bitcoins. A questão é que existem alguns problemas, os dois principais são: a grande volatilidade que deve acontecer no mercado e o fato de que há um alto risco do investidor perder seu dinheiro.
Sobre a volatilidade, não há muito o que fazer. Especialistas apontam a necessidade de ficar calmo ao ver as oscilações nos dias após o acontecimento, e há quem acredite que seja uma boa estratégia vender tudo que tem agora para recomprar depois. Mas esta seria uma estratégia muito arriscada, já que não há certezas sobre o pós-BIP 148.
A questão mesmo é ficar atento à sua carteira. O investidor precisa se certificar que controla suas próprias chaves privadas. Caso armazene seus bitcoins em uma exchange ou uma carteira de custódia, o risco de haver uma confusão é grande, principalmente se estas empresas não estiverem totalmente preparadas, o que poderia levar a uma perda total do investimento.
Por isso, é importante que o investidor armazene seus bitcoin em uma carteira privada, onde ele possua suas próprias chaves. As mais confiáveis são aquelas carteiras de nó completos, já que passam por constante atualizações e aplicam todas as regras do protocolo. Outra alternativa para quem não vai usar as moedas e tem isso como um investimento de longo prazo é a carteira de papel.
É bom o investidor ficar bem preparado porque o ambiente ficará bastante conturbado nas próximas semanas, mas é possível passar por tudo isso sem perdas. Em geral, não tenha mais bitcoins do que você está disposto a perder e garanta que tem suas chaves privadas. A tempestade está chegando, e não é nem a primeira e nem será a última.
FONTE: InfoMoney