O mercado de créditos de carbono se tornou importante para frear mudanças climáticas e apoiar economia verde. Blockchain é a solução para economia de carbono no agro?
Por Ricardo Martins

Nos últimos anos, o mercado de créditos de carbono se tornou um plano importante para frear as mudanças climáticas e apoiar a economia verde.
Na agricultura, essa transformação se tornou ainda mais importante porque é possível remover dióxido de carbono com novas práticas, como preparo direto do solo, uso de biotecnologias e renovação de áreas de pastagem.
Entretanto, do mesmo modo que esse mercado cresce, surgem desafios em torno da segurança, transparência e confiabilidade da negociação de créditos de carbono.
O novo padrão de rastreabilidade e confiabilidade. Ao analisar como essa solução pode revolucionar o setor de créditos de carbono na agricultura, seus benefícios e os desafios que ainda precisam ser superados, é possível identificar alguns pontos de melhoria, mas antes, é importante entender como essa mudança começou.
A ideia dos créditos de carbono surgiu com o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, que estabeleceu metas de redução de emissões para países desenvolvidos. Desde então, o conceito evoluiu para incluir iniciativas voluntárias, muitas vezes lideradas por empresas privadas que buscam neutralizar suas emissões.
Apesar das boas intenções, o mercado enfrentou problemas crônicos de confiabilidade, como a falsificação de créditos, a contagem dupla (quando um mesmo crédito é vendido para mais de um comprador) e a dificuldade em verificar as reduções reais de carbono.
No agronegócio, onde a medição do carbono pode ser complexa e depende de fatores como o tipo de solo e as práticas adotadas, esses problemas se agravam ainda mais.
Isso cria um ambiente de desconfiança que limita o crescimento do mercado e impede que pequenos produtores acessem seus benefícios, no entanto, ao explorar o máximo potencial dos os créditos de carbono no agro, é possível alcançar resultados positivos como: rastreabilidade,, auditoria em tempo real, integração de IoT e dados de campo, além da redução de intermediação.
Um exemplo notável é a Climate Chain Alliance, uma iniciativa global que promove o uso de blockchain para abordar questões climáticas. Outra referência é o CarbonX, uma plataforma que converte créditos de carbono em tokens digitais negociáveis, trazendo liquidez e acessibilidade ao mercado. No Brasil, iniciativas locais também começam a despontar, como startups que utilizam blockchain para monitorar o desmatamento e calcular o impacto ambiental das atividades agrícolas.
Embora o blockchain tenha grande potencial, há adoção e recursos limitados entre pequenos produtores, faltam padrões globais claros e há necessidade de maior transparência entre produtores e consumidores; Educação e treinamento para garantir a adoção efetiva da tecnologia.
À medida que a tecnologia avança e a pressão por soluções sustentáveis aumenta, o blockchain pode ser a base para um mercado seguro, transparente e acessível para créditos de carbono. Para as empresas agrícolas, isso representa não apenas uma nova fonte de receita, mas também uma oportunidade de liderar a transição para uma economia de baixo carbono.
A adoção dessa tecnologia deve ser vista como um investimento no futuro, garantindo que as iniciativas climáticas sejam não apenas eficazes, mas também confiáveis e acessíveis a todos os atores da cadeia.
Sobre Ricardo Martins

Ricardo Martins, graduado em Marketing, Pós-Graduado em Neurociência, Consumo e Marketing pela PUC-RS e também em Jornalismo Digital e Marketing Estratégico Digital. Fundador da TRIWI, com foco nos setores de Tecnologia, Agro, Serviços e Indústria. Atua como palestrante e professor desde 2011, Com mais de 22 anos de experiência em Marketing Digital, sua trajetória profissional inclui empresas como Polishop, XP Investimentos, TOTVS e CNA e como consultor de empresas como B3, Lupo, Multi.
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