Os dados pessoais são a moeda da economia digital, sob as mais diversas perspectivas.
Segundo levantamento da empresa francesa Gemalto, no primeiro semestre de 2018, cerca de 4,55 bilhões de registros foram expostos na internet, um avanço de 133% na comparação com o mesmo período de 2017.
Isso significa que, a cada minuto, 4.827 dados são perdidos ou roubados. Por hora, são 289 mil e, por dia, quase 7 milhões.
Após casos de grandes empresas terem os dados roubados virem a tona, muitos consumidores passaram a se preocupar com os dados pessoais armazenados pelas empresas, tendo sempre algum tipo de receio, como: medo que descubram dados pessoais e realizem transações bancárias não autorizadas; anúncios meio ‘assustadores’, pois eles sabem o que eu vi e busquei; as empresas estão ganhando dinheiro com meus dados. E eu, como fico? Não quero que minhas informações, buscas e conversas sejam vistas por outras pessoas.
Além do receio, as pessoas têm pouco conhecimento em relação à coleta e ao tratamento de dados pessoais. Segundo levantamento da consultoria Ipsos em parceria com o Fórum Econômico Mundial, feito com mais de 18 mil pessoas, em 26 países, revela que apenas um a cada três adultos tem ideia da quantidade de informações que as companhias detêm sobre eles.
Ainda segundo o levantamento, 32% dizem saber o que estas empresas fazem com os dados; 39% têm confiança em relação ao tratamento de dados pelos governos locais; 54% dizem merecer alguma recompensa por fornecer seus dados; 62% defendem a possibilidade de se recusar a fornecer dados pessoais.
No Brasil, 60% dos entrevistados afirmam que consumidores devem ter o direito de escolher se seus dados serão ou não coletados e utilizados por empresas.
Pensando nisso, Ariane Maia, diretora da A² BI, empresa de gestão de dados, preparou algumas dicas para o uso seguro da internet:
- Liste os principais sites e redes sociais que está cadastrado e revisite os termos de uso: é um processo chato, mas permite entender as autorizações que já foram dadas e, eventualmente, liberar apenas o que faz sentido;
- Descubra como seus dados básicos estão na internet – faça uma busca do seu nome e veja os resultados. Utilize aspas para ter resultados mais completos. Exemplo: “José dos Santos Silva”;
- Cuidado com links e brincadeiras tipo ‘Quiz’ – comum nas redes sociais, eles podem ser artimanhas para captura dados. Inclusive, é possível descobrir o que o Google e o Facebook têm de informações do usuário logado. Saiba como: Google; Facebook.
- Quando falamos em smartphones, a atenção deve ser redobrada, pois a instalação de apps pode liberar permissões sem sentido para o serviço que será disponibilizado. Com isso, é preciso prestar atenção às liberações que são pedidas ao instalar novos apps e conferir se fazem sentido. Por exemplo, uma lanterna não precisa saber sua localização geográfica.
Saber como seus dados poderão ser aproveitados pelas empresas é vital para que se use as novas tecnologias sem medo e da melhor forma possível.
Chegou a LGPD e agora, o que fazer? Por Eder Souza
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