Na África do Sul tem aumentado rapidamente a demanda por biometria nos espaços comerciais
Estudo realizado pela consultoria Technavio indica que os investimentos em biometria devem crescer 23% entre os BRICS nos próximos quatro anos (2015-2019).
Mas o principal uso dos sensores de impressão digital ainda tem como missão evitar fraudes nos controles de presença e horas trabalhadas – impedindo funcionários de recorrer a colegas para validar presença quando, na verdade, não estão trabalhando.
Apesar de alguns bancos sul-africanos terem sido os primeiros a adotar a autenticação biométrica, foi no Brasil que bancos e empresas de investimento apostaram largamente na identificação das impressões digitais para impedir todo tipo de fraude, economizar tempo e facilitar a vida do usuário.
O sistema financeiro brasileiro é bastante amadurecido e extremamente consciente sobre a importância de salvaguardar a identidade dos clientes – ao mesmo tempo em que simplifica o acesso de milhares de pessoas às suas contas bancárias.
Hoje, cerca de 90 mil caixas eletrônicos brasileiros contam com sensores biométricos, mas ainda há quase 70 mil que precisam investir nessa tecnologia tão conveniente e segura. E esse é somente um dos segmentos analisados no Brasil, já que há muito a crescer em outros segmentos.
Ainda em relação aos BRICS, suas diferenças socioeconômicas têm levado empresas de tecnologia a desenvolver abordagens de sucesso em termos de autenticação biométrica. Enquanto a Rússia conta com uma relativamente alta tecnologia e educação, tem de desafiar velhos modelos para construir negócios mais competitivos.
Já a China, que tem uma força de trabalho não muito qualificada, viu na biometria uma forma de não perder tempo até superar problemas existentes. Ou seja, a identificação biométrica socorre uma grande parte da população com dificuldades de aprendizado.
No Brasil, apesar de contar com tecnologia superior e boa base de desenvolvimento humano, o acesso facilitado às operações em caixas eletrônicos tem atendido uma grande parcela da população em risco social, que depende de assistência do governo federal. Já na Índia, como grande parte da população fala inglês, a adaptação ao mercado global e novas tecnologias se deu mais rapidamente.
Independentemente do grau de inovação de cada um desses países, a autenticação biométrica é considerada por todos uma solução segura e de fácil implantação, sendo muito eficiente no combate a fraudes. Sendo assim, atividades governamentais (imigração, controle de fronteiras, eleições, emissão de documentos etc.) e segmentos da economia como bancos, transporte, saúde, varejo e educação vêm investindo cada vez mais na tecnologia biométrica para identificar pessoas e aumentar a segurança das operações.
No Brasil, a tendência para alguns segmentos é atingir a maturidade, enquanto outros devem apresentar grande crescimento no período. É o caso dos setores de transporte (terrestre, aéreo e portuário), saúde, varejo e indústria. Já na Rússia, deve haver grande investimento em biometria para controlar a movimentação dos portos.
A identificação das impressões digitais ainda segue liderando o ranking de tecnologias de reconhecimento, seguida da identificação facial, íris, voz, veias e outros. Isto se dá principalmente porque a identificação biométrica da impressão digital oferece a melhor relação custo/benefício em termos de investimento e segurança – sem contar a conveniência para os usuários.
Por isso, apesar dos desafios que cada um desses países está enfrentando em termos econômicos, a tecnologia biométrica continuará sendo vista como um investimento importante a ser realizado.
(*) Kerry Reid é vice-presidente global de vendas da HID Biometrics
Fonte: CIO