O crescimento dos últimos anos do setor de TI – Tecnologia da Informação e Telecom deve ser interrompido em 2016, de acordo com Sérgio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom | Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação.
[blockquote style=”2″]É possível que (o setor de) softwares de serviços se mantenha ou com crescimento zero ou ligeiramente negativo”, disse Sérgio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom, no comitê de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Amcham – São Paulo, na quarta-feira (27/1). De acordo com o executivo, o segmento de softwares tem demanda relativamente estável. Se a economia cresce, o pessoal compra softwares de TI para acompanhar o crescimento. Se ela encolhe, compra-se TI para melhorar a eficiência operacional. De uma forma ou de outra, softwares sempre são demandados.[/blockquote]
Nos últimos anos, o setor vinha crescendo em função da grande demanda por serviços de TI e câmbio favorável. A aceleração do dólar no final do ano e a redução na fabricação de equipamentos por conta da MP 690 [que elevou a tributação de alimentos, bebidas e produtos de TI] mudou o cenário, segundo Gallindo.
[blockquote style=”2″]O setor de hardware (notebooks, smartphones e servidores) sofreu com isso no ano passado e vai continuar sofrendo em 2016”, acrescenta.[/blockquote]
Isso também se refletiu na venda de smartphones, uma vez que tanto os produtos como seus componentes são importados. Gallindo explica que o faturamento da categoria aumentou em 2015, mas em contrapartida houve queda na venda de unidades.
[blockquote style=”2″]Isso indica que o preço médio unitário subiu provavelmente 50% e tornou mais difícil o acesso dos dispositivos à população.”[/blockquote]
Teleco
No setor de telecomunicações, Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, disse que a crise econômica diminuiu o faturamento das operadoras e se verificou uma mudança de comportamento de consumo. Os usuários passaram a optar por serviços de dados (acesso à internet via banda larga móvel) em relação aos serviços de voz (telefonia fixa e móvel).
[blockquote style=”2″]Como é possível fazer ligações via dados (através de apps de mensagens), os usuários passaram a migrar do serviço pré-pago e começaram a descartar o segundo ou terceiro chips de telefone pré-pago”, afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.[/blockquote]
Com isso, o ano de 2015 testemunhou o crescimento de telefones pós-pagos e banda larga fixa e a desaceleração de pré- pagos, TVs por assinatura (que foram preteridos pelas assinaturas de serviços de filmes por streaming) e telefones fixos.
Tude estima que em 2015 o volume de receitas de serviços de dados das operadoras representou 52% do faturamento total, contra 48% dos serviços de voz.
[blockquote style=”2″]No ano passado, foi a primeira que o serviço de dados superou as vendas de serviço de voz, e isso deve se repetir em 2016”, afirma o consultor.[/blockquote]
Fonte: Amcham | Brasscom