O ano da tecnologia começou com o ChatGPT sendo o aplicativo de inteligência artificial (AI) mais falado ao redor do mundo
Por Adriano da Silva Santos
A ferramenta funciona basicamente como um chatbot de IA generativa.
Ou seja, de forma simples, o software atua de modo a entender e se comunicar conosco de uma maneira muito próxima de uma conversa com um ser humano real.
Um ser humano muito inteligente e experiente, que conhece cerca de 175 bilhões de informações e é capaz de se lembrar de qualquer uma delas quase instantaneamente.
As funções e a capacidade do ChatGPT alimentaram a imaginação do público sobre o que poderia ser possível com a IA.
Já existe muita especulação sobre como isso afetará um grande número de funções humanas, desde o atendimento ao cliente até a programação de computadores.
Aqui, porém, quero dar uma olhada rápida no que isso pode significar para o campo da segurança cibernética.
É provável que isso leve a um aumento no número já crescente de ataques cibernéticos direcionados a empresas e indivíduos? Ou coloca mais poder nas mãos daqueles cujo trabalho é combater esses ataques?
Na prática isso se desenha da seguinte maneira: o ChatGPT – e mais importante, as futuras interações da tecnologia – têm aplicações tanto em ciberataque quanto em ciberdefesa.
Isso ocorre porque a tecnologia subjacente conhecida como processamento de linguagem natural ou geração de linguagem natural (NLP/NLG) pode facilmente imitar a comunicação humana, tanto escrita como falada e também pode ser usada para criar novos códigos de computador.
Portanto, de um lado negativa algumas das possibilidades que uma parte maliciosa pode ter à sua disposição incluem: escrever e-mails de fraude e phishing mais elaborados que encorajem os usuários a compartilhar senhas ou dados pessoais confidenciais, como informações de contas bancárias.
Além disso, ele também pode automatizar a criação de muitos desses e-mails, todos personalizados para atingir diferentes grupos ou até mesmo indivíduos.
Por outro lado, há também aplicações potenciais para defesa. Isso passa, por exemplo, pela identificação de golpes de phishing; pela codificação de software anti-malware; pelo diagnóstico de vulnerabilidades no código existente; na autenticação e até mesmo, na criação de relatórios e resumos automatizados, podendo ser aplicado na automatização de resumos em linguagem simples dos ataques e ameaças que forem detectados, combatidos ou daqueles dos quais uma organização provavelmente será vítima.
Esses relatórios podem ser personalizados para diferentes públicos, como departamentos de TI ou executivos, com recomendações específicas para diferentes pessoas.
Adentrando mais essa questão, existe hoje um intenso debate internacional sobre se a IA provavelmente levará a perdas generalizadas de empregos e redundância entre os humanos.
Minha opinião é que, embora seja inevitável que alguns empregos desapareçam, é provável que outros sejam criados para substituí-los também.
Sendo assim, o mais importante é que os trabalhos perdidos sejam principalmente aqueles que exigem trabalho repetitivo e rotineiro – como instalar e atualizar filtros de e-mail e software antimalware.
Aqueles que permanecem, ou são criados recentemente, em contrapartida, deverão requerem conjuntos de habilidades mais criativas, imaginativas e humanas.
Isso incluirá o desenvolvimento de conhecimentos em engenharia de aprendizado em máquina para criar novas soluções, mas também o desenvolvimento e a construção de culturas de conscientização sobre segurança cibernética nas organizações, orientando as forças de trabalho sobre ameaças que não podem ser interrompidas pela IA (como os perigos de escrever detalhes de login na postagem) e partir disso, desenvolver abordagens estratégicas inovadoras para a segurança cibernética.
Sobre Adriano da Silva Santos
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina. Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter Adriano Silva | LinkedIn
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