Relatório global da Cisco mostra que a maioria das organizações ainda não possui infraestrutura, governança e segurança preparadas para escalar a IA — e alerta para o risco crescente da “dívida de infraestrutura de IA”.
O Cisco AI Readiness Index 2025, em sua terceira edição, revela um cenário de ambição acelerada, mas de maturidade desigual entre as empresas que investem em Inteligência Artificial.
O estudo global aponta que apenas 13% das organizações no mundo estão realmente prontas para capturar valor com IA — um grupo de elite que a Cisco chama de Pacesetters.
Essas empresas têm em comum uma abordagem disciplinada e sistêmica, que equilibra estratégia, infraestrutura, dados, governança, talentos e cultura organizacional. Segundo o relatório, os Pacesetters fazem da prontidão para IA uma prática contínua, não um projeto isolado, transformando inovação em um processo repetível e mensurável.
Ambição em alta, infraestrutura sob pressão
O relatório mostra um paradoxo: 83% das empresas planejam implantar agentes de IA, mas apenas 34% dizem ter infraestrutura escalável o suficiente para lidar com as novas demandas computacionais. Essa lacuna de capacidade e planejamento dá origem ao conceito introduzido pela Cisco: a “AI Infrastructure Debt” — uma evolução da dívida técnica que marcou as primeiras ondas da transformação digital.
Essa “dívida de infraestrutura de IA” representa o acúmulo de atalhos e subinvestimentos em arquitetura, dados e segurança, que se tornam gargalos à medida que as organizações ampliam o uso da IA. Ignorá-la pode gerar impactos financeiros e operacionais significativos, como custos crescentes, lentidão na inovação e vulnerabilidades de segurança.
O grupo dos Pacesetters
Os Pacesetters — cerca de 13% das empresas pesquisadas — são aquelas que conseguem capturar valor real de seus investimentos em IA.
Eles:
- Planejam e investem com antecedência, evitando gargalos e modernizando data centers.
- Medem resultados com métricas claras: 95% têm processos formais de monitoramento.
- Centralizam dados e integram segurança aos sistemas de identidade digital.
- Promovem cultura e talentos voltados à inovação contínua.
Enquanto a maioria das empresas ainda luta para transformar pilotos em projetos produtivos, os Pacesetters já reportam ganhos de 1,5 vez maiores em lucratividade, produtividade e inovação — e 77% deles já finalizaram casos de uso de IA.
Valor que vai além do financeiro
O relatório reforça que o impacto da IA não se resume a resultados financeiros. Ele se manifesta também na melhoria da experiência do cliente, aumento da eficiência operacional, automação de processos e criação de novos produtos e serviços.
Mais da metade das empresas entrevistadas afirmam já perceber ganhos tangíveis, e 86% esperam avanços expressivos em produtividade até 2028.
Setores como manufatura, serviços financeiros, saúde e tecnologia lideram o uso de IA para automação, segurança e gestão de riscos.
Segurança: o elo mais fraco
A Cisco alerta que apenas 31% das empresas se consideram plenamente capazes de proteger sistemas de IA autônomos, o que inclui a capacidade de detectar ameaças, proteger dados sensíveis e impedir o uso indevido de modelos.
Os Pacesetters, por outro lado, são três vezes mais propensos a integrar IA a sistemas de segurança e identidade digital, adotando criptografia avançada, controle granular de acesso e governança de agentes autônomos.
O relatório enfatiza que a segurança deve ser nativa à infraestrutura de IA, e não um componente adicionado após a implementação.
Conclusão: valor segue a prontidão
A principal lição do Cisco AI Readiness Index 2025 é que o valor da IA está diretamente ligado à prontidão organizacional. Aquelas que investem em infraestrutura, governança e cultura estão mais aptas a transformar a IA em vantagem competitiva sustentável.
Empresas que tratam a prontidão como uma estratégia contínua de governança e inovação — e não apenas como um projeto tecnológico — são as que estão moldando o futuro digital com segurança e eficiência.
Principais dados do relatório
- 8.039 executivos entrevistados em 30 países.
- 6 pilares de avaliação: estratégia, infraestrutura, dados, governança, talentos e cultura.
- 13% das empresas são Pacesetters, com prontidão total.
- 83% pretendem implantar agentes de IA.
- Apenas 34% têm infraestrutura escalável.
- 77% dos Pacesetters já finalizaram casos de uso de IA.
- 95% medem resultados com métricas definidas.
- 31% se consideram preparadas para proteger sistemas de IA autônomos.
Nota do Editor – Crypto ID
O relatório Cisco AI Readiness Index 2025 foi um dos estudos apresentados durante o evento Cisco CyberSec Tech Day São Paulo, realizado em 5 de novembro, que contou com a presença do Crypto ID, representado por Susana Taboas e Regina Tupinambá.
Durante o evento, executivos da Cisco destacaram a importância da convergência entre inteligência artificial, criptografia e identidade digital como base da segurança corporativa moderna. O estudo reforça as discussões realizadas no encontro, evidenciando que a preparação estrutural e cultural é o fator decisivo para transformar IA em valor real e sustentável.
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