Existem fortes indícios para se acreditar que os meios e formas de pagamento com as criptomoedas se consolidam ainda mais no próximo ano
Por Adriano da Silva Santos
Há uma coisa que todas as criptomoedas têm em comum: elas estão mudando a maneira como a sociedade se envolve nas atividades financeiras do dia a dia.
A percepção de dinheiro, propriedade e valor lentamente estão se alterando para uma valorização mais forte das moedas baseadas em blockchain e criptografia.
Nesse cenário, é amplamente aceito que as moedas em geral precisam atender a seis critérios principais: devem ser duráveis, portáteis, divisíveis, fungíveis, escassas e amplamente aceitas como pagamento.
E embora a maioria geralmente satisfaça os cinco primeiros requisitos, sua aceitabilidade como método de pagamento, e não apenas como instrumento de investimento especulativo, tem sido historicamente baixa.
Entretanto, isso pode estar chegando ao fim. Investimentos como Tokens, NFTs, DeFI, Stablecoins e as tradicionais Bitcoins e Ethereum estão em processo de regulamentação em algumas regiões como Reino Unido, União Europeia, parte da Ásia, na Arabia Saudita e claro, no Brasil.
Esse movimento está ocorrendo em consonância ao aumento na inclusão financeira dos brasileiros.
De acordo com os dados do relatório “Financial Inclusion – Evolution and The Digital Push” da Capco em 2017, 30% da população não era bancarizada. Hoje, esse número representa 16%.
A adoção de novas tecnologias mudou a relação do brasileiro com o dinheiro. Assim como o Pix, as criptomoedas foram um dos alicerces para essa transformação, que à medida em que se torna mais popular entre o público geral, mais é usada como um meio de pagamento em si.
Além disso, uma pesquisa recente feita pela Deloitte em colaboração com o PayPal mostrou também que grande parte dos comerciantes acreditam que muitos de seus clientes atualmente têm um interesse significativo em usar moedas digitais para pagamentos.
Eles estão convencidos de que o interesse do cliente aumentará com o tempo, e quase 75% relataram planos para aceitar pagamentos com stablecoin ou outros ativos digitais, ambos até 2024.
Por outro lado, a legislação brasileira ainda encontra dificuldades para adotar criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin.
Conforme descrito na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos os salários devem ser pagos em moeda corrente, ou seja, o real.
No entanto, com mais pessoas investindo em moedas digitais, a expectativa é que elas possam participar de maneira mais efetiva da economia brasileira, mesmo que não sejam diretamente vinculadas ao salário.
Outro sintoma dessa tendência é que a partir de 2023, em importantes cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo, contribuintes poderão pagar seus impostos, como IPTU, através de moedas digitais.
No caso dos cariocas, por exemplo, é esperado que tenham a opção de utilizar mais de uma criptomoeda para efetuar o pagamento e que futuramente, outros tipos de impostos sejam habilitados para essa modalidade.
Além disso, o Banco Central também está em trâmites para emitir as diretrizes do novo Real Digital, moeda virtual do Brasil.
Os testes iniciais começarão no próximo ano e a principal diferença, em razão das demais opções, será o marco regulatório do Banco Central, que será o órgão responsável pela segurança jurídica nessas futuras transações.
Portanto, existem fortes indícios para se acreditar que os meios e formas de pagamento com as criptomoedas se consolidam ainda mais no próximo ano.
Para que esta nova era digital traga melhorias significativas para nossas sociedades, precisamos de fortes estruturas regulatórias – que estão em andamento –, bem como uma comunidade informada e educada de empresas e consumidores com conhecimento e poder para moldar este espaço e fazê-lo cada vez mais inclusivo a todas as classes sociais.
Sobre Adriano da Silva Santos
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina. Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter Adriano Silva | LinkedIn
Leia outros artigos escritos por Adriano da Silva Santos aqui!
Os seis principais desafios para cibersegurança em 2023
Dilema cultural da transferência de responsabilidade na segurança digital
Como capitalizar na era de ouro da segurança cibernética?
Certificado SSL oferece vantagens criptográficas, de integridade e autenticação
O Crypto ID trilhou um caminho incrível!
Ao longo de uma década, fomos além das inovações e tendências, tornando-nos referência em segurança digital, identificação e privacidade.
Neste marco tão especial, renovamos nosso compromisso com um mundo digital mais seguro e confiável.
Agradecemos a todos que fizeram e fazem parte dessa trajetória – parceiros, colunistas, colaboradores, assessorias de imprensa e a nossa comunidade! Juntos, estamos construindo um futuro em que empresas, máquinas e pessoas possam confiar muito mais umas nas outra.