Equipamentos e sistemas continuam, em sua grande parte, sendo operados por seres humanos e, invariavelmente, são suscetíveis a erros. De acordo com dados da Pesquisa Global de Segurança da Informação 2016 promovida pela PwC, 41% dos entrevistados informaram que os incidentes de segurança da informação nas empresas envolveram os funcionários
Por Cassio Brodbeck*
O estudo ouviu 600 empresas sediadas no Brasil. Entre os principais incidentes relatados estão o roubo de propriedade intelectual e dados de clientes, com impacto direto nos recursos financeiros das corporações.
Treinar colaboradores para operar sistemas computacionais pode minimizar incidentes associados a segurança da informação.
Contudo, esta iniciativa caracteriza apenas um dos pontos que devem ser levados em consideração para o aprimoramento da segurança nas empresas. Além do investimento em tecnologia e treinamento dos colaboradores, é de suma importância que os times de segurança estejam alinhados aos conceitos associados a defesa eletrônica e/ou cibernética. Estes dois segmentos estarão entre as principais profissões do futuro.
No Brasil, institutos universitários já se mobilizam para abrir cursos e formar tecnólogos com tais competências.
Por sua dimensão, número de habitantes e posicionamento, nosso país está sob a mira de potenciais atividades maliciosas, o que requer a necessidade de estarmos à frente no que diz respeito a profissionalização de especialistas no segmento.
De acordo com informações publicadas no estudo Networking Skills, divulgado pela Cisco em parceria com a IDC, a estimativa é que até 2019 haja uma demanda no mercado de 46% por profissionais de rede para atuar na América Latina. Isto inclui aqueles cujo foco de atuação seja a segurança da informação.
A pesquisa vem de encontro a outra que cabe ser citada, organizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), divulgada neste ano.
A América Latina se torna um alvo fácil para a ação de cibercriminosos por concentrar um alto uso de dispositivos com Windows nativo, além da não preocupação em manter os sistemas atualizados. Tanto que o Brasil foi um dos vinte países mais atingidos – o único da América Latina, neste grupo – quando da ocorrência do ciberataque envolvendo o ransomware WannaCry em maio passado.
Com o crescimento da necessidade desse tipo de perfil profissional, em virtude, sobretudo, dos ciberataques, aumenta também a expectativa salarial.
Estima-se que a média dos salários de profissionais que atuam nesse segmento varia entre cerca de R$ 5.800, em 2016, até R$ 11.500, em 2017, considerando níveis hierárquicos e suas obrigações. Ou seja, a possibilidade de renda superior também potencializa o interesse pelo segmento, elevando a oferta de cursos e especializações na área.
Cursos sobre criptografia, testes de invasão de redes, análise de vulnerabilidade em redes/softwares e análise forense de redes são algumas das capacitações promovidas por empresas e entidades especializadas em segurança da informação, no Brasil e no exterior.
Seguramente, profissionais que já atuam no segmento de tecnologia e desejam se especializar em segurança digital, investindo em especializações desse nível, estarão na vanguarda do conhecimento.
*Por Cassio Brodbeck, CEO da OSTEC Business Security, especializada em segurança virtual corporativa.