Levantamentos indicam que o número de vítimas no ambiente digital é superior ao de crimes cometidos fora da internet
Com a população cada vez mais conectada à internet e crimes cibernéticos se popularizando, a ideia de que “o perigo mora nas ruas” parece estar ficando mais distante da realidade.
Isso porque, de acordo com pesquisas, o risco de ser vítima de um crime virtual é tão grande quanto o de um crime de rua no Brasil.
Números do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian mostram que em janeiro de 2023 foram registrados 284.198 mil tentativas de fraude de identidade no Brasil. Isso significa que a cada nove segundos um brasileiro foi vítima desse crime no país.
Já de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um brasileiro é assaltado a cada 17 segundos. Ou seja, fora da internet, os criminosos levam quase o dobro de tempo para fazer uma vítima.
“Essa mudança na forma como os crimes estão sendo praticados nos mostra que os criminosos estão acompanhando os avanços na tecnologia e inclusive, aprimorando golpes, para fazer mais vítimas, algo que começa a ser evidenciado pelas estatísticas. Vemos claramente uma incidência maior de crimes no ambiente digital do que aqueles cometidos na rua e isso tende a aumentar”, comenta Henrique Schneider, CEO da Netfive.
Práticas e comportamentos podem ampliar riscos no ambiente digital
Alguns fatores ajudam a explicar por que os crimes digitais estão se tornando mais comuns. Um dos principais motivos é que as transações financeiras ocorrem cada vez mais com o auxílio da internet.
Isso implica numa diminuição da circulação de dinheiro vivo e no aumento da preferência pelo pagamento por meio digitais, como o Pix, e cartões.
Além disso, outro fator que torna o ambiente digital favorável para a aplicação de golpes é a baixa exposição do criminoso na internet e a facilidade de fraudar páginas e dados. O comportamento do usuário, porém, também pode ampliar o risco de ser vítima de um crime digital.
Como? Ao compartilhar ou expor na web informações pessoais ou, ainda, utilizar senhas fracas em aplicativos ou sites, práticas que são mais recorrentes do que imaginamos, conforme indicam os dados da pesquisa IS4all – Segurança da Informação para todos, realizada neste ano pela Netfive.
O levantamento apontou que 60% das pessoas utilizam ou já utilizaram uma mesma senha em várias plataformas e aplicativos e que 25% dos usuários compartilham senhas com colegas de trabalho, familiares e amigos. Esses comportamentos facilitam a atuação de criminosos.
“Quando falamos de segurança da informação, o fator humano é decisivo, e ao analisar esses dados, percebemos que os próprios usuários podem acabar contribuindo para o aumento dos crimes digitais. Por isso, é necessário ampliar o conhecimento da população sobre como se proteger na internet e acreditamos que a conscientização e o treinamento – dentro das organizações – são os caminhos para diminuir riscos”, finaliza o CEO da Netfive, Henrique Schneider.
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