O metaverso também abre um leque enorme de possibilidades de interação, aspecto importante principalmente em tempos de interações remotas
Após o recente anúncio sobre a mudança de nome do Facebook para Meta, o metaverso se tornou um assunto muito comentado, entretanto seu conceito ainda não é muito conhecido.
A operação de rebranding do Facebook teve como objetivo anunciar a marca como uma empresa focada no metaverso, e não mais como uma rede social.
Como diz Mark Zuckerberg, com o metaverso será possível nos teletransportarmos para reuniões, trabalho, festas de família e muitas outras coisas. Sem falar sobre o fato de poupar muito tempo em nossa rotina e não prejudicar o meio ambiente.
O Crypto ID entrevistou Guilherme Menezes (Moika), Consultor em Engenharia de Software do CESAR, para falar um pouco sobre o metaverso e o futuro das interações.
Crypto ID: O que é o metaverso e como funciona?
Guilherme Menezes: Metaverso é uma definição, já antiga, de uma evolução na interação homem-máquina com a criação de um “universo” paralelo [e concorrente] ao mundo real. Ambientes virtuais que se integram ao dia a dia das pessoas (usuários do metaverso) e incrementam as experiências sejam elas reais, aumentadas (mistas) ou virtuais se tornando uma experiência perene ao mundo real.
O metaverso pode ser alcançado com a integração da tecnologia de realidade virtual ou aumentada, através da criação de perfis virtuais dos usuários e formas de interação e comunicação ou compartilhamento das informações e acontecimentos entre os mundos (real e virtual).
Crypto ID: Quais os benefícios?
Guilherme Menezes: Um benefício claro da busca pelo metaverso é a constante evolução técnica exigida para sua completude. É necessário termos avanços tecnológicos nas áreas de realidade virtual como óculos 3D, hologramas, dispositivos sensoriais e de feedback, assim como evolução no hardware necessário para atender o processamento como placas de vídeo, processadores e afins.
Outro aspecto que trazemos evolução com o metaverso é a qualidade e potência da conexão e acesso à internet. Para termos servidores e máquinas capazes de prover o metaverso e se conectar de forma a não ter más experiências de uso, uma conexão estável e com baixa latência é necessária.
O metaverso também abre um leque enorme de possibilidades de interação, aspecto importante principalmente em tempos de interações remotas como em pandemias.
Crypto ID: Por que o Facebook está apostando no metaverso?
Guilherme Menezes: Falando em avanços tecnológicos, maturidade de tecnologias e interações remotas, é um bom momento para se falar de uma inovação disruptiva. Considerando inovação disruptiva aquela mudança em que “quebramos” a forma convencional de interação, o metaverso seria uma mudança brusca na forma em que interagimos com o mundo virtual e com pessoas do mundo inteiro.
Salas de reunião virtuais, ambientes completamente virtuais acessíveis, possibilidade de locais de compras e outros serviços básicos de forma remota são uns dos exemplos que o metaverso permite alcançar e, com o momento de pandemia alinhado ao avanço tecnológico nas pesquisas de realidade virtual e novas interações, indicam que essa aposta estava praticamente pedindo para ser feita.
Crypto ID: Quais os principais desafios da implantação?
Guilherme Menezes: Um grande desafio envolvido na implantação do metaverso é referente ao custo de se manter toda a infraestrutura. É de se esperar que grandes empresas busquem pela maior relevância em disponibilizar e prover serviços de metaverso, mas para considerar um “mundo paralelo que ocorre ao mesmo tempo e ligado aos acontecimentos do mundo real” devemos ver uma área enorme de investimento de recursos e tecnologia para atender.
A maturidade da tecnologia para recursos de realidade virtual também é um desafio em que vemos grandes avanços mais recentes e que ainda devem passar por atualizações até chegarmos em dispositivos mais acessíveis e menos incômodos de serem utilizados.
Há também a segurança de dados e transações, assunto recorrente em qualquer serviço online e principalmente por se tratar de uma escala global. Perguntas como: “Qual a moeda do metaverso?”, “Meus dados estão expostos?”, “Existem regras e leis que regem as ações no metaverso?”; devem acontecer ao longo do tempo.
Crypto ID: No Brasil é viável?
Guilherme Menezes: Sabemos que o acesso à internet de qualidade com preços justos e também dispositivos de ponta como óculos de realidade virtual hoje em dia no Brasil podem ser considerados como luxo.
Para se considerar viável uma implantação como a do metaverso devemos considerar se a tecnologia ou serviço é popular e acessível, o que pode ser um grande desafio atualmente para o Brasil.
Acredito que a busca por serviços menos rebuscados e que precisem de menor poder de processamento e conexões sejam as apostas para popularizar o metaverso. Serviços como salas de reunião virtual (2D) usando dispositivos móveis ou computadores pessoais, interações de realidade aumentada que usem de baixo processamento como a câmera e a tela do celular podem ser serviços que incitam a população no uso do metaverso.
Crypto ID: Gostaria de acrescentar mais alguma informação?
De forma geral acredito que o tema de metaverso apesar de não ser novo é sempre de muita curiosidade, dúvidas e inovação. É comum pensarmos na aplicabilidade com os jogos e interações avançadas como representadas na literatura (filmes, livros, jogos).
Apesar de concordar com esse aspecto e torcer para o sucesso dessa busca, acredito que o metaverso tem grande valia para o público geral (não especializado) e que devemos buscar por formas “naturais” de interação que façam com que o uso do metaverso deixe de ser algo incômodo ou que demande esforço, assim acredito que conseguimos caminhar para que dê certo.
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