Líderes de segurança de grandes bancos apresentam, no CIAB Live, ações e estratégias para controle de novas tentativas de golpes virtuais
Por Guilherme Meirelles
Os golpes virtuais tornaram-se mais sofisticados e atingem até mesmo os nativos digitais, que imaginavam-se imunes às práticas de crimes cibernéticos.
Devido ao isolamento social e ao rápido movimento rumo ao home office, as fraudes bancárias tornaram-se mais frequentes, principalmente aquelas em que a engenharia social dos criminosos induz o cliente a facilitar o desfecho do golpe.
No painel “As novas tentativas de fraudes e ameaças cibernéticas durante a crise”, no CIAB Live 2020, representantes de alguns dos principais bancos apresentaram as ações que estão sendo desenvolvidas.
As iniciativas incluem desde a necessidade da conscientização da educação digital dos clientes como, principalmente, a colaboração permanente entre as instituições, a Anatel e as operadoras de telefonia para descobrir e tirar do ar os sites e aplicativos fraudulentos que buscam ludibriar os clientes.
Segundo Ednaldo Oliveira, gerente nacional de Segurança Tecnológica da Caixa, desde o início das medidas emergenciais, a instituição já “derrubou” mais de 60 aplicativos falsos que usavam a marca do banco.
O painel inicial foi voltado para as táticas de engenharia social utilizadas pelos fraudadores a induzir os clientes a facilitarem os golpes. Entre as estratégias dos criminosos estão aquelas que sequer fazem parte dos serviços do banco, mas que conseguem seduzir o cliente desavisado, tais como telefonar dizendo-se do call center da instituição ou ainda oferecer graciosamente os serviços de um motoboy para pegar o cartão suspostamente clonado.
“São casos em que uma checagem mais atenta do cliente desmascararia o criminoso. Até mesmo os clientes que já nasceram no mundo digitalizado clicam inadvertidamente em links enviados pelo WhatsApp”, afirma Bruno Fonseca, superintendente-executivo de Prevenção a Fraudes do Bradesco.
No ambiente interno, o Bradesco tem lançado mão de recursos de inteligência artificial e computação cognitiva para descobrir e tirar do ar os aplicativos fraudulentos.
“Mas sempre com a missão de não interferir no sistema e nas operações do dia a dia dos clientes”, disse Fabrizio Pinna, superintendente-executivo do Bradesco.
Para Adriano Volpini, head de Corporate Security do Itaú Unibanco, os investimentos dos bancos em tecnologias como biometria facial e presencial, senha randômica e algoritmos, tornam-se eficientes e encurralam os fraudadores junto a um processo de conscientização do cliente a respeito da segurança de seus dados bancários.
”Educação digital é um aprendizado e é o caminho mais eficaz”, afirma.
Na mesma linha, Álvaro Teófilo, head de Segurança do Santander Brasil, defendeu maior conscientização por parte das empresas em detectar os riscos cibernéticos que as companhias estão sujeitas no mundo virtual. “Na pandemia, ficou constatada a vulnerabilidade do sistema Android quanto aos aplicativos oferecidos em sua loja”, disse, ao se referir ao sistema operacional desenvolvido pela Google.
Nos próximos meses, o sistema financeiro terá um grande desafio ao garantir a segurança dos dados quando do lançamento do novo sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, o PIX, reforçou Jorge Krug, head de TI do Banrisul.
Com a maior incidência de golpes cibernéticos, cresce a necessidade do espirito colaborativo entre os bancos instalados no Brasil. No âmbito institucional, a colaboração vem sendo por meio do grupo federal de defesa Guardião Cibernético, do qual participam órgãos do governo federal, agências reguladoras, empresas de telecomunicações e os bancos, entre outros agentes públicos e privados.
“A troca de informações entre os bancos é fundamental para que haja a rápida intervenção na retirada de sites e aplicativos fraudulentos”, completa Oliveira, da Caixa.
Fonte: Noomis
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