Especialista em cibersegurança dá dicas para proteger empresas de eventuais vulnerabilidades dos dados no mundo digital
O vazamento de informações sensíveis é uma das maiores preocupações com as quais convivem as empresas, uma vez que são nos dispositivos eletrônicos (computadores, smartphones corporativos, tablets etc) em que se concentram boa parte das atividades executadas por elas. Mas quais as melhores práticas que podem ser adotadas para protegê-las do vazamento de dados?
Os custos que as empresas têm com o vazamento de dados corporativos estão com a perspectiva de aumentarem em 2023, atingindo a marca de R$ 26,3 milhões.
Os números foram especulados pela empresa global de cibersegurança Acronis. De acordo com ela, já houve aumento de 60% nos incidentes do tipo em 2022.
“Acredito que as questões envolvendo segurança digital hoje ocupam o topo das preocupações das empresas no Brasil e no mundo. Não tem como ser diferente, afinal, o vazamento de dados pode comprometer as organizações nos mais diversos níveis, além de prejudicar seus colaboradores também”, explica Vinícius Oliverio, especialista em cibersegurança e cofundador da Urmobo, startup que realiza o gerenciamento de dispositivos corporativos móveis.
Abaixo, Oliverio elenca oito práticas que podem ajudar a sua empresa a se proteger de eventuais vazamentos de informações sensíveis.
1. Consolidar uma área de segurança da informação
O primeiro passo para garantir precisão no controle e no gerenciamento de dados do seu negócio é a implementação de um departamento de Tecnologia da Informação focado na segurança.
A área de TI está diretamente ligada aos dados, uma vez que todos passam pelos sistemas de informações do negócio.
“Profissionais especialistas no assunto vão saber implementar as melhores estratégias de seguridade de dados, conforme o cenário do seu negócio, considerando variáveis como o orçamento disponível”, explica Vinícius Oliverio.
Por isso, se a sua empresa ainda não tem uma área de segurança de TI, agora, é indispensável começar a construí-la.
2. Adotar uma política interna de gestão de dados
Um documento que estabelece uma política interna de gestão de dados deve informar quais são as diretrizes da empresa no tratamento de informações sensíveis e apontar quais são as boas práticas implementadas, além de orientar os colaboradores em relação à sua conduta.
É essencial que este documento seja compartilhado com todos os colaboradores. “O alinhamento das expectativas é importante para que as estratégias implementadas tenham eficácia. Outro detalhe é que fazer um benchmarking com outros negócios pode ajudar bastante a sua organização na hora de construir a sua política de gestão de dados”, complementa Thiago Carvalho, diretor de marketing da Urmobo.
3. Treinar seus colaboradores de forma contínua
“A capacitação é a melhor forma de garantir que as estratégias para evitar o vazamento de dados obtenham o resultado esperado”, afirma Thiago.
É necessário que se faça o treinamento da sua política de gestão de dados no momento do onboarding de novos colaboradores e também que se implementem sessões de capacitação e de atualização.
Para fazer com que esse processo desperte o interesse dos funcionários, uma dica interessante é adotar a estratégia da gamificação para o compartilhamento do conteúdo.
“Essa técnica torna o aprendizado menos doloroso, fazendo com que as informações sejam absorvidas de forma natural”, completa o diretor de marketing.
4. Configurar atualizações automáticas de software
A automatização de processos na TI é um recurso poderoso em diversas rotinas do negócio. Os computadores que estão conectados à rede corporativa recebem a informação, e o usuário prossegue com a reinicialização do equipamento para concluir as atualizações.
Isso é interessante porque torna possível que as ações de segurança de dados sejam aplicadas, inclusive, em computadores da empresa que estão fora do local de trabalho.
A tecnologia VPN (Virtual Private Network, ou Rede Privada Virtual) permite que os seus colaboradores tenham acesso à rede corporativa de casa. Basta que eles tenham acesso à Internet.
“Com a popularização do trabalho remoto, isso merece destaque, já que a sua organização consegue executar as mesmas rotinas operacionais possíveis no ambiente corporativo, com a seguridade necessária”, explica Vinícius Oliverio.
Claro que, com as máquinas atuando em vários locais, a sua área de segurança de TI deve estar sempre implementando novas ações para reforçar a proteção aos dados.
5. Investir em ferramentas que usam o cloud computing
A tecnologia Cloud Computing (isto é, Computação em Nuvem) revolucionou as rotinas operacionais. Por meio dela, tornou-se possível utilizar diversos softwares essenciais para a operação do negócio sem precisar sair de casa. Isso permitiu à empresa uma redução de custos enorme com equipamentos de TI.
Outro ponto de destaque é a segurança proporcionada pelo Cloud Computing. “A Computação em Nuvem é uma das tecnologias mais seguras que temos. Inclusive, ela está por trás de diversas soluções em cibersegurança.
Ao implementar a transformação digital no seu negócio, busque sempre aplicações que usem esse recurso”, aconselha o cofundador da Urmobo.
6. Ter uma rotina de auditorias para segurança de dados
A sua empresa tem certeza de que não há nenhuma informação sensível caindo em mãos inadequadas? Quando temos um escândalo de vazamento de dados, fica claro que existem falhas na segurança de TI do negócio. Mas e quando os dados são vazados aos poucos, sendo usados de forma criminosa?
“Muitas vezes, o cliente fica se perguntando o que pode ter acontecido. Pensa que foi hackeado e que o problema está em algum acesso dele, mas os dados foram roubados no seu negócio”, alerta Thiago Carvalho.
Por isso, tenha um cronograma de auditorias para garantir a eficácia das estratégias de segurança de dados.
7. Seguir as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados
A instituição de uma Lei de Proteção de Dados no Brasil traz maior credibilidade aos negócios nacionais. “Além dos clientes se sentirem mais seguros e confiantes ao criarem um relacionamento com uma marca, a reputação das empresas brasileiras no mercado externo é favorecida. Dessa forma, os nossos negócios se tornam atrativos para os investidores estrangeiros”, explica o diretor de marketing da Urmobo.
É importante seguir as disposições da legislação brasileira, que representou um marco no debate envolvendo cibersegurança no país.
Em vigor desde setembro de 2020, já foram proferidas decisões em mais de 120 ações, nos tribunais brasileiros, em relação à LGPD.
8. Implementar um gerenciamento de dispositivos móveis
Nesse cenário, além da proteção dos dados, outro detalhe ganha destaque: o controle dos ativos móveis da empresa.
Esses itens são onerosos para a organização, essenciais para as atividades dos colaboradores e alvos de furtos e roubos, deixando as informações expostas a criminosos.
“O gerenciamento de dispositivos móveis é uma solução necessária para evitar custos desnecessários e situações propícias ao vazamento de dados”, conclui Thiago Carvalho.
Sobre a Urmobo
Fundada em Ribeirão Preto (SP) em 2017 por Vicente Oliveiro, Vinicius Olivério e Thiago Carvalho, a Urmobo é uma plataforma de gerenciamento de dispositivos móveis e gestão de ativos que garante a proteção da informação corporativa.
Por meio de um console web, a empresa oferece a gestão, administração, monitoramento e controle total de smartphones, tablets e coletores de dados, garantindo assim, mais segurança e produtividade aos colaboradores e ao negócio.
Com atuação no Brasil, Colômbia, Chile, Argentina, Panamá e Equador e a gestão de mais de 100 mil dispositivos em sua plataforma, a startup possui uma solução única e com duas versões no Brasil — FIT (gestão básica) e PRO (para quem requer uma gestão mais profunda).
Atualmente, a empresa conta com parceiros como Biosev, Cevale, SLC Agrícola, Grupo BIG, Brinks, Braspress, supermercado Zona Sul, AES Brasil, Asics, Secretarias de Educação, entre outros.
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