Especialista em crimes digitais alerta para os riscos e orienta como se proteger
Motoristas de diversas regiões do Brasil estão sendo alvo de uma nova modalidade de crime digital conhecida como “Golpe da CNH”.
Os criminosos têm se aproveitado do medo e da desinformação para aplicar fraudes e roubar dados pessoais.
A fraude começa com o envio de mensagens de SMS, alegando, de forma enganosa, a suspensão da carteira de habilitação do motorista.
Essas mensagens contêm links que direcionam as vítimas a sites fraudulentos, que imitam as páginas oficiais de órgãos de trânsito, como os Detrans.
Nesses sites, os motoristas são induzidos a preencher informações pessoais, como CPF, que, uma vez fornecidas, são utilizadas pelos criminosos para gerar cobranças via Pix, desviando os valores para contas de laranjas, conforme aponta levantamento da Kaspersky, empresa especializada em cibersegurança.
A prática já foi registrada em São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
De acordo com Francisco Gomes Junior, advogado especialista em crimes digitais e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais (ADDP), a crescente onda de golpes tem gerado apreensão entre as vítimas e especialistas na área.
“É fundamental que os motoristas se conscientizem de que os Departamentos de Trânsito não utilizam canais não oficiais para enviar notificações de suspensão de CNH. Mensagens desse tipo devem ser ignoradas imediatamente”, alerta o advogado. “Qualquer comunicado legítimo é realizado exclusivamente por correspondência dos Correios, nunca por SMS ou outros meios digitais”, acrescenta.
O advogado também explica que a técnica usada pelos golpistas é uma forma de manipulação, um dos princípios do phishing, que visa obter informações confidenciais por engano. “Ao clicar nos links de sites fraudulentos, a vítima expõe dados sensíveis que podem ser utilizados não apenas para golpes financeiros, mas também para furtos de identidade”, destaca o advogado.
Além de ignorar mensagens suspeitas, o presidente da ADDP aconselha os motoristas a verificarem sempre a autenticidade das comunicações, acessando diretamente os sites oficiais dos Detrans ou entrando em contato com os órgãos responsáveis.
“É essencial que a população adote hábitos de prevenção, como evitar fornecer informações pessoais em sites desconhecidos ou clicar em links não verificados”, orienta Gomes Junior.
A ADDP reforça que a melhor maneira de combater esses golpes é por meio da conscientização e da denúncia.
“Qualquer tentativa de fraude deve ser imediatamente reportada às autoridades competentes para que as investigações possam ser iniciadas e as vítimas protegidas”, conclui o advogado.