Vírus invade computadores do GDF e suspende raio X em hospitais
Sem rede, Base e Taguatinga não conseguem imprimir radiografias; governo diz fazer ‘plantão’ para resolver pane. Até as 18h, não havia diagnóstico preciso, mas técnicos apontavam falta de atualização.
Serviços públicos do Distrito Federal foram afetados, na tarde desta segunda-feira (24), por um ataque cibernético a computadores do governo. Até as 19h, o governo confirmava problemas em máquinas da Secretaria de Saúde e de administrações regionais. Segundo o GDF, não houve acesso a dados de contribuintes.
Maior unidade de saúde da rede pública, o Hospital de Base suspendeu os exames de raio X por tempo indeterminado (entenda abaixo). O mesmo também aconteceu no Hospital Regional de Samambaia.
Responsável pela tecnologia do governo, a Secretaria de Planejamento afirma que o setor está “trabalhando em regime de plantão” para resolver o problema e normalizar a rede.
Até as 19h, também havia registro de máquinas atingidas no Metrô, na Secretaria de Educação, no Detran e no DFTrans. O G1 entrou em contato com esses órgãos, e aguardava retorno até a publicação da reportagem.
Até o início da noite, os técnicos da Secretaria de Planejamento “não confirmavam, nem negavam” a relação do vírus WannaCry – que afetou 150 países, em maio deste ano – com o ataque desta segunda. Apesar disso, segundo eles, é provável que as máquinas afetadas não estivessem com o sistema operacional e o antivírus devidamente atualizados.
A pasta também afirmou ao G1 que o “núcleo duro” do governo – Casa Civil, Casa Militar, Fazenda e Planejamento – não foi afetado pela invasão.
Segundo o Planejamento, a atualização das máquinas depende diretamente do gestor de cada secretaria, órgão ou autarquia. A subsecretaria responsável pelo tema emite apenas as diretrizes, mas não faz a intervenção direta nas máquinas.
Sem raio X
Até que o problema seja solucionado, apenas pacientes graves terão direito às radiografias no Base. Segundo a Secretaria de Saúde, uma “instabilidade na rede GDFNet” impede que as imagens produzidas sejam reveladas.
Com isso, a radiografia só pode ser visualizada no próprio computador, inviabilizando o atendimento em larga escala. “Pacientes eletivos (marcados previamente) terão o exame reagendado para a data mais próxima possível, assim que o sistema voltar à normalidade”, diz o comunicado da Secretaria de Saúde.
Em relação ao problema no hospital de Samambaia, a pasta informou que os pacientes que precisarem do exame serão encaminhados à UPA da região e ao Hospital Regional de Taguatinga, que não sofreram o ataque cibernético.
Fonte: G1