Enquanto os microchips dobravam a capacidade de processamento em um ano e meio, a IA dobra em três meses, e quem ainda não começou a usá-la, já está atrasado
Por Alex Collmer
Desde que os computadores passaram a fazer parte das nossas vidas, adotamos a Lei de Moore como termômetro do progresso tecnológico.
Um PC, um celular, um iPod, ou qualquer aparelho equipado com microchips dobrava a capacidade de processamento e de armazenamento a cada 18 meses.
Foi assim nos últimos 50 anos, dentro das empresas, e mais recentemente, entre os consumidores.
Acabamos nos acostumando aos ciclos de lançamento dos aparelhos, e ao fato de que eles ficam duas vezes melhores a cada ano e meio.
A questão é que a Inteligência Artificial está mudando até mesmo a Lei de Moore. De acordo com a OpenAI, a IA está duplicando de tamanho a cada três meses.
Para resumir e simplificar, vamos dizer que ela ficará 20 vezes mais rápida que a Lei de Moore. Analisando friamente o cenário, podemos dizer que é improvável que qualquer pessoa esteja preparada para um ritmo de mudança tão rápido em tão pouco tempo.
O que posso adiantar é que não vejo a possibilidade de existir um setor que será mais afetado pela IA a curto prazo do que o marketing, talvez, por viver mergulhado nele.
Para as empresas, a chave do sucesso será compreender quais ferramentas de IA serão rapidamente massificadas, além de entender também como serão utilizadas em prol de um sucesso de mais longo prazo.
Descobri que os aplicativos e softwares de navegação – como Google Maps ou Waze – são uma boa analogia para essa argumentação. Para aqueles que já utilizaram um mapa em papel para chegar a determinado lugar, a invenção dos apps foi um incrível salto.
Mas, por mais fantástico que sejam, o Waze e o Maps não podem ser considerados um diferencial competitivo. São bilhões de pessoas, nesse exato momento, utilizando em seus smartphones.
Tome como exemplo a situação em que a minha esposa e eu tivéssemos de levar nossos filhos em um jogo de futebol em Nova York, e estivéssemos em carros separados.
Se eu pesquisasse o destino com o termo “Nova York”, no Google Maps, e ela como “Randall’s Island, campo 81, Nova York, NY”, um de nós chegaria ao jogo e o outro não seria considerado um bom pai.
O exemplo é bastante simples, mas serve para mostrar que nós dois utilizamos a mesma tecnologia, mas tivemos resultados bem diferentes de acordo com o input que inserimos em nossa pesquisa sobre um mesmo destino.
A maneira de utilizar a ferramenta é o que fará a diferença. Quanto mais apurado o input, ou prompt, mais eficiência será alcançada com as ferramentas de IA.
Lembra do ritmo 20 vezes mais acelerado que à Lei de Moore? Então, não estamos tão longe disso. A expectativa é que dentro de dois anos todos os profissionais de marketing possam escolher as suas ferramentas de IA generativa que permitirão criar instantaneamente tudo o que quiserem. Muito parecido com o que são hoje o Google Maps, Waze e Apple Maps.
O que será considerado realmente uma vantagem, um diferencial, é a criatividade. Segundo a Nielsen Catalina Solutions, líder mundial em medição, dados e análises de audiência, a criatividade tem contribuição direta de 47% nas vendas de produtos e serviços.
Tendo isso em mente, a capacidade de obter inputs inteligentes, orientados por resultados criativos entregues por dados, transformarão as ferramentas de IA em vantagem competitiva entre os profissionais de marketing.
A IA desempenha também um papel importante na tomada de decisões automatizadas, como no Google e Meta. Em breve, ela permitirá que os profissionais de marketing antecipem as melhores decisões. Isso tudo garantirá que o dinheiro investido seja atribuído de maneira mais inteligente.
Os profissionais de marketing não podem ignorar a revolução da IA que se aproxima, portanto. A IA vai sacudir completamente o marketing, não daqui 10 anos ou 5 anos, mas nos próximos 24 meses.
Quando isso acontecer, haverá dois tipos de empresas: as que estão preparadas e as que ficarão para trás. A decisão é sua!
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