A Folha essa semana noticiou dia 06/07/2016, uma matéria com o título: Gestão Haddad expõe na internet dados de pacientes da rede pública.
Segundo a matéria, estavam abertas informações como nome completo, CPF, endereço e número de telefone dos pacientes da rede pública da cidade de São Paulo.
O mais impressionante é que a prefeitura alegou que os dados que estavam publicados na extranet eram de responsabilidade da gestão anterior e que atualmente essas informações estão sob a custódia da Prodan e são “protegidas” com senha e login. Senha e Login?
O que foi apurado pela Folha é que os dados podiam ser encontrados e acessados, sem necessidade de senha ou nome de usuário, por qualquer um que fazia buscas em sites como Google –por exemplo, com as palavras “extranet”, “prefeitura” e “São Paulo”.
Questionada pela Folha na manhã desta terça (5), a gestão Fernando Haddad retirou as planilhas da internet por volta das 16h. A matéria cita que a prefeitura também disse que foi aberto processo para apurar a responsabilidade pela falha.
Ainda não é possível saber se esse problema ocorreu só na gestão Haddad ou se os dados estão expostos no site desde administrações anteriores.
As informações divulgadas foram registradas no período de 2001 a 2007. As planilhas apresentavam informações referem a 350 mil pacientes mulheres e 300 mil servidores e ex-servidores públicos.
Ainda segundo a Folha, podia-se encontrar, por exemplo, dados de praticamente todas gestantes e detalhes sobre parto (se foi prematuro) e gravidez (se era de risco ou se houve algum aborto).
Constavam nomes de 15.926 mães que tiveram bebês nascidos com menos de sete meses de gestação, 4.237 com abortos e 181 com mortes de recém-nascidos. Em alguns casos, havia inclusive a data de aborto da mulher registrada no serviço de saúde.
A Folha consultou individualmente os dados de 15 pessoas que aparecem nas planilhas e confirmou a veracidade das informações –com elas, por telefone, ou com outros sistemas oficiais que disponibilizam só parte dos dados gerais (sem CPF e telefone residencial, por exemplo).
A Secretaria de Saúde da gestão Fernando Haddad afirmou a Folha que as informações sobre pacientes e funcionários foram retiradas do ar e que foi aberto um processo para apurar a responsabilidade pela exposição desses dados pessoais na internet. Por meio de uma nota enviada à reportagem, a pasta afirma que “trabalha pela proteção dos dados dos pacientes e funcionários e constantemente avalia seus protocolos de acesso e segurança”.
Segundo a secretaria, os dados expostos fazem parte de um “canal interno” que está “fora de uso desde o início de 2013”, primeiro ano de mandato do prefeito Haddad.
Na reportagem da Folha os interlocutores da prefeitura disseram que atualmente os dados estão hospedados na Prodam (empresa de tecnologia da prefeitura) com outras informações, “todas protegidas por uso de senha e login de acesso restrito”.
É inadmissível com tantas informações que circulam na mídia sobre a importância da privacidade dos dados de usuários, clientes e pacientes que ainda exista por parte das autoridades total irresponsabilidade no trato com os dados das pessoas e principalmente informações de saúde e da rede pública de pacientes da maior cidade brasileira.
Isso realmente deve ser apurado e os responsáveis devem responder judicialmente por esse ato de exposição de informações sensíveis e particulares dessas pessoas. Não importa se foi antes ou depois da atual gestão. Planilhas publicadas sem nenhuma proteção? Isso é realmente uma vergonha!
E será mais um escândalo que vai acabar recaindo no corpo técnico e não nos gestores míopes e desinformados que não liberaram os recursos necessários para implementar ambientes eletrônicos seguros como deveriam ser.
Com informações publicadas na Folha: Matéria Gestão Haddad expõe na internet dados de pacientes da rede pública – 06/07/2016 – Cotidiano – Folha de S.Paulo