As principais propostas para uso do Blockchain em bancos serão apresentadas na Emerging Links, primeira conferência internacional sobre a tecnologia a ser realizada no Brasil
Estima-se que existam mais de 40 plataformas inspiradas no conceito de Blockchain, que surgiu em 2008, após a crise financeira, como uma solução para dar segurança nas transações entre pessoas e organizações.
O Blockchain original funciona como um banco de dados e uma rede ponto a ponto em que registros de transações ficam distribuídos entre milhares de computadores. A distribuição e a criptografia do registro garantem a integridade da transação, sendo impossível adulterá-la.
Desse conceito originaram-se outras plataformas, algumas preservando o modelo Open Source do Blockchain, e outras sendo desenvolvidas como soluções proprietárias. Entre os destaques estão as plataformas Ethereum, que tem apoio da Microsoft; a Hyperledger, uma iniciativa da IBM; e a Corda, nascida dentro do Consórcio R3 – que reúne mais de 50 instituições financeiras em nível global -, mas que caminha para ser incorporada ao Projeto Hyperledger.
“A IBM já vinha desenvolvendo um código base blockchain mas entendeu que, para ter sucesso, ele deveria ser Open Source, uma vez que a rede é colaborativa. Em dezembro de 2015, junto com dezenas de empresas como Intel, Cisco e Hitachi, levou a iniciativa para a Linux Foundation e criou o Projeto Hyperledger”, conta Luiz Fernando Jeronymo, arquiteto para a indústria bancária e mercado financeiro da IBM Brasil, que será um dos palestrantes do evento Emerging Links.
Jeronymo explica que o Hyperledger é um projeto guarda-chuva com diversas iniciativas. Uma delas é conduzida pela própria IBM, dando continuidade ao desenvolvimento do código original da empresa denominado Hyperleger Fabric, que já foi 50% evoluído pela comunidade de desenvolvedores.
Outra frente é o Saw Tooth Lake, liderado pela japonesa NTT. E por fim, o Corda, do R3, que, no final de 2016, decidiu tornar sua plataforma Open Source, aderindo ao Projeto Hyperledger.
Gustavo Paro, executivo sênior da Microsoft para serviços financeiros e especialista em Blockchain – que também estará entre os palestrantes do Emerging Links -, esclarece que, assim como o Hyperleger e o Corda, o Ethereum utiliza protocolo aberto e seu desenvolvimento é feito por uma comunidade de mais de 30 mil desenvolvedores.
Além disso, criou-se o Consórcio Enterprise Ethereum Alliance com participação inicial de 30 dos mais influentes integrantes da Indústria de finanças, tecnologia, e startups de Blockchain.
“A Microsoft é um dos participantes desse grupo, cujo objetivo é endereçar a questão da interoperabilidade entre os diversos Blockchains privados. Tanto o Corda, via Consórcio R3, quanto o Hyperledger, possuem ou participam de iniciativas parecidas”, explica Paro. O Blockchain é parte da estratégia de transformação digital da Microsoft.
Já a IBM aposta no modelo de redes de negócios fechadas e permissionadas, com participantes conhecidos e governança coordenada entre eles. Para Jeronymo, continuarão existindo várias plataformas, cada uma com uma função específica.
“Haverá empresas usando mais de uma rede e é possível que, no futuro, seja necessário algum tipo de integração entre plataformas. Mas não acredito que nenhuma vá se impor como padrão”, analisa o especialista a IBM.
Serviço
Data: 5 e 6 de abril de 2017
Hora: 09h às 18h
Local: Roof Top 5 Convention Center, Av. Faria Lima, 201, Instituto Tomie Ohtake
Outras informações sobre o evento podem ser obtidas em: www.emerginglinks.com.br