Por Samuel Possebon
O mercado de carros conectados ainda parece distante, mas nem tanto. Carros com algum nível de inteligência e conectividade já são comuns no mercado. O primeiro passo é justamente a integração dos carros conectados aos smartphones dos usuários e às redes de telecomunicações.
Para Alexandre Abreu, gerente de tecnologia da Fiat Chrysler Automobiles, o conteúdo eletrônico dos carros conectados está aumentando de maneira logarítmica, e é natural que a conectividade também venha junto com esse aumento. Ele lembra que um automóvel barato, como o Uno, tem 17 centrais eletrônicas, número que chega a 41 em veículos de alta gama, como o Renegade.
“Tudo isso pode ser, potencialmente, conectado ao smartphone e é necessário fazer essa integração”. Para ele, é importante que smartphones e apps estejam preparados para essa conectividade. “Se vamos deixar o celular como janela de entrada do carro, é preciso ter regras. E mais do que informações de software, é necessário firewall em hardware monitorando todo o que acontece, porque os hackers vão tentar entrar”, disse ele, ressaltando a dificuldade de integração e a necessidade de segurança.
Para ele, a comunicação V2V (entre veículos) também é uma realidade a médio prazo, mas muita coisa vai ter que acontecer antes. “Certamente o V2V terá que vir em plataformas abertas”. Ele lembra que com o fim da Portaria 245 do Contran, que previa a instalação de dispositivos de rastreamento nos veículos, criou-se um vácuo que precisará ser ocupado com alguma outra padronização de conectividade.
Fabrício Biondo, diretor de marketing da PSA/Peugeot Citroën, sem conectividade não existe carro autônomo.
“E achamos que a conectividade tem que ser feita pelo celular. Mas tudo isso gera muita informação e as empresas de telecomunicações precisam estar preparadas. A questão de segurança é crítica e é importante que nem todas as funções dos carros conectados sejam controladas de maneira conectada”. Ele concorda com a necessidade de padronização e acha necessário que os dois setores busquem uma auto-regulamentação.
Pablo Larrieux, diretor de IoT e inovação da Telefonica/Vivo, as teles têm experiência em conectar mais de 100 milhões de usuários e estão preparadas para conectar veículos.
“As evoluções de tecnologia tendem a replicar o que veio antes”. Sobre os problemas de segurança e padronização, ele lembra que essa é uma dificuldade para todo o mercado de Internet das Coisas e M2M, e que a indústria automotiva se beneficiará dos avanços em outros setores.
Para Samuel Russell, diretor de novos negócios e desenvolvimento da GM, acredita que a indústria automobilística e a de telecomunicações se unem pela mobilidade, e que a grande oportunidade está em descobrir como tirar proveito do período em que o usuários está se deslocando em um veículo. Ele acredita, contudo, que nem toda a conectividade se dará pelo celular e que boa parte das funções exigirão uma conexão dos próprios carros conectados
Fonte: Convergecom