A tendência no mercado financeiro é a de que o uso massivo da tecnologia gere conexões mais diretas, dispensando infraestruturas complexas
Por André Nazário
Os avanços tecnológicos e as mudanças nas formas de se relacionar e trabalhar marcaram o mercado em diferentes setores.
Quando se fala em setor financeiro, não apenas a digitalização, mas diversas iniciativas do Banco Central, como o PIX e o Open Banking, proporcionaram um estímulo à criação de soluções inovadoras e aumento da competitividade no mercado.
Segundo dados da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022, no ano passado, o orçamento dos bancos em tecnologia atingiu R$ 30,1 bilhões, um crescimento de 13% em relação a 2020.
Para 2022, a estimativa é a de que esse orçamento seja de R$ 35,5 bilhões, 18% a mais do em 2021. Ainda conforme a pesquisa, as prioridades dos bancos são segurança cibernética, inteligência artificial, 5G, cloud pública e big data.
Esse cenário dinamizou ainda mais as negociações, fazendo com que os agentes desse setor precisem de avanços significativos para a comunicação entre traders. Quando falamos em agilidade e alto desempenho na comunicação no mercado financeiro, estamos indicando a possibilidade de conexão de qualquer lugar e não apenas da mesa de operações, utilizando dos avanços tecnológicos para o emprego de ferramentas que proporcionem esse dinamismo.
Além de vários canais, a realidade pede menos fricção, processos naturais e pouco burocráticos, mantendo alto nível de regulação e governança, indispensável para o mercado financeiro. A tendência é de que o uso massivo da tecnologia proporcione conexões mais diretas entre operadores, dispensando infraestruturas complexas e dispositivos físicos.
Se antes era pré-requisito o uso de um link dedicado para as comunicações, assim como de equipamentos e de linha telefônica, hoje é possível fazer isso remotamente, com busca, conexão e comunicação direta entre os operadores.
Outra tendência na comunicação do mercado financeiro é o aumento do nível de personificação dos usuários, fazendo com que seja possível reduzir a burocracia da busca e conexão entre traders.
Diante de todas essas mudanças, não se pode esquecer da necessidade de avanços constantes na segurança, que acompanhem esse dinamismo e facilitação da comunicação, fazendo com que esses avanços possam ocorrer de forma totalmente segura e dentro das exigências de governança corporativa e compliance.
Esse é um ponto que é de fundamental importância dentro da comunicação crítica no mercado financeiro. Ao mesmo tempo em que essa comunicação pede mais agilidade, praticidade e tecnologia, proporcionalmente, a necessidade de recursos que garantam o compliance se tornam ainda mais essenciais.
Isso porque, há alguns anos, a comunicação do mercado financeiro era muito concentrada em trading turrets, a mesa de operações financeiras, dispositivo ligado aos sistemas de telefonia usado por operadores, bancos comerciais e de investimento, além de outros agentes do setor, como corretoras.
Essas mesas ainda são utilizadas, mas hoje existem diversas opções de ferramentas para realizar uma negociação, e a tendência do mercado é que essa multiplicidade aumente, com soluções de fácil acesso, dinâmicas e práticas.
Porém, o compliance precisa ser cumprido em qualquer uma delas, ou seja, ele precisa evoluir juntamente com essas ferramentas.
Por isso, é vital que as inovações que são apresentadas para o mercado tenham recursos que possibilitem auditorias e garantam a segurança dos usuários, como elementos de gravação e relatórios.
Isso reforça também a premente necessidade de segurança, mas com o aumento na quantidade de informações sendo compartilhadas digitalmente, cresceram também as oportunidades de ataques cibernéticos. Evitar que dados sensíveis sejam expostos é um desafio especial para as instituições financeiras.
Conforme um levantamento realizado pela Apura, no ano passado as tentativas de roubo de dados bancários aumentaram 141% em comparação ao ano anterior. Nesse sentido, fica claro que as ferramentas mais inovadoras do mercado precisam também ter uma especial atenção para cibersegurança, utilizando recursos como criptografia e firewall, acompanhando a evolução da comunicação no setor com elementos que também a tornem cada vez mais segura.
Todo esse cenário aponta para que, em 2023, se consolidem ainda mais os investimentos em inovação tecnológica no mercado financeiro, trazendo soluções para antigos e novos desafios que certamente as instituições enfrentarão, e que exigem respostas rápidas e inovadoras dos demais agentes do mercado.
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