Até 800 bilhões de dólares. Esta é a estimativa do valor do metaverso até 2024, segundo a Bloomberg Intelligence
Com o aumento da adoção do home office no mundo e a alta procura por soluções digitais para a rotina de trabalho, o metaverso – ambiente virtual que busca unir o mundo físico e o digital – entra em pauta como uma alternativa aos espaços de trabalho na vida real, criando expectativas e preocupações entre os executivos de TI.
Segundo José Antonio Furtado, sócio-diretor da TGT Consult, o metaverso é o encontro de diversas modernas tecnologias com o intuito de oferecer liberdade de escolha para o público.
“O metaverso traz consigo um potencial de mudança amplo, uma vez que conecta o mundo real com o virtual, podendo criar um futuro dos negócios, novas formas de relações entre as pessoas, educação e tudo mais. Caberá ao ser humano fazer o melhor uso deste potencial”.
“Essas tecnologias emergentes, como 5G, realidade virtual e realidade aumentada propõem um universo diferente, que dará possibilidades para qualquer pessoa de atuar em condições de igualdade com outros colaboradores, permitindo que muitos consigam traduzir e produzir o necessário de uma forma muito melhor por conta da tecnologia”, comenta Mauricio Ohtani, analista líder da TGT Consult/ISG.
Em 6 de abril, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, apresentou o que ele considera o primeiro conceito de home office no metaverso, um escritório virtual em 360º descrito por ele como o novo espaço no qual é possível “atender chamadas do Messenger, ler e-mails ou trabalhar em seu próximo grande projeto”.
Ele também mencionou que o número de usuários de headsets de realidade virtual seguem aumentando, o que é verdade. De acordo com a Mordor Intelligence, o setor de realidade virtual vai atingir cerca de US$ 184,66 bilhões até 2026.
O metaverso é um ponto de interesse para as companhias nacionais, uma vez que a perspectiva do uso do ambiente virtual para a alavancagem de negócios demonstra vantagens e pontos de atenção, como explica Vinícius Gallafrio, CEO da Madeinweb.
“Ainda não está claro se o futuro do metaverso é um único ambiente virtual ou se vai se manter como atualmente, no qual cada um cria o seu. Isso obviamente dificulta para as empresas que estão querendo entrar nesse mercado de muitas formas, principalmente para entender por onde começar e como tudo isso funciona”.
Para Ana Lin, associada sênior da TGT Consult/ISG, o conceito do metaverso já vem sendo desenvolvido no universo dos jogos há bastante tempo.
“Em games, os personagens possuem vidas virtuais completas com dinheiro, trabalho, habilidade de comprar um carro e fazer amigos. Além dos videogames, vemos bastante o uso em e-commerce, com várias empresas oferecendo experiências virtuais para os clientes, nas quais o público pode comprar um tênis ou até mesmo a versão digital dele, que eventualmente pode ser usada para a caracterização de um personagem de um jogo”.
Com o ininterrupto aumento nos casos de crimes cibernéticos, uma das preocupações para os executivos é justamente o quão seguro o metaverso realmente será para as empresas que decidirem seguir o caminho da total digitalização. Para Flavio Inojosa, Head of Digital Pre-Sales da T-Systems, um ponto de interesse na evolução da tecnologia é saber até que ponto as empresas poderão controlar a coleta de dados.
Em reuniões, empresas discutem decisões estratégicas, produtos, serviço, números…“Mas até que ponto a privacidade das informações está garantida neste mundo virtual?”, questiona o profissional. “A questão é: precisamos saber o que está saindo do ambiente corporativo para um ambiente aberto”, finaliza.
No geral, o conceito de metaverso é extremamente vasto, abordando áreas diversas, inclusive fora do mundo coorporativo.
“Fala-se muito de interações de negócios e reuniões com o metaverso, mas eu acho que vai muito além disso. Hoje já pensamos no uso da realidade virtual para, por exemplo, fazer programas para tratamento de traumas. Neles, é possível colocar uma criança em um ambiente virtual de vacinação para ela sofrer menos traumas com a experiência”, exemplifica Ana Lin.
No entanto, a especialista ressalta que o metaverso é ainda um vasto mundo, que precisa ser compreendido em suas possibilidades de aplicações de modelos de negócios.
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