Esse ano no CIAB 2018 a Microsoft privilegiou as soluções de parceiros que são integradas as suas soluções nativas. O interessante é a diversidade de tipos de serviços oferecidos pelas parcerias e o porte da empresas.
Neoway: a empresa está trazendo ao evento um novo serviço de análise de risco que utiliza Inteligência Artificial para realizar pesquisas detalhadas, tendo como base 38 milhões de CNPJs cadastrados na plataforma.
Simply: a fintech mineira quer agilizar processos bancários por meio de um sistema que automatiza a conferência de documentos. Uma rede neural baseada em IA e machine learning garante a análise e o cruzamento de dados para aprovações de contas, empréstimos e mais. O interessante são os cases que eles já tem. Vamos divulgar em breve aqui no Crypto ID.
Temenos: oferece uma oferta completa de Banco como Serviço, com destaque para um core bancário digital e tropicalizado. A solução traz ainda ferramentas de analytics e um novo recurso para realizar a detecção de fraudes financeiras.
Adobe: a parceria da empresa com a Microsoft traz para a nuvem o melhor dos produtos de cada marca, aprimorando a experiência dos clientes e melhorando a retenção dos bancos.
Redbelt: a consultoria especializada leva ao CIAB uma nova solução de segurança que se integra diretamente ao Office 365. Com a ferramenta, é possível detectar tentativas de invasão e automatizar a classificação de dados
Blockchain: Microsoft e Banco Central do Brasil
O Blockchain tem despertado o interesse de empresas em todo o mundo e em quase todas as indústrias, oferecendo um potencial tão ilimitado quanto o do começo da internet.
A visão da Microsoft é que, por conta disso, a tecnologia terá um papel importante na Transformação Digital das organizações. O Banco Central do Brasil (BC) é um exemplo de que isso já vem acontecendo, inclusive no setor público.
O órgão utilizou os recursos de Blockchain como Serviço (BaaS) do Microsoft Azure para criar uma ferramenta segura e eficiente para a troca de informações.
Em desenvolvimento desde a segunda metade de 2017 e tendo sua implementação inicial realizada em abril deste ano, o Pier (sigla para “Plataforma de Integração de Informações das Entidades Reguladoras”) é uma rede descentralizada e colaborativa que pode revolucionar o modo com o qual entidades como BC, Susep (Superintendência de Seguros Privados) e CVM (Comissão de Valores Mobiliários) conversam entre si para efetivar decisões relacionadas ao sistema financeiro.
Até então, fazer a validação e aprovação de documentos e requisições exigia que as três autarquias recorressem a soluções como e-mail, telefonemas ou mesmo ofícios em papel.
O resultado era um processo lento, que podia levar dias ou até semanas para ser concluído, já que, muitas vezes, impressos precisavam ser enviados e recebidos múltiplas vezes entre diferentes cidades e escritórios, gerando um vai e vem de documentos físicos. Era isso o que acontecia, por exemplo, com a aprovação de um novo dirigente para uma instituição financeira, uma tarefa que demanda análises e checagens profundas do candidato pelos três órgãos.
“Hoje, a requisição é gravada diretamente no Blockchain do Pier, assim como as respostas de BC, Susep e CVM, podendo ser resolvida de forma quase instantânea. Isso acontece porque cada entidade tem um pedaço dessas informações e o conteúdo é compartilhado conforme o necessário”, explica Marcelo Yared, CIO do Banco Central do Brasil. “Além de uma maior agilidade, trocar papéis e e-mails por uma rede descentralizada e automatizada torna todo o processo mais seguro, auditável e menos sujeito a falhas de controle”.
O projeto do Pier é baseado no Quorum, uma versão corporativa do Ethereum desenvolvida pelo J.P. Morgan, com o protocolo de blockchain sendo apenas um dos muitos recursos de Blockchain disponibilizados pelo Microsoft Azure.
“A Microsoft é uma habilitadora dentro do setor financeiro e oferece uma plataforma completamente agnóstica e aberta, que traz as principais soluções de Blockchain do mercado. Assim, estamos prontos para atender as necessidades de nossos clientes e parceiros de forma fácil, simples e rápida. Acreditamos que o blockchain será cada vez mais uma tecnologia fundamental no processo de transformação digital”, afirma Ronan Damasco, Diretor Nacional de Tecnologia na Microsoft Brasil.
Esse universo de possibilidades do blockchain, aliás, pode permitir que o BC expanda a atuação do Pier para o restante do setor público brasileiro. Segundo Yared, depois da primeira fase de implementação do projeto – que deve ser concluída ao longo dos próximos meses junto à Susep e CVM –, a ideia é disponibilizar a ferramenta para outros órgãos do governo.
“Queremos oferecer à administração pública um instrumento que pode trazer mais agilidade ao Estado. Começamos com a proposta de resolver um desafio local e imediato, mas a ferramenta tem um potencial muito mais amplo, podendo trazer melhorias significativas de eficiência pública. Não há limites para essas oportunidades”, diz o CIO.