Talvez apenas nos contos mais sombrios de Philip K. Dick poderíamos imaginar que um dia um dispositivo eletrônico tomaria lugar dos relacionamentos humanos
Em um estudo realizado pela Motorola em parceria com a especialista Nancy Etcoff (Universidade de Harvard), feito para medir o impacto do uso de celulares no dia-a-dia, identificou que os jovens entre 16 e 20 anos afirmam passar 6,5 horas diárias no smartphone, tanto para fins pessoais como profissionais ou educacionais. Os dados da pesquisa foram coletados com 4418 pessoas dos Estados Unidos, Brasil, França e Índia entre 30 de novembro e 26 de dezembro de 2017.
A titulo de comparação, este mesmo jovem diz passar 4,5 horas diária trabalhando, 3,8 com um parceiro amoroso, 4,1 com família e um pouco menos de 3 horas com amigos. Isso faz uma nova mudança no marketing. Do impresso ao digital, e agora o digital migra de vez para o mobile. O mundo do marketing mobile conecta trafego de web em navegadores com o advento dos aplicativos. Em 2016 tivemos quase 150 bilhões de downloads de apps e se espera que até 2021 esse número cresça para 350 bilhões.
Recentemente o Google anunciou detalhes da nova indexação Mobile-First. Com esse movimento, o sistema irá notificar e priorizar sites que priorizam a navegação móvel. Essa mudança diminui as chances de um usuário clicar em sites não otimizados. O objetivo é que os sites não tenham versões separadas para desktop e mobile, mas tenham um modelo unificado de estrutura. O Google usará a estrutura mobile como fonte para a indexação dos conteúdos.
Além disso, a estratégia móvel permite trazer novos usuários às ativações digitais de marketing. Além do sempre crescente número de acessos, (segundo o BrightEdge, 57% do trafego deles vem de dispositivos móveis), também é o celular o equipamento de entrada de crianças na tecnologia. Metade dos entrevistados da pesquisa da Motorola afirmaram já ter deixado que uma criança brincasse com seu equipamento. A idade média do contato de uma criança com o dispositivo é 6,5 anos. É com esse cenário que o marketing precisa atuar.
No mundo de Philip K. Dick, androides seriam humanoides onde poderíamos até construir relacionamentos. Porém no mundo real, um retângulo preto passa a exercer esse papel. São novas dinâmicas de relações que tendem a transformar ainda mais as interações humanas.
“Realidade é aquilo que, quando você deixa de acreditar, não vai embora.” (Philip K. Dick)
*Eliezer Silveira Filho CMO Latin America at Stefanini – Developing strategies to transform business, sales and communication in the digital age
O blockchain é uma das tecnologias que já começam a dar sinais do impacto que terão no futuro do marketing – Por Eliezer Silveira Filho