O universo das mulheres vem ganhando cada vez mais destaque e conscientização, embora ainda seja um mundo dos homens em algumas áreas
Mesmo em uma profissão dominada pelos homens, mulher cria protótipo de robô que ajuda crianças autistas a se expressarem.
Na Tecnologia da Informação, por exemplo, as que ousaram cruzar a linha e desbravar esse outro lado são chamadas de pioneiras ou loucas.
No entanto, a inteligência e o talento independem do gênero. Essa e outras profissões, consideradas masculinas como a aeronáutica e o automobilismo, também vem tendo bastante representatividade feminina.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), nos últimos cinco anos, a participação feminina cresceu 60% nas áreas de tecnologia e ciência.
Entretanto, o percentual de mulheres registradas como engenheiras no Brasil ainda corresponde a 19,3%, como mostra uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea). E apenas 35% dos estudantes desses cursos no ensino superior são mulheres.
Eishylla Souza Monteiro, ex-aluna do Colégio UNASP, decidiu fazer o curso técnico de TI mesmo sabendo que a maioria dos estudantes eram do sexo masculino.
“Entrei com a ideia de ter um diferencial no meu currículo, mas me apaixonei”, conta. Diversas vezes escutou que não deveria estar ali e que não seria capaz. Contudo, Eishylla não abaixou a cabeça e se dedicou à sua grande paixão. Assim, para seu trabalho de conclusão de curso, nasceu o Apprenticesship Friends Robot Autistic. (AFRA).
O AFRA é um robô de aprendizagem para crianças autistas não verbais. “Nós fizemos uma pesquisa de campo e, conversando com uma psicopedagoga, uma das maiores dificuldades dessas crianças era de realizarem o pareamento, por exemplo, entre o barulho que um cavalo faz com a figura do cavalo em si”, explica.
Inicialmente, o projeto iria mostrar uma imagem de objetos, cores e animais para que autistas relacionassem o que estavam vendo com o substantivo da figura. As luzes que iluminavam essas figuras eram baixas para não irritar os olhos, uma vez que possuem mais sensibilidade.
O Apprenticesship Friends Robot Autistic pode se movimentar por meio de um sensor. “Nós brincamos que o robô é um amigo, pois a criança é quem fica com o controle, dando autonomia para os pequenos“, acrescenta.
Uma das maiores dificuldades que Eishylla encontrou, por incrível que pareça, não foi somente na construção do protótipo, mas sim na convivência. Desde o início do curso já percebeu que os meninos dominavam a área de TI.
“O momento que mais me marcou foi quando ganhamos como melhor projeto. Mesmo assim, foi taxado por muitos profissionais da área como algo que não estava terminado, mas que conquistei os votos só porque sou mulher”.
Nesse instante, a aluna pode perceber que as mulheres possuem uma barreira a mais, que são desacreditadas e vistas somente como um corpo.
“Diversas vezes fui colocada pra fazer a parte “bonita” dos projetos e deixar o mais difícil para os meninos, mesmo tendo o apoio dos professores“, continua. Atualmente, Eishylla cursa Engenharia da Computação no UNASP e pretende dar continuidade no AFRA.
A cada geração que passa, o universo feminino tem achado sua própria voz. É verdade que Eishylla ainda vai encontrar muitos desafios, sejam aqueles naturais de sua área, sejam aqueles criados por conta de seu gênero. Mas isso a motiva cada vez mais ao invés de impedi-la.
Sobre o UNASP
O Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) é uma instituição educacional com 107 anos, oferecendo ensino de qualidade da educação básica ao ensino superior (graduação, pós-graduação, MBA e mestrado) e educação à distância.
Conta também com um centro cultural e artístico, experiência internacional como intercâmbios e missões, esportes, entre outros.
Com o ensino voltado ao contexto dos valores bíblicos, tem três campi pelo estado de São Paulo, sendo que um na capital, outro em Engenheiro Coelho e também em Hortolândia. Para mais informações, acesse aqui.
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