A cultura das soluções analíticas pode permitir, especialmente em situações extremas, a tomada de decisões baseadas em dados
Durante toda uma vida, as pessoas recebem atendimento médico em diversas instituições. Os seus dados, geralmente, ficam distribuídos em diferentes sistemas de informação – eletrônicos ou não -, que estão em variadas plataformas de hardware e software. Essas fontes possuem, na maior parte das vezes, identificadores de pacientes de baixa qualidade, dificultando a troca de informação. Chegamos num ponto que não basta ter a informação disponível sem saber o que fazer com ela.
Levar a cultura analítica aos principais centros de saúde pode ser a solução para combater os principais gargalos na área. Segundo os profissionais do setor, os pontos mais sensíveis são a ausência de armazenamento adequado e inteligente das informações; e a falta de habilidade dos gestores médicos para entender esses dados.
O Hospital das Clínicas, um dos principais geradores de informação sobre Saúde em nosso país, tem estas questões em pauta. E é natural que as mudanças partam dessa importante instituição, justamente por sua grande inclinação acadêmica. Muitos pacientes são tratados, estudados, avaliados e diagnosticados por uma equipe médica de alto nível. Por isso, é fundamental que esse mundo de informações e pesquisa sejam analisados a partir de um ponto de vista da cultura analítica.
Recentemente estive na instituição para participar do Statistical Day, um encontro no qual foram discutidos assuntos como a cultura analítica e a aplicação dos métodos estatísticos poderiam contribuir com um melhor entendimento e tratamento para as informações da área da Saúde. Esse debate vai de encontro ao crescente interesse da classe médica no assunto e o aumento da demanda por tecnologia. Os médicos veem com bons olhos a aplicação dessas ferramentas no seu dia a dia de trabalho.
A organização e o tratamento dessas informações oferecem tanto para os hospitais como para os médicos a oportunidade de usá-las para obter insights para resolver as seguintes questões: ajuda-los a prevenir doenças; ter custos mais baixos; trabalhar de forma mais eficiente, em conformidade com apresentação de relatórios e requisitos regulamentares; e, por fim, interagir com os pacientes e consumidores de forma mais eficaz.
Desta forma, a cultura analítica pode dar um salto de qualidade na área da saúde, permitindo, especialmente em situações extremas, a tomada de decisões baseadas em dados.
*Josias Oliveira é matemático, mestre em Estatística pela Unicamp e tem MBA Gestão de Negócios pela FIA – Fundação Instituto de Administração. Atualmente é CEO da StatSoft South America, braço de analytics da Dell.
Fonte: Computer World