Ao contrário do que muitos acreditam, votações realizadas via blockchain já existem, porém são bem diferentes das votações tradicionais
A primeira coisa a deixar claro é que blockchains reais são apenas descentralizadas e, dentro de um sistema verdadeiramente descentralizado, não pode haver verificações de identidade.
Na verdade, essa verificação deve ser conduzida por um corpo centralizado, o Estado, e em uma blockchain verdadeiramente descentralizada, não sendo possível conceder aos Estados a tarefa de checar as identidades.
Uma rede baseada em uma blockchain descentralizada é P2P (peer-to-peer) e não-permissionada, o que significa que todos os participantes tem as mesmas permissões para realizar as mesmas operações.
Entretanto, votações por meio da blockchain já existem, sem verificações de identidade.
Sistemas correntes
Há várias DAOs (organizações autônomas descentralizadas) que usam a blockchain para permitir que os holders de sues tokens possam votar, sem quaisquer verificações de identidade e, especialmente, sem designar um único voto a algum holder específico.
Em um sistema de votação conduzido e gerenciado de forma descentralizada em plataformas baseadas em blockchain, a pessoa que detém um token específico tem o direito de votar. Além disso, a quantidade de tokens que ela detém geralmente corresponde à seu ‘poder de votação’.
Esse método não pode ser usado, por exemplo, em eleições gerais dentro de um sistema democrático.
Portanto, quando falamos sobre votações na blockchain, ou seja, em uma plataforma descentralizada, é necessário fazermos distinção entre os votos dos indivíduos com esse direito e os dos detentores de tokens.
Votações políticas em sistemas democráticos
O principal obstáculo que precisa ser superado a fim de ser possível rodar eleições parlamentares remotamente via plataformas baseadas em blockchains descentralizadas é a verificação de identidade.
Por esse ponto de vista, a blockchain não ajuda pois não há como garantir que aqueles com direito a voto são os que votariam remotamente através dos tokens. Por exemplo, usar tokens para votar iria facilitar bastante a troca de votos, gerando provavelmente um mercado real para esses tokens, o que é difícil de frear.
Outra barreira, porém contornável, é tornar o voto anônimo. De fato, existem blockchains nas quais os dados são registrados de forma pública, porém criptografados, permitindo saber quem votou para para o proprietário de certo token. Isso não se aplica para blockchain como a do Bitcoin e do Ethereum, mas em teoria é viável.
Armazenamento de votos
Embora até o momento seja virtualmente impossível conseguir que eleitores votem de forma remota, segura e legítima através de uma plataforma descentralizada baseada em blockchain, ela ainda pode ser usada para armazenar os resultados de uma eleição de uma maneira praticamente imutável.
Por enquanto, esse é o único uso real da blockchain para votos políticos.
Por anos, inúmeras soluções têm sido consideradas para criar plataformas descentralizadas baseadas em um livro-razão distribuído que permita votações políticas remotas. Entretanto, nenhuma ainda conseguiu resolver os muitos problemas que tornam impossível usá-las para este propósito.
Fonte: WeBitcoin
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