As compras online já são uma realidade para a maioria dos brasileiros. O processo, obviamente, foi intensificado nos últimos meses, em função da pandemia do novo coronavírus, que impediu as lojas de abrirem suas portas, tornando o e-commerce a principal via de negócios, sendo uma maior importância na aquisição dos produtos de necessidades básicas, como alimentação, limpeza e itens farmacêuticos.
Por Gastão Mattos
O levantamento da Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado para o comércio eletrônico, aponta que o faturamento das vendas digitais atingiu R$ 20,4 bilhões no primeiro trimestre de 2020, o que significa uma alta de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foram realizados 49,8 milhões de pedidos nesse período, número 32,6% maior que do primeiro trimestre de 2019.
Mesmo assim, vale lembrar que, antes da pandemia, já era sabido que a transformação digital no comércio não era mais uma aposta, mas certeza nos últimos anos.
Hoje, existem influências como as novas gerações de consumidores com demandas diferentes e comportamentos específicos, a pressão da tecnologia no uso comercial, além do processo de digitalização que está condicionando os métodos de fazer negócios. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), cerca de 70% dos entrevistados aprovaram fazer suas compras de maneira online em 2019.
É notório que a transformação digital está inserida na vida do comércio. Entretanto, é preciso muita atenção e uma real avaliação para adotar esse modelo de negócio.
Por isso, antes de realizar qualquer investimento, seja pequenas, médias ou grandes lojas, é importante ter uma leitura de que a transformação digital deve ocorrer de maneira estratégica, presente em todos os planos das empresas e com conhecimento das variáveis entre custos e lucros que ocorrem com a virtualização. Desde o início do processo de digitalização, deve-se avaliar o impacto das conversões das vendas online.
No Brasil, a conversão geral de compras, considerando o número de visitantes em uma loja online, em relação aqueles que efetivamente finalizam a compra é de apenas 1,4%, ou seja, a cada 1 mil visitantes, apenas 14 completam o processo. Este número se torna ainda mais dramático quando consideramos a conversão de pagamentos (transações finalizadas com a aprovação final do pagamento), que é de 70%. Esse resultado significa que dos 14 clientes que finalizam a aquisição, diante dos 1 mil visitantes, apenas 10, em média, têm seu pagamento aprovado pelo sistema.
Por isso que prover qualquer melhoria no processo geral da conversão e de pagamentos é muito sensível e significativo para uma loja online.
Ponto importante de análise no processo da transformação digital é o diferencial do lucro entre a loja presencial e a virtual. A venda direta no balcão, por exemplo, tem uma taxa média de conversão de 95%, enquanto pela internet chega até 70%. Para a diferença na taxa entre a loja física e a virtual existem soluções tecnológicas que podem melhorar o faturamento de quem atua no ambiente online.
No entanto, é preciso ter a consciência de que essa melhora na conversão de quem atua com e-commerce dificilmente chegará ao nível das presenciais, por envolver diversos fatores que influenciam no resultado, como o fluxo da transação financeira. Atualmente, o que as tecnologias conseguem garantir para os empreendedores é uma melhoria que vai de 70% para 73% na taxa de conversão.
O percentual pode até parecer irrisório. Mas analise, por exemplo, uma grande rede de lojas que fatura R$ 100 milhões ao mês no comércio online e decide implementar tecnologias que auxiliam na gestão do fluxo transacional de seus produtos.
Com a implementação dos recursos, o comércio obtém uma melhora de 2% na taxa de conversão total de faturamento, representado por um acréscimo de R$ 2 milhões no rendimento mensal. Esse rendimento a mais pode ser utilizado nos gastos com fraudes, que chegam a 1,9% do faturamento anual do comércio virtual.
Além da melhoria na taxa de conversão, os investimentos em comunicação também são boas opções no incremento e desempenho da rotina digital das lojas.
Ferramentas de marketing digital trazem imediatismo nas ações de comunicação, amplia o alcance para novos públicos com divulgações mais assertivas e disponibilizam resultados para melhorias nas estratégias de negócios.
Os comércios que oferecerem informações precisas, simples e que aumentam a interação junto a seus clientes, tendem a faturar mais. Por esse motivo que cerca de 15% das receitas anuais das lojas são utilizadas em estratégias para a aquisição de clientes com marketing e melhorias de seus sites, conforme mostra recente estudo da IDid.
O mercado brasileiro já é virtual e não há mais o que esperar. Atualmente, o país tem mais de 940 mil sites de e-commerce e, somado a isso, a Abecs mostra que em 2019 houve uma movimentação de 323,5 bilhões no mercado total. Diante do mesmo levantamento, a IDid complementa o estudo ao revelar que R$ 194 bilhões desse fluxo orçamentário do ano passado é derivado exclusivamente do mercado primário, que inclui assinaturas/mobilidade; marketplaces (B2B/B2C); B2C; ingressos e turismo.
O momento não é para questionar se o comércio online vai vingar ou não no Brasil. Agora precisamos avaliar como os lojistas se adaptarão ao e-commerce, por meio de informações sobre riscos e benefícios. A tecnologia pode ser uma importante auxiliadora no processo de digitalização e grande aliada às características dos lojistas brasileiros que sabem muito bem lidar e superar os constantes desafios que surgem.
Sobre Gastão Mattos
Gastão Mattos é líder da IDid – plataforma que possibilita compras com “cartão não presente nas modalidades débito e crédito. Possui mais de 25 anos de experiência no setor de e-commerce e em meios de pagamento. Foi CEO da Braspag, diretor da Credicard, vice-presidente de Marketing da Visa e presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara.e-net).
Mattos é bacharel em Engenharia e tem pós-graduação em Engenharia de Produção, ambas pela Escola Politécnica da USP.
Sobre a IDid
A IDid é uma plataforma que trabalha com um novo conceito de “consumidor presente” para o setor de pagamentos, com a realização de transações seguras em lojas online nas modalidades crédito e débito, com acesso direto ao sistema do emissor utilizando o modelo de autenticação do próprio banco e cumprindo com os requisitos de múltiplos fatores de autenticação exigidos por reguladores em várias partes do mundo.
Criada de forma independente por Alexandre Pi, fundador e acionista da Muxi – empresa focada em soluções para transações eletrônicas – e Daniel Oliveira, sócio e cofundador da paySmart – fintech fundada em 2004, líder em tecnologia para pagamentos eletrônicos seguros para bandeiras regionais de débito, crédito e benefícios, com mais de 27 milhões de dispositivos e mais de 300 milhões de cartões emitidos. A IDid é liderada por Gastão Mattos, que conta com mais de 25 anos de atuação no setor de e-commerce e pagamentos e traz, em seu conselho administrativo, Mario Mello, ex-Presidente do PayPal para a América Latina e sócio de risco do Valor Capital Group. Mario possui mais de 30 anos de experiência em serviços financeiros e tecnologia e passa a ser o primeiro advisor da IDid.
O nome IDid significa ID (abreviação de identidade) duas vezes, pois a plataforma garante ao lojista a identidade comprovada do consumidor e vice-versa. Além disso, engloba também o conceito da expressão em inglês “I did” (eu fiz), no sentido de que somente o usuário é capaz de concluir a transação devido às tecnologias exclusivas que garantem a segurança da plataforma.
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