Executivos do SAS esperam um ano de grandes promessas – e possíveis riscos – com a IA generativa e outras tecnologias remodelando o setor
Assim como em outras indústrias, a explosão da IA generativa tem obrigado o setor de serviços financeiros a se adaptar, rapidamente, enquanto navega em questões éticas e regulatórias.
Como bancos, seguradoras e outras empresas financeiras podem equilibrar os riscos e as recompensas da IA generativa e outras tecnologias transformadoras no ano que se inicia?
Especialistas do SAS, líder em IA e analytics, preveem um mix de sucesso e fracasso conforme o setor se esforça para atender as expectativas de consumidores e stakeholders. Confira:
1. Fracassos dos bancos estimulam um acerto de contas com a gestão de riscos
“2024 deve trazer muitos fracassos bancários, obrigando-os a reconhecer o ponto mais importante da gestão de risco: ‘Qual é a nossa probabilidade de inadimplência?’. E implementarão ferramentas e tecnologias para responder essa questão existencial. Um levantamento recente com profissionais de risco revelou que 80% das empresas estão mirando melhorias significativas para recursos de gestão de ativos e passivos [ALM]. Ainda assim, menos de um terço disse que, em suas organizações, o compartilhamento de dados entre ALM e outros recursos de risco ou de negócios foi completamente automatizado. É hora de remediar essa situação”
– Donald van Deventer, Diretor administrativo de pesquisa de risco e soluções quantitativas, SAS
2. A “Era Sombria” da fraude induzida pela IA generativa promove avanços antifraude
“Mesmo que os consumidores sinalizem um aumento na vigilância de fraudes, a IA generativa e a tecnologia de Deepfake ajudam criminosos a aperfeiçoar sua arte multimilionária. Mensagens de phishing estão mais sofisticadas. Websites falsos parecem perfeitamente legítimos. É possível clonar uma voz com meros US$ 5, alguns segundos de áudio e simples ferramentas online. Estamos entrando na Era Sombria das fraudes, e bancos e empresas de crédito correm atrás do prejuízo com a adoção da IA – incentivadas, claro, por mudanças regulatórias que obrigam instituições financeiras a assumirem mais responsabilidade pelos altos golpes de APP (pagamentos automáticos autorizados) e outras fraudes”.
– Stu Bradley, Vice-presidente sênior de risco, fraude e compliance, SAS
3. As seguradoras lidam com o risco climático assistidas pela IA
“Após décadas de expectativa, as mudanças climáticas deixaram de ser uma especulação e se tornaram uma ameaça real. As perdas das seguradoras globais decorrentes de desastres naturais ultrapassaram US$ 130 bilhões em 2022, e, em todo o mundo, se sente a pressão. As seguradoras dos EUA, por exemplo, estão sob escrutínio pelo aumento dos prêmios e por se retirarem de estados mais atingidos, como Califórnia e Flórida, deixando milhares de consumidores na mão. Para sobreviver a essa crise, as seguradoras adotarão cada vez mais a IA para aproveitar o potencial imenso de armazenamento de dados e aumentar a liquidez e a competitividade. Além dos ganhos percebidos com precificação dinâmica de prêmios e avaliação de riscos, a IA pode ajudá-las a automatizar e aprimorar o processamento de sinistros, a detecção de fraudes, o atendimento ao cliente e muito mais”.
– Troy Haines, Vice-presidente sênior de pesquisa de risco e soluções quantitativas, SAS
4. IA transforma o compliance de crimes financeiros
“A IA será um divisor de águas para os programas de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD), já que o custo global de compliance chega a US$ 274 bilhões, 60% dos quais são mão de obra. Cerca de US$ 2 trilhões são lavados anualmente em todo o mundo, de acordo com as Nações Unidas. Apenas 1% dos lucros do crime são confiscados, e 95% dos alertas são falsos-positivos. São números assustadores! Ampliar os sistemas atuais de PLD com machine learning e análise de rede melhoraria consideravelmente o monitoramento das transações, reduzindo índices de falso-negativo e falso-positivo e enviando alertas de maior qualidade para investigadores de PLD e grupos de compliance.”
– Joan McGowan, Consultor global para o setor bancário, SAS
5. A implementação deliberada de IA é decisiva para as seguradoras
“Em 2024, uma em cada 100 grandes seguradoras globais sairá do mercado como consequência de uma implementação rápida de IA generativa. Atualmente, as seguradoras vêm implementando sistemas autônomos a uma velocidade vertiginosa, sem nenhuma adaptação aos seus modelos de negócios, na esperança de que o uso da IA para a análise rápida de sinistros compense os últimos anos de resultados ruins. Porém, após as demissões de 2023, as equipes estarão muito dispersas para supervisão adequada de uma implementação de IA ética e em escala. O mito da IA como uma cura para tudo desencadeará milhares de decisões de negócios erradas que levarão a um colapso corporativo, o que pode prejudicar irreparavelmente a confiança do consumidor e de reguladores”.
– Franklin Manchester, Consultor global de estratégia de seguros, SAS
6. Moedas digitais do banco central trazem benefícios e riscos
“As Moedas Digitais do Banco Central [CBDCs], como a eNAIRA da Nigéria, vêm sendo exploradas atualmente por governos de mais de 80 países. Em 2024, elas se tornarão comuns, oferecendo aos cidadãos opções seguras de pagamentos digitais garantidos pelo governo, com o potencial de promover maior inclusão financeira. No entanto, as CBDCs trarão riscos exclusivos de fraudes e crimes financeiros, aumentando a exposição com perdas financeiras e dados comprometidos, aquisição de contas e exfiltração por meio de contas mula”.
– Ian Holmes, Líder global de soluções corporativas antifraude, SAS
7. A IA generativa amadurece
“O entusiasmo em relação aos grandes modelos de linguagem [LLM] como uma solução milagrosa diminuirá, impulsionado por preocupações com a privacidade, a possibilidade de ações judiciais e o custo total de criação e manutenção dessas arquiteturas. O foco passará a ser a monetização dos LLMs para determinados casos de uso. Alguns poucos vendedores fornecerão modelos básicos de conversação, e um grupo maior ajudará, individualmente, as empresas a ajustá-los aos seus respectivos objetivos.”
– Anthony Mancuso, Diretor de modelagem de risco e decisões, SAS
8. A IA previne recessão – por ora
“Os avanços em inteligência artificial e automação levarão a ganhos de produtividade. A proporção entre capital e mão de obra vai aumentar, contribuindo ainda mais para a produtividade. Um impacto que será suficiente para que a maior parte das economias evite uma recessão, apesar do rápido aumento da inadimplência e do desemprego estrutural. Entretanto, o cenário será bem diferente em nível setorial, já que alguns segmentos enfrentarão condições semelhantes às de uma recessão”.
– Stas Melnikov, Diretor do portfólio de riscos, SAS
9. A recalibração de modelos de risco testa a capacidade das empresas
“Lembra como a pandemia do COVID-19 fez com que os melhores bancos reconstruíssem e implementassem modelos de decisão de risco o mais rápido possível, e outros passaram meses apenas coletando dados? Em 2024, riscos de recessão iminente e taxas de inadimplência mais altas obrigarão os bancos a se adaptarem com modelos, políticas de empréstimo e previsões mais relevantes, testando a velocidade e a agilidade de suas infraestruturas de TI e recursos mais abrangentes”.
– Naeem Siddiqi, Consultor sênior de pesquisa de risco e soluções quantitativas, SAS
10. IA conversacional eleva a experiência do cliente a novos patamares
“Chatbots não são novidade nos serviços financeiros – mas e se houvesse um chatbot que reproduzisse melhor a interação entre humanos? Em 2024, o avanço da tecnologia de IA generativa vai trazer essa realidade para seguradoras, bancos e empresas de outros setores. Os avanços da IA conversacional terão um papel fundamental na comunicação dinâmica com o cliente. Assim, as organizações poderão priorizar a intervenção humana em tarefas e cenários mais complexos, aumentando a eficiência operacional e a redução de custos”.
– Oana Avramescu, Líder global de seguros para pesquisa de risco e soluções quantitativas SAS
11. A “falta de bancos” em meio à revolução dos bancos digitais estimula inovações em IA
“Em 2024, os bancos mais experientes se dedicarão a criar uma experiência do cliente [CX] mais inclusiva, analisando quem mais se beneficiou com a revolução dos bancos digitais e quem foi deixado para trás. A queda acentuada no número de agências de rua e centros comerciais deixou uma boa parte dos correntistas “sem banco”. As pessoas sem muita experiência digital enfrentam o desafio de interagir com serviços financeiros online. Por outro lado, um quarto dos clientes do Reino Unido disse que nunca mais porá os pés em uma agência bancária, de acordo com um levantamento do final de 2021. Instituições financeiras com perspectiva de futuro irão incorporar o engajamento digital alimentado por IA a um ecossistema de agências enriquecido para reforçar o relacionamento e a experiência do cliente de maneira simples como um diferencial competitivo”.
– Alex Kwiatkowski, Diretor de serviços financeiros globais, SAS
12. A “explicabilidade” da IA impulsiona a imparcialidade e a transparência na tomada de decisões de seguros
“Será que a IA poderia provocar uma recalibragem ética do setor de seguros? Em 2024, descobriremos. Decisões de risco justificadas atuarialmente podem, de forma involuntária, ampliar a desigualdade em grupos historicamente marginalizados. A adoção da IA e do machine learning pelas seguradoras, no entanto, exigirá a compreensão de como seus modelos e algoritmos tomam decisões (em preços de prêmios ou sinistros, por exemplo). Essa explicabilidade da IA tem o potencial de estabelecer novos padrões de transparência e equidade em todo o setor”.
– Alena Tsishchanka, Líder de prática de seguros para a EMEA, SAS
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