A IA necessita de um estatuto e a lei vem para proteger os usuários e delimitar o potencial que a inteligência artificial pode atingir
De acordo com o estudo “Avanços na cultura organizacional baseada em dados, analytics e IA”, do SAS, feito pelo IDC, o Brasil é o país que mais utiliza inteligência artificial (IA) na América Latina.
Por conta do crescimento extremo do uso no mundo todo, devido ao seu potencial ilimitado, a União Europeia aprovou recentemente um projeto pioneiro que regulamenta o uso de inteligência artificial. Mas qual é a importância da aplicação dessas regras?
Segundo Michelle Hanne, Professora da área de TI e Engenheira do Centro Universitário Newton Paiva, a IA já está sendo empregada em diversos setores. No entanto, tem potencial para a ampliação, dependendo apenas da imaginação e capacidade humana e, por isso, necessita de um estatuto.
“A preocupação envolve a atribuição de responsabilidades – auditorias e design de sistemas – e não necessariamente na limitação de suas aplicações”, explica Michelle. Um exemplo é o uso de carros sem motoristas nos Estados Unidos, que podem se envolver em acidentes.
“Alguns questionamentos estão relacionados à segurança desses veículos e as vulnerabilidades sobre ataques intencionais”, adiciona.
Outro assunto polêmico é o reconhecimento facial, que pode auxiliar as forças de segurança na identificação de criminosos.
“Porém, também pode gerar falsos alertas, envolver discriminação e preconceitos, podendo ser utilizada como vigilância por governos”, explica Michelle. Além disso, as fake news se tornaram muito populares nos últimos anos por conta da IA.
“É possível manipular imagens, áudios e vídeos de forma que não somos capazes de identificar se é ou não falso. Isso pode impactar situações como eleições, propagação de epidemias, entre outros”, continua a professora.
A Regulamentação deve ser realizada por meio de Leis que tenham âmbito nacional, ou seja, aplicadas uniformemente a todo o país.
A peça central no projeto da União Europeia é um processo de certificação de IA para fabricantes e operadores.
“Além disso, uma vez que os impactos e o potencial dessa tecnologia são desconhecidos, a legislação deve ser baseada em princípios. Assim, deve ser preservada a dignidade humana, garantidos empregos, inviolabilidade da honra, dentre outros”, comenta Michelle.
O podcast da Newton Paiva discutiu como surgiu a Fake News e o quão prejudicial pode ser: confira.
Os riscos e benefícios da Inteligência Artificial
A IA possui lados positivos e negativos bastante extenso, por isso a regulamentação torna-se tão importante. Essa tecnologia pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos seres humanos, bem como ampliar exponencialmente seus conhecimentos.
“Uma boa analogia é sobre como um trabalho escolar era realizado antigamente, quando o aluno tinha que ir a uma biblioteca, procurar livros, fazer uma leitura e busca demorada e tirar xerox das páginas necessárias. Hoje, todo esse conhecimento está nas palmas das mãos.”, explica Michelle.
Em outros ramos, com algoritmos preditivos e testes automatizados, pode-se diminuir consideravelmente gastos, tempo e mão de obra, permitindo a entrega de produtos industrializados mais modernos e baratos, ou, na agropecuária, permitir uma safra perene e produtiva durante todo o ano.
” É tarefa difícil pormenorizar os benefícios que a IA irá nos trazer, portanto, cabe ao ser humano apenas fazer bom uso dessa ferramenta”, aconselha a engenheira.
Em contrapartida, os riscos do uso da inteligência artificial são muito preocupantes. O desemprego e a dependência tecnológica geral são apenas alguns.
“Sistemas interligados com IA, como o setor aéreo, podem sofrer ataques e com isso gerar uma falha geral, ocasionando pânico e caos”, adverte Michelle.
O governo também pode intervir na sociedade para ter o controle por meio de câmeras e aplicativos, assim como impor restrições para impedir avanços tecnológicos.
“Outro problema é a possibilidade das novas tecnologias serem utilizadas para guerras e conflitos”, finaliza Michelle.
Sobre o Centro Universitário Newton Paiva
Com 50 anos de história, o Centro Universitário Newton Paiva possui dois modernos complexos em Belo Horizonte: o campus da saúde, na Av. Silva Lobo, e o campus da Avenida Carlos Luz, que passou por uma grande obra de ampliação e modernização e abriga os cursos de exatas, direito e gestão.
A instituição conta com corpo docente formado por mestres e doutores e está entre as principais instituições de ensino superior de Minas Gerais.
Como parte de seu compromisso de promover a reflexão e incentivar uma mudança de atitude com relação ao desenvolvimento sustentável, à consciência ambiental e ao consumo consciente, a Newton apoia e promove os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda firmada em 2015 por 193 países junto à ONU, para acabar com a pobreza, lutar contra as desigualdades e a injustiça e combater as mudanças climáticas até 2030.
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