A Startup Hacker Rangers ensina funcionários das empresas a identificarem e evitarem fraudes e invasões no sistemas em caso de cibercrimes
O mercado de cibersegurança cresce com força puxado pela necessidade de garantir a inviolabilidade de dados e informações de empresas e pessoas. Os cibercrimes causam prejuízos de mais de US$ 600 bilhões por ano no mundo. Para garantir eficiência no combate aos crimes, a Hacker Rangers, startup criada em Campinas, desenvolveu um jogo que ensina os funcionários das empresas a evitarem golpes e fraudes cibernéticas.
A startup é a pioneira na criação de um game focado exclusivamente em cibersegurança. O objetivo do produto é ensinar as boas práticas de segurança que dificultam fraudes e golpes cibernéticos cada dia mais comuns no cotidiano das empresas e das pessoas por meio da gamificação. Uma vantagem do jogo é que o cliente acompanha o desempenho dos funcionários.
Na pesquisa “Global State of Information Security 2018”, a Price Water House Coopers aponta que as principais fontes de incidentes de segurança, que facilitam a ocorrência de crimes cibernéticos como roubo de dados ou destruição de informações, são os funcionários das empresas. Mas os investimentos das organizações em cibersegurança estão concentrados em sistemas, hardwares, políticas de governança e não em conscientizar os colaboradores.
Com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que ocorrerá em agosto de 2020, todas as empresas no Brasil deverão orientar os funcionários e também trabalhadores terceirizados sobre as normas de segurança de dados. Recentemente, casos como o vazamento de informações de mais de 70 milhões de brasileiros no site do Detran-RN mostraram a necessidade de investimentos em cibersegurança.
A lei traz novas regras, incluindo aplicação de multas, para garantir a segurança dos dados de usuários e clientes das empresas. Serão necessários sistemas mais eficazes e funcionários mais atentos às questões de segurança cibernética. Com esse cenário, a projeção de crescimento do faturamento da startup para os próximos dois anos é de 500%.
Protagonista
O jogo tem como principal vantagem colocar o funcionário como o protagonista para a criação da cultura da segurança corporativa. De forma dinâmica e didática, os jogadores aprendem quais são as estratégias usadas pelos bandidos cibernéticos, as armas que eles têm para roubar ou vazar dados, e também quais as melhores práticas para combater os cibercrimes.
Por meio da plataforma, os funcionários aprendem, por exemplo, o risco de abrir aquele e-mail com remetente desconhecido que pode ser uma armadilha para instalar um vírus ou roubar dados. Uma das maiores preocupações das corporações hoje é com o sequestro de dados, cujos resgates milionários são exigidos por cibercriminosos de várias partes do mundo.
“A gamificação já é bastante utilizada hoje nas empresas para treinar equipes e aumentar a produtividade. Mas não existia no mercado nenhum game focado em cibersegurança. Desenvolvemos a plataforma porque acreditamos que os funcionários são essenciais para garantir a segurança de dados dentro das empresas. Nosso produto coloca as pessoas como protagonistas no combate aos crimes cibernéticos”, diz o diretor da empresa, Vinicius Perallis.
O game tem etapas que dão pontos aos jogadores conforme o cumprimento das tarefas e o desempenho ao longo das semanas. O Hacker Rangers utiliza sistemas de patentes, medalhas, desafios, simulação de ataques de engenharia social, quizzes, além de ranking semanal, mensal e geral, para estimular e avaliar os jogadores.
Investimento
Um mercado tão promissor e uma empresa que é disruptiva chamaram a atenção do Grupo Furlan, uma das referências no setor de construção civil em Campinas e Região. Há dois meses, a empresa comprou parte da Hacker Rangers. A meta é acelerar o crescimento da startup e transformá-la na maior empresa focada em gamificação na área de cibersegurança da América Latina.
“Decidimos comprar uma parte da Hacker Rangers porque acreditamos no potencial desse mercado e também apostamos no sucesso do produto. Com a entrada em vigor da LGPD, as empresas terão que conscientizar os funcionários para evitar os crimes cibernéticos”, afirma o diretor do Grupo Furlan, Alessandro Furlan.
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