Uma das melhores formas de se fazer uma gestão pública de qualidade é saber aplicar corretamente os recursos. Para isso, os gestores precisam tomar decisões que levem em consideração as necessidades da cidade, o planejamento e as escolhas, que precisam ser corretas e precisas.
por Aldo Mees
Eles têm que contar com especialistas para não desperdiçarem os recursos obtidos com o recolhimento de impostos, evitando fazer compras de itens que fogem do foco principal da prefeitura. Quando falamos de investimento em TI, temos que ser ainda mais criteriosos: os computadores ficam desatualizados com relativa rapidez, e podem deixar de serem úteis antes de terem sido pagos.
Ao mesmo tempo em que é evidente que o dinheiro público tem que ser tratado com extrema responsabilidade e transparência, algumas cidades podem não estar conseguindo compreender isso. Algumas delas deixam o core business da gestão de lado e gastam com o que já faz pouco ou nenhum sentido.
Na iniciativa privada, onde vale a regra de fazer cada vez mais gastando menos, o desejo de migrar para a computação em nuvem (cloud computing, em inglês) até 2020 domina o mindset de 94% dos líderes consultados pela GlobalData. A empresa fez a pesquisa a pedido da multinacional Cisco e ajuda a entender porque plataformas antigas precisam ser substituídas.
Ao migrar para a nuvem, as empresas querem deixar de se preocupar (e gastar dinheiro) com o que não é o negócio delas. As maiores companhias do mundo já entenderam isso, e acham um absurdo manter equipes de prontidão, comprar hardware e inserir no orçamento rubricas com imprevistos que podem acontecer. Mas a preocupação não é só essa: elas não querem lidar com a possibilidade de perder todos os dados armazenados nos sistemas se houver um incidente físico, como uma inundação ou um incêndio, por exemplo.
Tais preocupações são típicas de quem ainda utiliza uma plataforma desktop, que se caracteriza pela necessidade de aquisição de infraestrutura, acompanhamento técnico constante e investimentos periódicos e de pouco retorno. Muitas cidades brasileiras estão nessa situação: compraram equipamentos, licenças de softwares e mantêm funcionários públicos locais para dar manutenção em sistemas que vão durar, no máximo, cinco anos. Depois disso, dada a baixa escalabilidade, tendem a ter que trocar todo o parque tecnológico ou continuar com uma solução obsoleta. Alguns gestores fazem questão de usar uma solução ultrapassada por pura falta de informação adequada.
Optar pela nuvem na gestão pública é demonstrar zelo pelo dinheiro do contribuinte. Esse tipo de tecnologia permite que as cidades tenham sempre a última palavra em qualidade, segurança e eficiência, com sistemas escaláveis e seguros. Mais do que isso: democratiza o acesso às informações públicas, já que a quantidade de usuários externos que podem acessar os sistemas é ilimitada.
Uma das diferenças principais é o fato de que, na nuvem, as informações são armazenadas em data centers com segurança reforçada, monitorados por especialistas e atualizados constantemente.
Nos sistemas desktop, é comum que todos os dados do município — desde detalhes sobre cada um dos contribuintes até operações financeiras realizadas — fiquem em computadores (servidores) locais, numa sala na própria prefeitura. Se houver um sinistro, como uma enchente, fogo ou um raio, eles podem ser perdidos ou, no mínimo, ficar indisponíveis por um longo período de tempo.
O momento de encarar a nuvem como base para melhorar a gestão pública é agora. Só assim os gestores poderão se preocupar com o que realmente importa: o desenvolvimento das cidades e qualidade de vida dos cidadãos que os elegeram.
Aldo Mees, empresário e diretor-presidente da IPM Sistemas
e-mail: aldo.mees@ipm.com.br