A cibersegurança tradicional já não é mais suficiente para garantir 100% de segurança sendo necessário que empresas invistam em sistemas mais inteligentes e avançados
Por João Ricardo Rodrigues da Cunha Saud, Vice-Presidente Executivo da Asper
No cenário digital atual, temos vários potenciais alvos para ataques de cibercriminosos, e a cibersegurança tradicional já não é mais suficiente para garantir cem por cento de segurança para as empresas, sendo necessário que as empresas invistam em sistemas mais inteligentes e avançados.
O estudo “FutureScape”, conduzido pela IDC, projeta que até 2025 o cenário de ameaças cibernéticas deve se intensificar com o avanço das tecnologias e o aumento da sofisticação dos ataques, demandando investimentos em segurança digital em todos os setores.
Além disso, dados do relatório “Global Risks Report 2024”, do Fórum Econômico Mundial, apontam que as ameaças cibernéticas estão entre os quatro maiores riscos no mundo todo ao longo dos próximos anos, e que os ciberataques (39%) continuam sendo grandes preocupações na perspectiva geral e aparecem como uma das três principais preocupações para os respondentes dos setores governamental e privado, ficando atrás apenas da crise do custo de vida (42%). Isso acende um alerta ainda maior sobre a dimensão das ameaças cibernéticas atualmente.
Ameaças mais sofisticadas, SOC melhor preparado
Anos atrás, o SOC (Security Operations Center) tradicional surgia como uma opção de cibersegurança básica para as empresas, sendo o centro de comando da segurança digital, onde os analistas monitoravam ameaças continuamente, atuando como espécie de “guardiões” do mundo virtual.
Ao longo das décadas de 1980 e 1990, com o surgimento da internet, o SOC moderno começou a tomar a frente, e, se por um lado a revolução digital trouxe vários avanços e benefícios para as empresas, trouxe novos riscos cibernéticos para elas, aumentando a necessidade de uma proteção cibernética mais consistente.
Conforme os ciberataques se tornaram mais sofisticados e complexos, especialmente nos anos 2000, a demanda por SOCs corporativos mais avançados deu um “boom”, aumentando significativamente.
Nessa época, os centros de monitoramento ainda eram liderados por empresas de tecnologia e telecomunicações, com métodos de vigilância de segurança pública e militar.
Segundo dados divulgados pela Gartner, a maioria dos ataques de ransomware, por exemplo, são direcionados para empresas de médio porte, provocando dados como perda de dados das empresas, rotatividade dos líderes de equipe, entre outros.
Esse tipo de ataque continua sendo a tendência, o que exige um preparo consistente e avançado dos líderes das organizações.
Os SOCs hoje em dia combinam várias estruturas de segurança para as empresas, como monitoramento de ameaças em tempo real, análise de dados, inteligência de ameaças e equipes especializadas para responder aos incidentes de segurança de forma proativa e eficaz.
Nesse novo cenário, temos como resposta a criação do Cyber Fusion Center, que é o centro avançado de segurança digital da Asper, aonde inteligência artificial, análise de big data, expertise humana e automação avançada se fundem para criar um sistema de defesa robusto contra ameaças cibernéticas. Esse sistema de defesa cibernética não apenas reage a ameaças, mas as antecipa e neutraliza antes que se tornem um problema significativo.
A transformação profunda na forma como as empresas abordam a cibersegurança é fundamental.
As organizações devem estar cada vez mais conscientes que precisam ampliar as suas capacidades além do monitoramento e resposta, integrando inteligência, colaboração e uma abordagem ainda mais proativa para enfrentar as ameaças modernas.
Abaixo, elenco alguns avanços e tendências do futuro que as empresas precisam considerar para se protegerem, e que já aplicamos em nosso Cyber Fusion Center:
1. As ameaças estão avançadas, e a inteligência das empresas deve acompanhar também essa tendência: é necessário que as organizações saibam como investigar de maneira efetiva e profunda a deep e dark web, além de analisar padrões de ataque e utilizar técnicas avançadas de machine learning para prever as próximas estratégias dos cibercriminosos, por exemplo.
2. Prever comportamentos suspeitos antes que aconteçam: análise comportamental e detecção de anomalias é fundamental para as organizações. Nossos sistemas, por exemplo, são altamente intuitivos, capazes de detectar comportamentos suspeitos antes que se tornem uma ameaça real, proporcionando uma camada adicional de segurança proativa.
3. Responder acidentes em tempo real: na eventualidade de um ataque, é necessária uma resposta imediata, já que uma espera pode ser fatal para a empresa.
5. Threat Hunting proativo: a abordagem proativa das equipes de caça a ameaças já precisam identificar e neutralizar potenciais riscos antes que os mesmos se materializem.
6. IA e Machine Learning: o próximo nível: líderes de organizações precisam ter em mente que o futuro da cibersegurança está na inteligência artificial e no Machine Learning avançado. No Cyber Fusion Center da Asper, por exemplo, estamos constantemente aprimorando nossos algoritmos para torná-los ainda mais precisos e eficientes na detecção e prevenção de ameaças.
7. Estar atento ao aumento da superfície de ataques: à medida que o mundo se torna mais conectado e digitalizado, a superfície de ataques se expande, e surge a necessidade de as companhias estarem atentas para não apenas protegerem na esfera dos computadores e smartphones, mas sim os dispositivos IoT, veículos autônomos e qualquer dispositivo conectado.
O futuro da cibersegurança é extremamente promissor, mas ao mesmo tempo desafiador e repleto de possibilidades. Em um cenário em que a cibersegurança será cada vez mais conectada à inteligência artificial, é essencial que as organizações integrem inovações como essa em suas operações para garantir a continuidade e proteção de seus dados e sistemas.
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