Atualmente, estamos vivendo uma onda de solucionismo com as tecnologias de inteligência artificial, buscando um problema a ser resolvido
Nos círculos de tecnologia, existe um termo muito interessante, o “solucionismo”. Solucionismo é a atitude de colocar uma tecnologia nova como solução para todo e qualquer problema da humanidade, o que é equivalente a dizer que aquela inovação é, no fundo, uma solução em busca de um problema a ser resolvido, e não uma solução real para um problema concreto. Atualmente, estamos vivendo uma onda de solucionismo com as tecnologias de inteligência artificial.
Não devemos minimizar o impacto das inovações recentes nessa área. A inteligência artificial, e especialmente modelos mais recentes como o ChatGPT, é o que as pessoas chamam de uma “tecnologia fundamental”, algo que tem o potencial de impactar praticamente todas as áreas da sociedade.
O fato de podermos aplicar IA em um problema, no entanto, não significa que devemos fazer isso. Os microprocessadores e a internet também são tecnologias fundamentais, mas ninguém precisa de uma máquina de espremer suco inteligente e online.
A melhor forma de pensar na evolução da tecnologia de inteligência artificial é fazer uma analogia com a revolução industrial. Nela, começamos a criar máquinas capazes de fazer, de forma mais rápida e mais barata, alguns tipos de trabalho manual, como apertar parafusos.
Ao longo do tempo, novos tipos de máquinas foram sendo lançadas, com a capacidade de realizar outros tipos de trabalho. Gradativamente, tivemos uma automação do trabalho manual, e a substituição de pessoas por máquinas.
Com a IA, vamos ver exatamente o mesmo movimento, mas ao invés do trabalho manual, o que está sendo automatizado é o trabalho com o conhecimento.
Assim como aconteceu com as máquinas tradicionais, a evolução vai ser gradual, e vamos ver novos tipos de máquinas – novos algoritmos e abordagens tecnológicas – surgindo para fazer novos tipos de trabalho.
E, assim como o trabalho manual, mesmo nas fábricas, não desapareceu, o trabalho com conhecimento também não vai sumir.
Sempre vão existir áreas onde a intervenção manual vai ser necessária ou valorizada, e onde o custo de automação vai ser proibitivo. Diferente do que é promulgado amplamente, a IA não vai “comer o mundo” de uma hora para outra.
Se a inteligência artificial não vai resolver todos os problemas da humanidade, qual é o seu papel na sociedade então? Assim como outras tecnologias, ela é uma ferramenta. Ferramentas tradicionais, como martelos e chaves de fenda, nos ajudam a trabalhar com objetos físicos.
As diferentes IAs, por sua vez, manipulam informação, como texto, imagens, vídeo, nos ajudando a trabalhar com o conhecimento. Seu papel, portanto, é simplificar e acelerar esse tipo de trabalho.
No momento, a capacidade de atuação da tecnologia sobre o conhecimento é limitada. Os chamados “modelos generativos”, que são a base para o ChatGPT e praticamente todas as outras IAs que estão no mercado hoje, tem como capacidade central a produção de conteúdo.
Eles são capazes de, a partir de um pedido por escrito, gerar um texto, uma imagem, um vídeo, um código de computador, ou algum outro tipo de conteúdo em linha com o que foi solicitado, e similar ao que seria produzido por uma pessoa. Eles aceleram a produção de conteúdo, mas dependem de um pedido bem estruturado, e, assim como as pessoas, cometem erros de todos os tipos.
Estamos vivendo um momento de transição, o começo de uma nova transformação no mercado de trabalho, e na sociedade como um todo, ocasionada pela rápida evolução da tecnologia de inteligência artificial.
A tendência natural é reagirmos com medo, resistindo a qualquer mudança, ou com negacionismo, dizendo que nunca vamos ser afetados. Nenhuma das duas posturas é eficiente.
O melhor a fazer é experimentar a tecnologia, para começar a entender o que ela pode – e não pode – fazer, e como essas novas ferramentas podem ajudar o seu dia-a-dia. Fazer parte do processo de mudança é sempre uma estratégia vencedora.
Sobre a BigDataCorp
A BigDataCorp é a maior datatech da América Latina. Líder no mercado, opera um dos maiores processos de coleta e estruturação de dados do mundo, capturando informações públicas de mais de 1,5 bilhão de fontes globalmente.
São mais de 100 petabytes de informação tratadas diariamente para atender empresas de todos os segmentos e portes.
Para auxiliar nas mais diferentes demandas, os dados capturados são disponibilizados através de uma Plataforma de Dados, que reúne milhares de informações sobre pessoas, empresas e produtos, e que pode ser facilmente integrada com qualquer processo operacional.
A empresa oferece ainda dois aplicativos construídos sobre a plataforma para resolver problemas específicos: o BigID, um produto completo de validação de identidade e prevenção à fraude; e o BigMarket, que entrega índices econômicos e estudos de mercado através de dados alternativos.
A BigDataCorp é brasileira, foi fundada em 2013 e possui escritórios no Rio de Janeiro, onde está localizada sua sede, e em São Paulo
Sozinha, inteligência artificial não é o bastante
Qual é o principal problema da inteligência artificial?
Inteligências Artificiais: quais são as implicações éticas?
Acompanhe o melhor conteúdo sobre Inteligência Artificial publicado no Brasil.