O marketing digital é um dos setores que mais diversifica suas atividades, com rápidas transformações, o que leva a tendências abrangentes
Diretor da premiada agência Páprica destaca as apostas do ano no setor e como saber aproveitá-las desde o início.
O início do ano renova as expectativas para os negócios, com novas possibilidades em diversas áreas. O marketing digital é um dos setores que mais diversifica suas atividades, com rápidas transformações e adaptações, o que leva a tendências abrangentes e ao mesmo tempo certeiras.
Renan Vargas, diretor geral da agência Páprica Comunicação, percebeu alguns temas que começaram a ganhar maior relevância no marketing digital e são suas apostas para fazer a diferença em 2023.
A agência curitibana está no top 3% parceiros do Google, tendo recebido o selo Google Premier Partner, umas das poucas empresas brasileiras a receber esse reconhecimento.
Atende clientes de variados setores, cujos faturamentos ultrapassam a casa do bilhão, com estratégias que aliam equipes de marketing e vendas de forma dinâmica – o que Vargas também considera uma tendência crescente para o ano.
Integração das áreas
A união entre setores dentro de uma empresa é fundamental para o bom funcionamento. Vargas percebeu que diversas companhias possuem setores de marketing, vendas, mas que eles não trabalham juntos, ficam muito setorizados.
“Um quer vender mais, o outro quer marcar presença no meio digital. Mas os resultados aparecem mesmo quando ambos conseguem dialogar“, comenta.
“Precisamos andar junto com o CEO, com o time de vendas, com a comunicação”.
Com aplicações reais em seus clientes, Vargas percebe esse movimento como algo consolidado – que vem com mais força para 2023. “Marketing e vendas estarão cada vez mais juntos e conversando ainda mais”, define.
Comunicação Humanizada
Ainda que tenha foco em vendas, essa comunicação precisa ser mais humanizada. “É um conceito que passa, também, por oferecer um bom atendimento, mas que vai bem além disso”, diz Vargas.
Entender as necessidades do consumidor, as dificuldades dele, e tentar solucioná-las de forma simples, direta e eficiente faz a diferença. Uma palavra-chave é a empatia.
UGC
O conteúdo gerado pelo usuário (User-generated content, ou UGC) também terá mais destaque. “UGC é um conteúdo criado por quem interage com a marca, então traz uma credibilidade de forma orgânica”, Vargas define.
Avaliações, comentários e interações geram confiança em quem os vê, em uma assertividade que muitas vezes a propaganda tradicional não consegue alcançar. Mas se ele é gerado pelo usuário, como usá-lo a seu favor? Estimular a criação desse conteúdo e compartilhar UGCs são algumas das estratégias.
Social Selling
O conceito de Social Selling também vem com tudo nesse ano. Mudanças atuais (desde novas redes sociais e a forma como as pessoas as usam, como TikTok, até a compra do Twitter pelo Elon Musk) causaram impacto nas vendas em redes sociais.
“A relação estabelecida com o cliente nas redes sociais impacta na forma como esse usuário verá sua marca”, o diretor da Páprica explica.
E estabelecer relação é algo de longo prazo. Insistir na venda pelas redes acaba matando a confiança do usuário. A interação humanizada faz a diferença aqui.
GA4
A próxima geração do Analytics traz mudanças cruciais para o setor. O Google já anunciou que as propriedades padrão do Universal Analytics não vão mais processar dados, a partir de 1o de julho deste ano, transmitindo para as propriedades do Google Analytics 4 (GA4).
Entre as novidades, estão a coleta de dados de sites e apps para mostrar mais informações sobre a jornada do cliente, controle de privacidade (como medição sem cookies) e integrações diretas com plataformas de mídia. “Conferir dados web e app unidos muda a visão do negócio e a forma de agir no mercado”, Vargas opina.
Web3
Uma nova geração da internet está entre as tendências do ano. A Web3 tem como base tecnologias de blockchain e inteligência artificial, permitindo ao usuário retomar o controle de seus próprios dados.
A lógica das ferramentas para essa retomada é similar a da compra de NFTs, os tokens não fungíveis, fornecendo maior segurança em transações comerciais diretas entre comprador e fornecedor, sem intermediários que demandam informações adicionais.
“O compartilhamento de dados se torna mais privado e seguro”, explica Vargas. Isso aliado à inteligência artificial permite uma experiência de usuário mais fluida. O metaverso, por exemplo, representa uma ótima oportunidade nessa área.
O conceito de Web3 foi cunhado pelo engenheiro britânico Gavin Wood, co-fundador da criptomoeda Ethereum, e alguns especialistas já definem que vivemos hoje uma transição: Web3 ainda é um conceito a ser aplicado, mas quem tiver domínio sobre suas definições e possibilidades já está um passo à frente.
Dados Primários
A proteção de dados do usuário é algo que vem sendo discutido com maior afinco em vários países, incluindo o Brasil. A Lei Geral de Proteção de Dados é um bom exemplo disso. Para contornar essa questão, outra tendência do mercado é aproveitar melhor os dados primários.
“São aquelas informações de posse dos anunciantes, uma vez que as segmentações estão cada vez mais em risco por conta das leis de proteção de dados“, completa o diretor da Páprica. Tratar dados de forma responsável será marcante nesse ano.
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