A governança de dados e o compliance digital são elementos centrais nas decisões financeiras de bancos, fintechs a fundos de investimentos
A transformação digital do sistema financeiro brasileiro não se limita mais à automação de processos. O uso intensivo de dados sensíveis, aliado às novas exigências regulatórias, está reposicionando a governança e o compliance digital como elementos centrais nas decisões financeiras — de bancos e fintechs a fundos de investimento e empresas de capital aberto.

Para o economista Reinaldo Soares de Camargo, doutor em Economia e especialista em Ciência de Dados aplicada a finanças, o tema deixou de ser técnico e se tornou estrutural. “O avanço exponencial no uso de dados sensíveis — de perfis comportamentais a transações em tempo real — impõe uma corrida contra o tempo: a governança de dados deve evoluir no mesmo ritmo da inovação, sob pena de transformar oportunidades em vulnerabilidades sistêmicas”, avalia.
Nos últimos meses, vazamentos de informações, incidentes de segurança e autuações da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) reacenderam o debate sobre privacidade e ética no uso de dados.
Em resposta, o mercado financeiro vem fortalecendo suas estruturas de compliance digital, em especial com a consolidação da figura do DPO (Data Protection Officer) como ator estratégico na gestão de riscos e na definição de políticas internas de governança.
Segundo Reinaldo, a integração entre governança de dados, regulação e decisão econômica já não é opcional. “Hoje, os fluxos de capital e a confiança dos investidores dependem tanto da rentabilidade quanto da segurança e da rastreabilidade das informações que sustentam essas operações. A transparência passou a ser uma variável financeira — e, em muitos casos, um diferencial competitivo.”
A perspectiva do economista é que a ética nos dados se torne o eixo de sustentabilidade do sistema financeiro. “Ética nos dados não é um luxo regulatório, mas o alicerce da confiança: sem ela, as decisões financeiras perdem sustentabilidade, erodindo não só reputações, mas a própria viabilidade de ecossistemas econômicos interconectados”, reforça.
Essa mudança de paradigma está exigindo uma nova racionalidade corporativa, em que empresas e instituições precisam equilibrar eficiência algorítmica e responsabilidade social, traduzindo os princípios da LGPD em práticas concretas de gestão. O compliance digital, nesse contexto, não é apenas uma obrigação legal, mas uma ferramenta estratégica de proteção de valor e reputação.
Para Reinaldo, essa é uma virada definitiva. “Nos próximos anos, a governança de dados se consolidará não como um apêndice regulatório, mas como o pilar indispensável da gestão econômica — guiando investimentos, mitigando riscos e pavimentando um futuro financeiro resiliente e ético”, conclui.
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