A Lei Geral de Proteção de Dados entrou em sua última fase de implementação em agosto de 2021, e agora as empresas que não se enquadraram na legislação podem ser penalizadas financeiramente.
Por Alexandre Tili
Desde agosto de 2018 foi aprovada a lei que regulamenta, padroniza e cria normas de segurança para o ambiente digital que envolva o fornecimento de dados pessoais com o consentimento. Ou seja, formulários, pesquisas e cadastros estão sujeitos a verificação e regimentos controlados pelo judiciário ao contrariar o direito do indivíduo em relação ao fornecimento de números de documento, endereço, entre outros. Assim entrou em vigência em 2020 a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Durante os dois primeiros anos as empresas tiveram muito trabalho, em conjunto com o setor de TI e jurídico, para formalizar seus ambientes digitais (sites, aplicativos, formulários e contas) para se enquadrarem na lei.
Em seguida, começou a prática, porém somente em agosto de 2021 começou a ocorrer penalizações a companhias que não estejam enquadras, e a multa pode chegar a 2% do faturamento da empresa com um teto máximo de R$ 50 milhões.
Influenciada por outras iniciativas de legislações para o ambiente digital, como a GDPR (General Data Protection Regulation) criada na União Europeia, a LGPD tem o intuito de manter o controle e o direito de disponibilizar informações pessoais nas mãos de cada indivíduo. E a prova de sua funcionalidade é assegurada, uma vez que no velho continente tiveram mais de 144.376 reclamações às autoridades, resultando em 56 milhões de euros aplicados em multas para organizações.
Mas o que isso afeta na geração de leads? De acordo com Claudia Bocato, Head de SAP na Actionsys, a LGPD trouxe um jeito qualificado de adquirir um possível cliente, “Isso é positivo para as empresas porque só vai ficar na base de contato quem se identificar com a comunicação, produtos ou serviços oferecidos de forma transparente pelas empresas”.
Agências de marketing com foco em ações de marketing digital estão se tornando ainda mais criativas, como é o caso da OUTMarketing Brasil, a agência é responsável por desenvolver estratégias de Inbound Marketing e Inbound Recruiting para empresas de tecnologia da Informação.
Com um bom planejamento de marketing digital e um conteúdo bem elaborado, o potencial lead terá total interesse em deixar seus dados em troca de informação e conteúdo.
Outra questão de grande relevância são os dados retidos antes da LGPD entrar em vigor, eles precisam estar enquadrados conforme a legislação fiscalizada pela ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados). Então não podem ser utilizados até que a pessoa realize um novo cadastro aceitando os novos termos, e aí que atividades como e-mail marketing, eventos, pesquisas e e-books podem colaborar para essa atualização em sistemas, seja tanto para o B2B quanto ao B2C.
Essa movimentação de criar e regulamentar dados surgiu após um marco que ocorreu na internet quando o Facebook e a empresa britânica, Cambridge Analytica, assumiram compartilhar dados de usuários das redes sociais sem o consentimento.
Algo que, segundo fontes da época, foi utilizado para a campanha eleitoral de Donald Trump, onde coletaram informações de 87 milhões de pessoas. Isso fez com que o sinal de alerta fosse ligado e que Mark Zuckerberg, do Facebook, tivesse que responder para órgãos federais do país, além de pagar uma multa.
Fato é que a Lei Geral de Proteção de Dados veio para trazer mais segurança e a sensação de que os usuários de websites, plataformas e redes sociais são realmente os responsáveis pela gestão e fornecimento de suas informações pessoais, e comprova o quanto é necessário que o departamento de marketing das empresas tenha uma estratégia de conteúdo e comunicação voltada para o interesse dos clientes e prospects, uma vez que o usuário sempre fornecerá seus dados com intuito de receber informações que são relevantes para o seu desenvolvimento.
Alexandre Tili – Administrador e pós-graduado em Marketing e Gestão de Negócios, Alexandre possui 20 anos de experiência profissional atuando nas áreas de gestão, marketing, vendas e consultoria em empresas nacionais e multinacionais. Hoje é o CEO da OUTMarketing no Brasil e no passado já passou por grandes empresas como SoftwareONE, GE, Sebrae e Prudential. Sua especialização sempre foi direcionada para marketing e vendas no segmento B2B e nos últimos 14 anos direcionado para o mercado de TI.
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