Entidade anunciou parceria com instituições de ensino em evento ASSESPRO Summit, realizado em São Paulo
O descompasso entre a oferta de vagas e o de profissionais capacitados no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) pode acabar gerando um apagão de mão de obra no setor, que é responsável por 1,52 milhão de empregos.
Representante de mais de duas mil empresas do setor, em 19 Estados brasileiros, a Assespro (Federação das Empresas de Tecnologia da Informação) lançou no evento ASSESPRO Summit (17/06), na Uninove, em São Paulo, parceria com instituições de ensino para dar cursos voltados para a formação de profissionais no setor de TIC.
As primeiras alianças as foram feitas com instituição de ensino presencial e também com outras que estarão provendo cursos através de EaD (Educação a Distância).
“Temos um gap de competência no mercado, que é criado pela diferença de compasso entre a inclusão de conhecimento dentro das academias e a indústria de tecnologia. A Assespro representa os interesses de diversas empresas de serviços e produtos e viu a necessidade de patrocinar essa iniciativa na eliminação do apagão de mão de obra”, afirma Marco Carvalho, diretor de educação e certificação da Assespro SP e responsável pelo programa local no estado.
Regulamentação pode travar o mercado
A regulamentação das profissões de TIC, que está sendo discutida no Congresso, e as consequências para o mercado foi tema de um dos painéis do Summit. S
Segundo o presidente nacional da Assespro, Ítalo Nogueira, há uma lacuna de quase 100 mil profissionais no setor, que pode chegar a 400 mil em 2024.
“O grande desafio é transformar as profissões. Em Pernambuco, por exemplo, enquanto temos três mil pessoas cursando tecnologia, temos 35 mil bacharéis em direito”, cita.
Para Daniel dos Santos Leipnitz, presidente da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia, Daniel, a regulamentação das profissões travaria ainda mais o setor.
“Temos carência de pessoas para atuar na nossa área e qualquer coisa que trouxer alguma restrição em relação à contratação, tende a prejudicar muito”, afirma Daniel dos Santos Leipnitz, presidente da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia).
Maior desafio da ANPD será regular os governos
No painel que debateu a importância da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para o avanço da tecnologia brasileira, o deputado federal e relator da Lei no Congresso, Orlando Silva, destacou a importância da independência da ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) para implementar a lei.
“O desafio central é construir uma Autoridade com a máxima independência porque o mais difícil será regular os governos. Eles não têm cultura que valoriza a privacidade e precisarão ser bem regulados para que possamos cumprir a missão da proteção de dados pessoais”, diz.
Segundo José Ziebarth, diretor na Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, o custo da implantação da ANPD é uma preocupação do Ministério da Economia e há um empenho para que tenha fonte de financiamento.
“Levantamos estudos internacionais que mostram que em países que se adequaram ao regulamento europeu, como Israel e Japão, o custo do primeiro ano de implantação foi de 9 bilhões de euro, entre governo e iniciativa privada. É fundamental haver dotação orçamentária para que a lei não tenha efeito contrário”.
No caso dos custos para as empresas, Demi Getschko, presidente do NIC.br/GCI.br, alerta que será preciso repensar os dados armazenados. “A gente armazena mias dados do que precisa, até por comodismo. O meu conselho é que a gente passe a recolher só o estritamente necessário”, diz.
Site da Assespro recebe Selo de Acessibilidade
A Assespro São Paulo recebeu o Selo de Acessibilidade Digital da Prefeitura de São Paulo. Secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato, falou sobre o projeto de avançar na inclusão da pessoa com deficiência.
“Por enquanto, temos 25 entidades que apoiam o selo. E a Assespro foi uma das primeiras a conseguir. Trouxe um diploma certificando que a Assespro recebeu o selo e espero que a gente consiga levar com a Assespro esse selo para o resto do Brasil”, afirma o secretário.