A Inteligência Artificial Generativa está remodelando profundamente o papel dos líderes de engenharia de software. Muito além de uma promessa de corte de custos, a GenAI surge como uma aliada estratégica que amplia a produtividade das equipes, redefine processos de recrutamento e exige novas posturas éticas e técnicas

A entrevista com Haritha Khandabattu, Diretora Sênior e Analista do Gartner aborda como líderes podem evoluir suas práticas e preparar suas equipes para um futuro onde colaboração entre humanos e máquinas será a chave do sucesso.
Haritha Khandabattu é Diretora Sênior e Analista na Gartner, onde atua assessorando líderes do C-Level em todo o mundo.
Com forte especialização em Inteligência Artificial, incluindo IA Generativa, e Engenharia de Software, Haritha orienta executivos e líderes técnicos na construção e execução de estratégias voltadas ao uso da tecnologia como vetor de crescimento e inovação. Seu trabalho combina visão estratégica, organizacional e tecnológica, ajudando empresas a compreenderem e aplicarem o potencial da IA de forma estruturada e eficaz.
Antes de ingressar na Gartner, Haritha acumulou ampla experiência em posições de liderança executiva e de engenharia nos setores bancário, varejista e automotivo. Entre suas principais realizações, liderou o desenvolvimento de soluções de pagamento para transporte público e serviços financeiros, participou de processos de fusão e aquisição de empresas na área de pagamentos e foi responsável por estruturar e entregar insights estratégicos para apoiar o crescimento da empresa Ximedes.
Também formou e liderou equipes de engenharia altamente eficazes, promovendo uma cultura de alta performance e inovação contínua. Seu trabalho incluiu ainda o apoio a clientes em suas jornadas de transformação digital, o incentivo à adoção da linguagem Kotlin e o desenvolvimento de sistemas de monitoramento reativos.
Haritha atuou como consultora sênior de tecnologia na Cognizant por quatro anos, foi diretora de engenharia e líder de área de TI no banco ING por três anos, e chefe de desenvolvimento de software na Ximedes por um ano. Sua experiência cobre temas como tecnologias de engenharia de software, inteligência artificial, liderança de inovação para CIOs, liderança em engenharia de software e adoção de arquiteturas e tecnologias modernas. Ela é formada em Engenharia da Informação e possui um MBA em Finanças Internacionais.
Leia entrevista na íntegra!
A GenAI substituirá os engenheiros de software?
Haritha Khandabattu: Não. Embora as ferramentas da GenAI sejam altamente avançadas, seu objetivo não é substituir os engenheiros. Em vez disso, elas são voltadas para o aumento da produtividade. A Inteligência Artificial Generativa pode automatizar tarefas repetitivas, mas não pode replicar a criatividade, o pensamento crítico e as habilidades de resolução de problemas que os engenheiros possuem.
Na verdade, uma pesquisa do Gartner do 4º trimestre de 2024 com 400 líderes de engenharia de software dos Estados Unidos e no Reino Unido indicou que até metade de suas equipes de desenvolvimento de software emprega várias ferramentas da GenAI para aprimorar os fluxos de trabalho, atuando como multiplicadoras de força em vez de substitutas.
Para engenheiros experientes, a GenAI oferece orientação e apoio, permitindo que eles se adaptem com mais eficiência em várias plataformas e projetos. Os membros menos experientes da equipe podem economizar tempo em tarefas rotineiras, liberando-os para se concentrarem em desafios mais complexos.
À medida que os líderes de engenharia de software testam e dimensionam as ferramentas de GenAI, o objetivo é demonstrar seu valor para os negócios. Não se trata apenas de provar que a IA pode funcionar; trata-se de mostrar como ela transforma as equipes para gerar resultados de negócios reais. Ao vincular os resultados da tecnologia às metas de negócios, eles criarão um caso convincente para o investimento contínuo em suas equipes.
Lembre-se de que a Inteligência Artificial Generativa não é uma ferramenta de redução de custos ou de substituição de profissionais. É uma aliada poderosa que aumenta a eficiência das equipes de engenharia.
Devido ao efeito sobre a eficiência, como a GenAI mudará a forma como os líderes de engenharia de software recrutam talentos?
Haritha Khandabattu: O recrutamento e o gerenciamento de talentos geralmente envolvem tarefas demoradas, como resumir o feedback das entrevistas, elaborar descrições de cargos e integrar novas contratações. A GenAI pode ser um divisor de águas na simplificação desses processos. Uma pesquisa do Gartner com 487 Chief Information Officers (CIOs) e líderes de TI no quarto trimestre de 2024 revelou que mais de 33% dos entrevistados já estavam usando IA para gerar descrições de cargos.
A Inteligência Artificial Generativa pode acelerar a contratação, ajudando a identificar rapidamente os melhores candidatos. Imagine usar a GenAI para realizar uma análise de cargo com prompts como “Quais são as principais habilidades de um gerente de engenharia de plataforma?”.
Isso fornece aos líderes de engenharia de software um ponto de partida sólido, embora eles ainda precisem revisar os dados. Além disso, as plataformas de inteligência de entrevista orientadas por IA podem transcrever e resumir esse tipo de conversa, economizando tempo.
A GenAI também pode tornar a integração mais suave. Os chatbots baseados em IA podem ajudar os novos funcionários com respostas a perguntas frequentes e orientá-los na documentação e no treinamento. Isso permitirá que eles se atualizem rapidamente e trabalhem em projetos importantes mais cedo.
Quais são as principais ações que os líderes de engenharia de software podem tomar para preparar suas equipes para o sucesso?
Haritha Khandabattu:
1- Gerenciamento e o desenvolvimento de habilidades estão no centro das responsabilidades dos líderes. Os líderes de engenharia de software devem trabalhar com o RH para criar programas de treinamento de IA personalizados que ofereçam experiências de aprendizagem customizadas para engenheiros de diferentes níveis.
O Gartner prevê que, até 2027, 70% de todas as descrições de funções de líderes de engenharia de software exigirão explicitamente a supervisão da Inteligência Artificial Generativa, em comparação com menos de 40% atualmente.
Com isso em mente, os líderes de engenharia de software devem aprimorar as habilidades de suas equipes em Grandes Modelos de Linguagem (LLM), engenharia de prompt e muito mais, para que possam enfrentar novos desafios.
2- Crie uma cultura de aprendizado contínuo. Os programas de aprendizado ágil podem levar a melhores resultados de negócios, funcionários adaptáveis e um plano para atender às necessidades de habilidades em constante evolução. A ideia é desenvolver as habilidades de GenAI de cada funcionário antes da demanda.
3- Criar novas políticas de ética. Os líderes de engenharia de software devem implementar políticas que atribuam responsabilidades claras nos ciclos de DevOps, DataOps e ModelOps. Tarefas como retreinamento de modelos e rollbacks de versões agora são esforços compartilhados entre as equipes de engenharia de software e de dados. Há uma clara necessidade de coordenar essas atividades multifuncionais, assegurando a responsabilidade e transferências tranquilas. As equipes jurídica e de segurança também devem estar envolvidas nesses esforços.
Sobre Gartner for Software Engineering Leaders
O Gartner for Software Engineering Leaders ajuda os líderes a se alinharem com stakeholders, a reterem e otimizarem as equipes e a criarem produtos inovadores que apoiem e atendam a toda a empresa, seus parceiros e clientes.
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