As Fintechs já são uma realidade no Brasil e esse crescimento será constante e definitivo. No Brasil, entre 2008 e 2011, nasceram em média 24 fintechs por ano. Entre 2012 e 2015, a média foi de 68.
Já entre 2016 e 2021, tivemos uma média de 154 fintechs anuais.
Hoje, já são 1.289 startups no ecossistema, segundo o estudo Fintechs Report 2022 da plataforma Distrito. Esse número tende a crescer ainda mais tendo em vista a movimentação de diversos setores como, por exemplo, de energia e varejo.
Para falar sobre fintechzação, durante o evento TDC Innovation entrevistamos Alexandre Uehara fundador da Innov8 Mindset & Strategy e professor.
Para o especialista, “logo todas as empresas serão uma Fintech e essas mudanças estão acontecendo cada vez mais rápido, com intuito de trazer novas tecnologias, agilidade e melhorar a interação entre cliente e empresa.
Antes tínhamos uma conta no banco e éramos obrigados a adquirir um produto dele. E hoje, com as fintechs, temos a possibilidade de escolher entre os mais diversos produtos disponíveis no mercado”, explica.
A fintechzação é toda esta movimentação que tem como objetivo trazer mais facilidades e benefícios para os clientes, mas também ser uma forma de gerar receita e ampliar os leads.
“Exemplo disso, é o ifood que já possui sua própria Fintech, desta forma pode controlar e realizar suas transações financeiras sem que precise de um banco, tornando a experiência do usuário (no caso o dono do restaurante) sem fricção, ou seja, mais livre.” Outro bom exemplo é a Magazine Luiza que praticamente eliminou os meios de pagamentos tradicionais com o lançamento do Magalu Pay.
Esse desafio invariavelmente passa pelos departamentos de tecnologia das organizações, tornando esta pauta cada vez mais relevante, por isso o tema está sendo debatido, durante o TDC INNOVATION, segunda edição do ano do The Developer’s Conference, plataforma de Inovação Aberta focada no desenvolvimento do ecossistema de tecnologia brasileiro, acontece entre 1 e 3 de Junho de 2022.
Crypto ID: Porque você acredita que todas as empresas serão uma fintech?
Alexandre Uehara: Por muito tempo, o mercado financeiro foi dominado por grandes instituições financeiras. Era um mercado regulado onde poucos detinham grande parte do market share. Sendo assim, a inovação não era prioridade. Esse jogo virou quando o regulador – Banco Central – quis trazer mais inovações ao mercado.
Quando o mercado se abre para as fintechs, por exemplo, a inovação é natural. Outra iniciativa que ajudará na fintechzação é o Open Finance. Se, em 2015, não tínhamos mais de 100 fintechs operando no Brasil, em 2022 estudos mostram que já são quase 1.200. Com isso, novas oportunidades apareceram, com muita inovação, mas principalmente trazendo o que antes era pouco explorado: a experiência do usuário.
A fintechzação não é só uma tendência, é uma realidade em que independente do segmento, as empresas estão buscando oportunidades com a desintermediação financeira e melhorar a experiência do seu cliente na jornada. O pagamento é apenas uma parte dessa jornada, nada melhor que a própria empresa oferecer essa experiência do que um banco.
Crypto ID: Algum segmento da economia já está mais avançado? Por quê?
Alexandre Uehara: O segmento que mais tem se movimentando é o varejo como a Magazine Luiza, Via Varejo entre outros. Isso acontece principalmente pelo fato dos varejistas já estarem presentes no online, e isso ajuda na estratégia de transformação digital, onde o cliente está no centro. Seja oferecendo experiência no pagamento, seja um crédito ou qualquer outro serviço que ajude na jornada do seu cliente. No exterior, as Big Techs (como Amazon, Google, Facebook e Apple) já estão oferecendo esses serviços, como também já estão adquirindo fintechs para aumentar o seu portfólio.
Crypto ID: Quais as vantagens para o consumidor final de existir tantas fintechs? E desvantagem? Existe alguma?
Alexandre Uehara: Para o consumidor, a sua jornada vai ficar cada vez com menos “atrito”. Não precisará, por exemplo, sair do aplicativo do varejista, abrir o aplicativo do banco para pagar, ou pedir um empréstimo. Já uma desvantagem é saber se o cliente realmente tem a confiança da empresa que ele está contratando. Hoje, ainda há desconfiança dessas empresas se compararmos com grandes instituições financeiras com anos de mercado. Por outro lado, isso realmente é uma revolução no mercado financeiro, em que pode acontecer uma mudança no papel dos grandes bancos. Como disse Bill Gates em 1994: “Banking is necessary, banks are not”.
Sobre o The Developer ‘s Conference
O TDC é o maior evento relacionado ao desenvolvimento de software no Brasil conectando organizadores de meetups e eventos, palestrantes, empresas e patrocinadores em uma plataforma única.
O TDC é uma conferência dinâmica com objetivo de apresentar os tópicos mais importantes de acordo com as necessidades locais e internacionais e, por esta razão, existem mais do que dez trilhas paralelas por dia. Cada trilha é como um evento independente de um dia inteiro e organizado por especialistas no assunto que são responsáveis por selecionar sete ou mais palestrantes via plataforma de Call4Papers.
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