Existem medidas que as pessoas podem tomar para se protegerem contra o vazamento de seus dados online, indo desde informações sobre produtos até o número de cartões
Por Mauro Vicente
Há empresas que têm um único propósito: registrar o comportamento online dos consumidores. Isso inclui os sites visitados, as informações sobre os produtos adquiridos e os itens procurados. Algumas empresas até criam um perfil sobre a pessoa, vendendo-o aos anunciantes para que possam reproduzir anúncios personalizados.
No entanto, existem medidas que as pessoas podem tomar para se protegerem contra isso.
Neste contexto, as informações confidenciais dos usuários serão usadas para a criação de ofertas de produtos similares, exibição de preços mais altos dependendo da sua localização, e até mesmo para prever – com um certo grau de precisão –, o que a pessoa necessita ou está buscando.
Essas informações valiosas, provenientes dos coletores de dados, são vendidas a quem fizer a melhor oferta.
Ao mesmo tempo, o número de cibercriminosos e ladrões de identidade que apenas estão aguardando para explorar potenciais vulnerabilidades de segurança, também cresce. A única maneira de se resguardar contra ataques no mundo digital é implementar vários níveis de proteção, combinando tanto ferramentas de segurança, bem como de controle de acesso a dados importantes de usuários e empresas.
A seguir, confira três ferramentas úteis e capazes de fornecer proteção contra um vetor de ataque principal que garantem, juntas, privacidade abrangente na internet e que impedem que os cibercriminosos roubem dados das pessoas e das empresas para “rastreá-las” no mundo online.
Mantenha-se anônimo com uma VPN
Uma rede virtual privada (VPN) criptografa conexões online e oculta o endereço IP do usuário para que ele possa navegar virtualmente e de forma anônima. É como se estivesse seguindo por rodovias de dados em um carro alugado e com janelas fechadas, de maneira que ninguém pudesse vê-lo.
Essa conexão segura é especialmente útil quando se usa hotspots Wi-Fi em cafeterias, shopping centers ou aeroportos, nos quais os cibercriminosos aguardam pacientemente que a pessoa se conecte a uma rede pública não segura e, em seguida, acessem as suas credenciais nos sites visitados. Com um serviço de VPN, o usuário não fica exposto.
Assim como uma VPN cria um “túnel” seguro através de todas as redes Wi-Fi duvidosas, a rede privada virtual também direciona o usuário diretamente para o seu provedor de serviços de internet (ISP).
Se uma VPN estiver ativada, o ISP não poderá determinar onde a pessoa está se conectando ou quais sites está visitando. Alguns portais podem capturar o histórico de navegação do visitante para vendê-lo ou, em alguns casos, retardar a sua conexão (especialmente quando a neutralidade da rede não está mais disponível).
As VPNs também são úteis de outras formas. Com elas, por exemplo, é possível surfar livremente sem bloqueio geográfico ou desvantagens financeiras. Infelizmente, algumas ofertas, como as passagens aéreas, são oferecidas com preços diferentes dependendo da localidade. O site do provedor lê o endereço IP do usuário e, com base nessa informação, define o custo.
Mas, com uma VPN, o usuário pode selecionar o seu próprio endereço IP de maneira que pareça estar em outra cidade ou até em outro país. Por outro lado, o usuário pode ainda definir o endereço IP do seu país de origem, quando estiver viajando no exterior, para que possa continuar acessando todas as suas assinaturas de streaming favoritas.
Use um navegador seguro para navegar com privacidade
Por mais útil que uma VPN seja, não é uma panaceia. O navegador do usuário precisa ser o mais seguro possível contra eventuais ameaças e armadilhas. Por isso, é importante usar um navegador desenvolvido por especialistas em segurança, cuja prioridade máxima seja a segurança e a privacidade.
O navegador deve ter uma série de ferramentas que permitam ativar facilmente as funções desejadas, se necessário; por exemplo, recursos que mantenham privadas todas as transações financeiras e filtrem anúncios indesejados para que as páginas web possam ser carregadas com rapidez.
Além disso, deve haver a capacidade de ajuste do nível desse filtro, de forma que o usuário possa optar por deixar alguns deles, ou, basicamente, bloquear todos os anúncios, se desejar.
Impedir que o usuário crie um perfil online, cujos dados possam ser rastreados
A mineração de dados é uma tendência agressiva, na qual as atividades online de um usuário podem ser mapeadas e registradas através de seus “rastros” digitais. As empresas criam um perfil dos hábitos de navegação da pessoa, incluindo detalhes dos seus sites favoritos, compras e pesquisas online, e assim por diante. Então, vendem esses dados para outras organizações, que usam essas informações para os seus próprios propósitos. Imagine que uma pessoa vá até uma loja e que o vendedor seja o primeiro a levar a sua bolsa.
Ele poderá ver quais cartões de crédito essa pessoa tem, digitalizar recibos de compras, obter informações sobre seu endereço e profissão, e então utilizar todos esses dados para calcular em quais itens essa pessoa possa estar mais interessada.
É preocupante que as empresas possam criar um perfil que, às vezes, contenha milhares de dados. É possível evitar isso com uma ferramenta anti-rastreamento, que o usuário pode incluir no seu navegador.
Combinando essas três ferramentas de privacidade com um antivírus
Finalmente, o usuário pode completar a proteção de sua privacidade com um programa antivírus. Ele bloqueia todos os vírus conhecidos e desconhecidos, ransomware, ataques de phishing e outras ameaças ao dispositivo. O uso de um programa antivírus fornece continuamente atualizações para que o usuário possa se manter sempre à frente do cibercrime, em constante evolução no mundo todo.
Os reflexos da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética na proteção de dados pessoais
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